domingo, 5 de abril de 2020
quarta-feira, 1 de abril de 2020
Carta do Editor - 4º Editorial.
Deus em Tempos de Isolamento Social.
Transformaram Deus em homem, e deram
a ele a condição de vingar-se, o instituíram de tal maneira com poderes
místicos e maléficos, que em breves tempos, passou a ser o responsável pela
dor, pela miséria, pela violência, pela corrupção, pelo feminicidio, pela
LGBTfobia, pelos racismos, pela fome, pelo voto equivocado, pelas ações insanas
de gestores públicos, e quando pensamos que não havia mais maldade além das que
lhe já haviam sido atribuídas, eis que a referida deidade, lança sobre bons e
pecadores a sua cartada final de desumanidades, a COVID – 19, levando seus
pretensos seguidores a chegarem à seguinte conclusão: “Mexeram com deus. É a
ira de Deus...”. É a simples omissão dos homens de suas responsabilidades mais vis.
Alguns
nem acreditam na divindade, os fiéis não entendem porque doam seu tão suado
dinheiro mensalmente, mas nem isso os tem poupado da ira da divindade, outros
doam cestas básicas e fazem sopa, outros não fazem nada, só oram, porém, nem as
mais fortes orações teem sido ouvida pela potestade.
Muitos
acolhem-se uns aos outros, buscam-se tão qual pequenos Deuses, procurando-se em
suas próprias faltas, estes não possuem fé, os seus ídolos possuem rostos e são
de carne e osso. Estes Deuses chegam às vezes até de maneira imperceptível, exercerm
os seus maiores poderes sem que quase ninguém os vejam, os sintam ou os percebam,
acolhem, saciam a fome, abrigam, doam-se, esta Deidade é provida de um poder
tão interior que existem poucas nos dias de hoje. Uma característica quase que
comum, não se preocupam com poder aquisitivo, gênero, cor, religião, ou
convicções ideológicas, apenas oferecem o seu mais miraculoso poder.
Uma
outra reflexão sobre estes Deuses, eles são elas, não estão fixas a apenas uma
apresentação de gênero, descobriram primeiro que as suas aptidões não emanam de
seus corpos, não são limitadas pelas condições físicas, transcendem a esta
condição, e carregam em si um poder de resiliência, de força, de pujança que só
os que já se sobrepujaram conseguem, para estes não há barreiras que a sua
própria governança não tenha transposto, Divinaram-se, pois era isso ou serem
renegados a viverem a margem.
Quanto
aos que achavam que seguir ao potentoso era estar prostrado aos seus suntuosos
sofás, de suas não menos suntuosas casas, ou em babilônicos templos, com
rebuscadas oratórias ou com grandes propagandas acerca de suas realizações, com
o tempo lhes foi apresentando uma realidade dura, descobriram através da COVID –
19 que eles também morrem, que a natureza da divindade não é humana e material,
e houve prantos e ranger de dentes.
Pôde-se
tirar proveitos desta oportunidade, descobriu-se que Deus invariavelmente está
onde não esperamos, pois o procuramos estático e a sua condição é de
multivelocidades, de multiplanos, o procuramos homem, mas ele não é, ele está em
tudo que vê-se e que não vê-se, a arrogância, a ignorância e o preconceito cegam
alguns seres, torna-os, verdadeiros míopes da Deidade, faz com que
enxergando-se tanto, não enxergue o outro que é moradia certa do Deus que
habita o universo.
Quanto
aos Deuses anônimos, eles são diferentes, o seu poder interior e miraculoso é
entender, que amar é ter Deus, ser amado é viver Deus, e proclamar o amor em
suas ações e comportamentos é festejar Deus, é ser intimo dele e tê-lo em sua
intimidade, por isso, os perseguidos, injustiçados, massacrados, torturados,
são tão próximos de Deus, são íntimos da Divindade, pois há sempre uma Deidade
na busca de saciá-los.
Uma
coisa é certa, a pandemia do COVID – 19 ou Coronavirus, separa em um momento
onde tantas injustiças e perseguições são validadas, os que pensam ter deus e
os que vivem Deus, na sua mais simples expressão, no sorriso de uma criança, no
mar, nas plantas, nos idosos, nos animais, ou simplesmente nas diversas
humanidades que nos compõem e faz de nós seres Divinos.
Equipe Editorial Ágora Espírita: Alexandre Júnior
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