tag:blogger.com,1999:blog-13166521565203513412024-03-26T19:31:16.126-03:00Ágora EspíritaGrupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.comBlogger37125tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-69664465411809239922024-03-26T16:22:00.000-03:002024-03-26T16:22:19.565-03:00Decolonizar – Descolonizar – Contracolonizar – Ecologia decolonial<p><br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfUaAfx1AQ__8XvDR7KSOXyA91i9OvEuBQQQrhAuAofnFCc37a3yuUsMpLOmEaikE3X5RK3Y7nB4cAMbz7IaEvmSaw-oJlZR465o5ZNJnpnRoMUxU1HhWFqPZVLiFl8h8igoX-pRvghzgD8GnJ1FXiWKrrulReDXXD50oNL6MrzQcetd1tnm8CCQn4H9cX/s1600/Alcione%20Moreno%20card.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfUaAfx1AQ__8XvDR7KSOXyA91i9OvEuBQQQrhAuAofnFCc37a3yuUsMpLOmEaikE3X5RK3Y7nB4cAMbz7IaEvmSaw-oJlZR465o5ZNJnpnRoMUxU1HhWFqPZVLiFl8h8igoX-pRvghzgD8GnJ1FXiWKrrulReDXXD50oNL6MrzQcetd1tnm8CCQn4H9cX/w352-h180/Alcione%20Moreno%20card.jpeg" width="352" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /> <span style="font-family: Arial; text-align: justify;">Muito tem-se discutido sobre os temas acima, e gostaria de trazer o pensamento de alguns autores sobre eles. Nós que moramos no hemisfério sul do planeta, estamos refletindo sobre a colonização de nossos países, e seus desdobramentos. A metrópole pode ser Portugal, Espanha, França, Inglaterra etc tanto faz, pois, a devastação que aconteceu e acontece em nossos territórios são iguais, modificando apenas a intensidade.</span><p></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Decolonial – É o desligamento das metrópoles, por processo histórico-administrativos das ex-colônias. A “independência de muitos países” conseguindo deixar de ser submisso a sua metrópole, realizando sua própria administração e crescimento. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">DE</span><u><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">S</span></u><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">COLONIAL – Apesar da diferença ser apenas por um “S”, é um movimento contínuo, de romper as amarradas com a colônia, de tornar pensamentos e práticas cada vez mais livres da colonialidade, assumindo sua história, sua cultura, suas crenças etc. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Antonio Bispo, autor quilombola nos faz a seguinte reflexão: Adestrar e colonizar são a mesma coisa. Tanto o adestrador quanto o colonizador começam por desterritorializar o ente atacado quebrando-lhe a identidade, tirando-o de sua cosmologia, distanciando-o de seus sagrados, impondo-lhe novos modos de vida e colocando-lhe outro nome. O processo de denominação é uma tentativa de apagamento de uma memória para que outra possa ser composta. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Todo adestramento tem a mesma finalidade: fazer trabalhar ou produzir objetos de estimação e satisfação. Contudo, não são todos os animais que conseguimos adestrar. Alguns ficam atrofiados fisicamente quando se exige do animal um esforço físico para além do que é capaz. Outros ficam atrofiados mentalmente – quando o animal recebe um choque mental violento. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Fanon relata: todo povo colonizado, isto é, todo povo em cujo seio se originou um complexo de inferioridade em decorrência do sepultamento da originalidade cultural local – se vê confrontado com a linguagem da nação civilizadora, quer dizer, da cultura metropolitana. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Aimé: “A colonização desumaniza até o homem mais civilizado; a ação colonial, o empreendimento colonial, a conquista colonial fundada no desprezo pelo homem nativo e justificada por esse desprezo, inevitavelmente, tende a modificar a pessoa que o empreende; o colonizador, ao acostumar-se a ver o outro como animal, ao treinar-se para tratá-lo como um animal, tende objetivamente, para tirar o peso da consciência, a se transformar, ele próprio, em animal. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Sociedades esvaziadas de si mesmas, culturas pisoteadas, instituições solapadas, terras confiscadas, religiões assassinadas, magnificências artísticas destruídas, possibilidades extraordinárias suprimidas. Milhões de homens em quem foram inteligentemente inculcados o medo, o complexo de inferioridade, o tremor, o ajoelhar-se, o desespero, o servilismo”. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Apesar dos autores falarem de homem como ser humano, trago uma reflexão de Vergè sobre as mulheres que diz: “Todos os dias, em todo lugar, milhares de mulheres negras, racializadas, “abrem” a cidade. Elas limpam os espaços de que o patriarcado e o capitalismo neoliberal precisam para funcionar. Elas desempenham um trabalho perigoso, mal pago e considerado não qualificado, inalam e utilizam produtos químicos tóxicos e empurram ou transportam cargas pesadas, tudo muito prejudicial à saúde delas. Geralmente viajam por longas horas de manhã cedo ou tarde da noite. Um segundo grupo de mulheres racializadas, que compartilha com o primeiro uma interseção entre classe, raça e gênero, vai às casas da classe média para cozinhar, limpar, cuidar das crianças e das pessoas idosas para que aquelas que as empregam possam trabalhar, praticar esporte e fazer compra nos lugares que foram limpos pelo primeiro grupo de mulheres racializadas. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Essa economia do esgotamento dos corpos está historicamente ancorada na escravatura. O medo é uma de suas armas preferidas para produzir conformismo e consentimento. A colonialidade que institui uma política de vidas descartáveis. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Os objetivos das políticas desses patriarcas são os mesmos: servir ao capitalismo racial, explorar, extrair, dividir, despojar, decidir quais vidas importam e quais não importam”. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">“Economias naturais, harmoniosas e viáveis, na medida do homem indígena que foram desorganizadas, culturas alimentares destruídas, subnutrição instalada, desenvolvimento agrícola orientado para o benefício único das metrópoles, roubo de produtos, roubo de matérias-primas. Cada dia que passa, cada negação de justiça, cada blitz policial, cada manifestação operária afogada em sangue, cada escândalo abafado, cada expedição punitiva, cada viatura, cada policial e cada milícia nos fazem sentir o preço de nossas antigas sociedades. Eram sociedades comunitárias, nunca de todos para alguns. Eram sociedades anticapitalistas, democráticas, cooperativas, sociedades fraternas”. (Aimé)</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Galeano, no seu livro esplêndido, relata como todos os países da América Latina foram colonizados, suas populações originais e as racializadas sofreram e sofrem grandes destruições, por vezes, povos inteiros exterminados. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">“ En América Latina es lo normal: siempre se entregan los recursos en nombre de la falta de recursos. El siempre soplo de las glorias y el peso siempre perdurable de las catástrofes. La ley de la ganancia puede más que todas las leyes”. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Antonio Bispo: “A cidade é um território arquitetado exclusivamente para os humanos. Qualquer outra vida que tenta existir na cidade é destruída. Para andar descalço, é preciso desinfetar o chão. A humanidade se desconectou da natureza. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Os humanos não se sentem como entes do ser animal. Essa desconexão é um efeito da cosmofobia. Na cidade, as pessoas têm medo de gente. A cidade é um território colonialista. Os povos da cidade precisam acumular. A cultura é uma coisa padronizada, mercantilizada, colonial. Só precisa armazenar quem não confia, quem tem medo da natureza não fornecer, medo da natureza castigar. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">A cosmofobia é responsável por esse </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">sistema</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> cruel de armazenamento, de desconexão, de expropriação e de extração desnecessária. Porque existe tanto lixo? O desperdício é um resultado da cosmofobia”. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> Ferdinand: começa desfazendo um equívoco recorrente em análises contemporâneas provenientes tanto do movimento ambiental como do movimento antirracista e decolonial: a separação entre a questão ecológica e a questão colonial. Essa “dupla fratura”, como ele define, impede perceber em que medida a destruição do meio ambiente e o legado colonial estão inextricavelmente ligados, tanto em sua origem como em suas nefastas consequências. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">“Habitar a Terra começa nas relações com os outros. Assim, o habitar colonial designa uma concepção singular da existência de certos humanos sobre a Terra – os colonizadores-, de suas relações com outros humanos – os não colonizadores-, assim como de suas maneiras de se reportar à natureza a aos não humanos. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Além dessas vidas, o ecossistema como um todo foi sendo destruído no processo de exploração colonial da Terra e de escravização Negra, processos que serviram de base para a modernidade, pois embora todo mundo seja exposto a ecossistemas contaminados, permanecem grupos de senhores proprietários, cujos interesses financeiros coincidem com as contaminações perenes da Terra, nessa configuração do habitar colonial em que a condição tóxica, é a um só tempo, a consequência da exploração capitalista desses ecossistemas por seus senhores e a causa que reforça a dominação de tais territórios por esses mesmos senhores”. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Malcom vai nos mostrando esta dupla fratura (ambiental e colonial) como um problema central da crise ecológica, que abala as maneiras como esta é pensada e as suas traduções políticas. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">“A fratura ambiental decorre desta “grande partilha” da modernidade, a oposição dualista que separa natureza e cultura, meio ambiente e sociedade, estabelecendo uma escala vertical de valores que coloca “o Homem” acima da natureza. Tal fratura abrange também uma homogeneização horizontal e esconde as hierarquizações internas de ambas as partes. Os termos “planeta”, “natureza” ou “meio ambiente” escondem a diversidade de ecossistemas, dos lugares geográficos e dos não humanos que os constituem. Florestas, montanhas, e reservas naturais mascaram as imagens das naturezas urbanas, das favelas e das plantações. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">A fratura animal como as hierarquizações entre animais selvagens “nobres”, e os animais domésticos são colocados acima dos animais de criação. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">“ Racismo ambiental” A descriminação racial na elaboração de políticas ambientais, a aplicação de regulamentos e leis, o direcionamento deliberado de comunidades racializadas para instalações de resíduos tóxicos, a sanção oficial da presença de venenos e poluentes que representam uma ameaça à vida em nossas comunidades e a história da exclusão de pessoas racializadas dos espaços de liderança nos movimentos ecológicos. Dr. Benjamin Chavis.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">O racismo não adentra o cenário simplesmente como fator determinante da maneira como os perigos ambientais são vividos de forma desigual pelos seres humanos, ele cria as próprias condições de possibilidades de ataques contínuos ao meio ambiente, inclusive aos animais humanos e não humanos, cujas vidas são sempre desvalorizadas pelo racismo, pelo patriarcado e pelo especismo. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><u><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">Ecologia decolonial</span></u><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> articula a confrontação das questões ecológicas contemporâneas com a emancipação da fratura colonial, com a “saída do porão do navio negreiro”. Trata-se de questionar as maneiras coloniais de habitar a Terra e de viver junto. O confronto das destruições ecossistêmicas está intimamente ligado a uma exigência de igualdade e de emancipação. Ela compreende também relações específicas com não humanos, paisagens e terras. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Da Fratura ambiental à Fratura colonial e vice-versa, tem como questão central a crise ecológica, decorrente da constatação de que a poluição, as perdas de biodiversidade e o aquecimento global são os vestígios materiais desse habitar colonial da Terra, compreendendo desigualdades sociais globais, discriminações de gênero e de raça. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">As exclusões sociais e políticas dos ex-escravizados, dos pobres, dos racializados e das mulheres manifestam-se também por meio da contaminação de seus corpos biológicos pelos produtos tóxicos das plantações e das fábricas, pelas desigualdades de exposição, de tratamento e de pesquisas médicas sobre as consequências dessas exposições.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Longe de uma oposição entre causa animal, causa Negra e causa feminista, essas diversas alianças interespécies contra o habitar colonial continuam sendo hoje as chaves de um “navio-mundo”. Um “navio-mundo” guiado pelos ventos da justiça, onde humanos e não humanos possam viver juntos. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Compor um mundo plural, diverso e transgeracional a partir das pluralidades humanas e não humanas na Terra. Essa tarefa desdobra-se, no mínimo, nos planos ontológicos, estético e político. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">O fato de tudo estar conectado ao todo não permite, necessariamente, pensar como esse todo se torna o mundo nem pensar os desafios de igualdade e de justiça. O mundo é fruto de um agir conjunto. A ecologia do mundo requer uma cosmopolítica da relação”.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Antonio Bispo nos sugere: </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">“Modos e falas, para contrariar o colonialismo: Se o inimigo adora dizer desenvolvimento isso é ruim, a palavra boa é “envolvimento”. Para enfraquecer o desenvolvimento sustentável, nós trouxemos a biointeração; para a coincidência, trouxemos a confluência; para o saber sintético, o saber orgânico; para o transporte, a transfluência; para o dinheiro (ou a troca), o compartilhamento; para a colonização a </span><u><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">contracolonização</span></u><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">.... e assim por diante. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Antonio Bispo - O grande debate hoje é o debate decolonial, que só consigo compreender como a depressão do colonialismo, como a sua deteriorização, decomposição. É importante se defender, mas não é necessário atacar agora. Não precisamos destruir os colonialistas. Deixemos que vivam, desde que vivam com o sol deles e não venham roubar o nosso sol ou o nosso vento. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">O mundo é grande e tem lugar para todo mundo. O mundo é redondo exatamente para as pessoas não se atropelarem. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">As pessoas falam de racismo, mas discutem o racismo apenas dentro da espécie humana. Mas a questão é mais ampla. Basta pensar nas variedades de peixes que tínhamos naquele tempo e em quantas temos hoje. Peixes que não são criados em cativeiros. Não são mais considerados peixes em alguns lugares. O racismo acontece contra todas as vidas. Não temos mais peixes nos rios porque jogam veneno nas plantações no período da piracema, durante a reprodução dos peixes. Desmataram as matas e não desce mais matéria orgânica para os rios. As águas que iam para o rio levando matéria orgânica agora vão levando veneno.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Nós pensamos sempre na circularidade, quebrando o monismo, a dualidade e o binarismo. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Quando eles falam em “globalizar”, estão dizendo “unificar”. Quando dizemos “globo”, estamos englobando e, ao mesmo tempo, reconhecendo as individualidades que existem dentro do globo. Essa é uma questão germinante, que precisa ser tratada e cultivada. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Dentro do reino animal, só existe política na espécie humana. Nas outras espécies, existe a autogestão.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">A política é eurocristão monoteísta e a cosmopolítica também é uma invenção eurocristã. O nosso movimento é o movimento da transfluência. Transfluindo somos começo, meio e começo. Porque a gente transflui, conflui e transflui. Conflui, transflui e conflui. A ordem pode ser qualquer uma. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Os colonialistas, povos sintéticos, são lineares e não transfluem, eles apenas refluem, porque são o povo do transporte. Os eurocristãos colonialistas só podem ir e refluir, porque não circulam, como nós o transporte vai e volta, em linha reta. Já no sistema cosmológico, não há refluência. A água não reflui, ela transflui, e por transfluir, chega ao lugar de onde partiu, na circularidade”. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Kardec já nos mostrava este caminho através das Leis morais, no livro 3 do livro dos Espíritos, principalmente com a Lei de Justiça, amor e caridade. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> <span style="font-family: Arial;">“A lei de amor e de justiça proíbe que se faça a outrem o que não queremos que nos seja feito, e condena, por esse mesmo princípio, todo meio de adquirir que o contrarie”. </span></span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Bibliografia</span><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Césaire Aimé: Discurso sobre o colonialismo. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Ed. Veneta.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Fanon, Frantz: Pele negra, Máscaras Brancas. Ed. Ubu.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Ferdiand, Malcom – Uma ecologia decolonial – Pensar a partir do mundo caribenho. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Ed. Ubu.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Galeano, Eduardo – Las venas abiertas de América Latina. Siglo Veintiuno editores. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Kardec, Allan – Livro dos Espíritos. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Ed. Lake.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Santos, Antônio Bispo dos – A terra dá, a terra quer. Ed. Ubu.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Vergès, Francoise – Um feminismo decolonial. Ed. Ubu</span><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><p></p>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-57331438645350701852024-03-24T12:04:00.002-03:002024-03-24T12:04:35.525-03:00Vivemos numa época pós-moralista?<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMngjtXCCiQF-YX6WWQ0ZwoOpuaZBIiD7MlXImN62So_6Prx-IxdBsDtUFbRk7Du0aD1eR0yUffVRPE6Sh_oXf-LjjyvXBO3xk3LKu2OwPNj210mQx6x8sCazJbeG-E-Dp90AnJbRyXy-hFIJKJyhLZKbDmySLhFhH1AnIrk67CnKOZKYVYsq2KtBx47xi/s1600/Artigo%20%C3%81gora%20dia%2024%2004%202024.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMngjtXCCiQF-YX6WWQ0ZwoOpuaZBIiD7MlXImN62So_6Prx-IxdBsDtUFbRk7Du0aD1eR0yUffVRPE6Sh_oXf-LjjyvXBO3xk3LKu2OwPNj210mQx6x8sCazJbeG-E-Dp90AnJbRyXy-hFIJKJyhLZKbDmySLhFhH1AnIrk67CnKOZKYVYsq2KtBx47xi/w329-h180/Artigo%20%C3%81gora%20dia%2024%2004%202024.png" width="329" /></a></div><br /><p></p><p><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Podemos
pensar numa moral-humanista-espírita, diante dos desafios e complexidades do
século 21? Herculano Pires afirmou que: “O homem é um projeto, um ser que se
lança na existência e a atravessa como uma flecha em direção à transcendência
que é o objetivo da existência” [1], realizando na vivência do mundo, no plano
individual e social, uma síntese dialética de seu desenvolvimento
interexistencial[2]. Ora, isto significa que o humano-espírito-complexo é um
ser inacabado, incompleto, faltante e, portanto, desejante, autônomo e
perfectível, isto é, passível de melhoramento. A filosofia espírita é humanista
na medida em que resgata a dignidade dos sujeitos como protagonistas de um
mundo melhor, mais sensível, humanitário, empático e amoroso. Eugenio Lara, reconhecido
pensador espírita, escreveu que:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">“O
humanismo espírita (...) se concretiza na evolução intelecto-moral dos seres
(..) no incessante desenvolvimento do ser humano. É por isso que o pensamento
espírita não se coaduna com sistemas que visem a desvalorização do elemento
humano, sejam eles religiosos, políticos ou econômicos. O ser humano deve
sempre emergir e ser o protagonista de qualquer projeto que objetive a
transformação social.”[3] <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Sabidamente,
Kardec considerava a moral de Jesus de Nazaré e a moral espírita uma mesma
coisa. Na condição de um europeu do século 19, o fundador da filosofia
espírita, assim como seus interlocutores espirituais, reconhecia em Jesus o
modelo ou padrão de comportamento e de amor que a humanidade deveria aspirar,
mesmo que, do ponto de vista epistemológico, o espiritismo se afaste da
configuração mítico-religiosa e dogmática do cristianismo. O que significa
dizer que: a moral-humanista-espírita não é, pelo menos no plano teórico, a
“moral ressentida” da tradição judaico-cristã apresentada na genealogia da
moral de Nietzsche. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O
inacabamento humano define que não há nenhuma pessoa absolutamente exemplar, no
sentido de perfeição, neste planeta e, portanto, ninguém deve desejar ser
literalmente como Buda, Sócrates, Jesus ou qualquer outro personagem histórico.
Se passássemos a viver, em termos de conduta, exatamente como Jesus, por
exemplo, seríamos banidos deste planeta. A reivindicação moral é, isto sim, uma
busca incessante por justiça, respeito, paz e dignidade, diante da injustiça,
desrespeito, violência e exploração. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Os
espíritas tradicionais veem no espiritismo, no entanto, uma continuação do
cristianismo católico, adaptado, mas permeado por uma moralidade ingênua, que
fundamenta os sofrimentos humanos e injustiças sociais com base, exclusiva, nas
provas e expiações e cuja compensação se dará no mundo espiritual. Essa
moralidade é justificada pelo imaginário teológico de gratificação e
compensação futura, produzindo um certo desprezo pela existência material, já
que tudo está conforme uma “ordem divina” e o foco é o melhoramento pessoal
para escapar do “umbral” e dos sofrimentos no além. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Essa
moral fechada, dogmática, maniqueísta, olhando o mundo a partir da dicotomia:
bem/mal, certo/errado, moral/imoral, desnaturaliza e desumaniza o
humano-espírito-complexo. Trata-se de uma moral dos costumes, conservadora,
reducionista e, de certa forma, ingênua. O risco de uma moral universal é o seu
totalitarismo. Por outro lado, a incompletude é o fundamento para a abertura,
em oposição ao fechamento. A condição inacabada do ser humano faz deste um ser
angustiado, capaz de pensar e repensar o seu estar-no-mundo e o regramento que
lhe é imposto pela cultura de seu tempo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Os
interlocutores espirituais de Allan Kardec afirmaram que: “A moral é a regra de
bem proceder. O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos” [4].
Kardec desenvolve a terceira parte de O Livro dos Espíritos para aprofundar
reflexões sobre diversos aspectos da vida privada e da vida pública, pois o
sentido de moralidade está fortemente relacionado aos valores éticos que nutrem
nossa vida em comum. Ele, inclusive como já mencionamos, afirma que: a mais
rigorosa justiça é o principio básico de todas as relações sociais[5]. Logo, a
“moral espírita” é, epistemologicamente, o que chamamos de uma “moral aberta”,
uma proposta não dogmática, não religiosa, para ressignificarmos, inclusive, o
que se define por “regra de bem proceder” no contexto da moral e da cultura
ocidental. É preciso refletir sobre a “sujeição do espírito encarnado a
imperativos que são estabelecidos como regras, onde este Ser precisa ser
obediente, mesmo que as bases que componham estas regras sejam diametralmente
opostas ao que verdadeiramente é este Ser” [6].<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O
movimento Hippie, nas décadas de 60/70, foi transgressor à obediência aos
valores conservadores de uma sociedade hipócrita. Defendia a liberdade sexual,
o amor livre de preconceitos, os direitos das mulheres, homossexuais e
lésbicas, ao mesmo tempo em que criticavam a sociedade consumista. Os hippies
não mudaram o mundo, mas influenciaram na mudança dos costumes e do regramento
moral. Hoje, há muitos homens realizando atividades domésticas, há muitas
mulheres independentes, que trabalham fora e ocupam funções hierarquicamente
superiores no mundo do trabalho. Embora, ainda exista grandes lutas para a
conquista da igualdade e de direitos numa sociedade estruturalmente
discriminatória como a nossa. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O
filósofo francês Gilles Lipovetsky considera que vivemos numa época
pós-moralista, de revitalização dos valores. Para ele, estamos na emergência de
uma nova cultura onde os valores não desaparecem, transformam-se! Não se trata
de um recuo ao estado de selvageria, mas da transição de uma ditadura moralista
implacável, onde o prazer era algo quase obsceno, pois imperava uma “moral do
sacrifício”: sacrificar-se por Deus, pela família, pelo trabalho, pela
pátria..., para uma “ética indolor dos tempos democráticos” [7]. Para ele,
estamos diante de uma “ética da responsabilidade”, do dever desonerado da noção
de sacrifício, o que expressa o esgotamento da moral do “é proibido proibir”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Contudo,
embora o ideal da “autonomia moral” tenha atingido discussões importantes na
hipermodernidade, envolvendo reflexões sobre democracia, liberdade e as redes
sociais, surge a necessidade de um contrapeso à tendência individualista de
eximir-se das responsabilidades éticas individuais e sociais. Então, um mundo
pós-moralista implica, não num mundo desordenado e caótico, mas na irrupção de
uma consciência de comprometimento pessoal com uma sociedade mais humanizada.
Significa dizer, portanto, que nem a moral cristã, nem o espiritismo estão
aptos para, isoladamente, redefinirem o mundo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Existem,
certamente, possíveis contribuições da moral de Jesus e da ética espírita para
fomentar essa “consciência de comprometimento”, que não é apenas individual,
mas também, social. A perspectiva da reencarnação, quando bem compreendida,
poderá favorecer uma consciência antissegregacionista, antifascista,
antirracista, e demais formas agressivas e umbilicais de exclusão e opressão
dos outros. Não precisamos mais de um moralismo reacionário. Necessitamos,
urgentemente, de humanos humanizados, empáticos, comprometidos com uma
sociedade mais amorosa e afetiva. O espiritismo, dialogando com os dilemas do
século 21, poderá contribuir para uma moral sem moralismo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O
movimento espírita, hegemônico, conservador, tradicionalmente se reveste de
ilusões sobre uma suposta “regeneração moral da humanidade”. Os espíritas
tradicionais vivem numa espécie de “mundo paralelo” que não dialoga, ou raras
vezes o faz, com o mundo real. Lipovetsky resume bem, em sua reflexão
filosófica, algo no qual os espíritas deveriam meditar: “Não estamos precisando
de exortações à prática da virtude integral, mas de uma inteligência
responsável e de um humanismo aplicado, únicos meios capazes de enfrentar os
desafios de nossa época”[8].<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">A
discussão sobre o direito da mulher que sofreu estupro, em praticar o aborto
assistido pelo Estado, é moralmente condenado nos meios religiosos e espíritas
tradicionais. Estamos falando do direito ao aborto num contexto específico de
violência sexual, já que não se trata de uma gravidez normal, fruto de uma
relação amorosa consensual. O direito ao corpo é um direito moral, não
moralista. Não pretendemos aprofundar este assunto, o trazemos aqui apenas para
simbolizar a relação assimétrica existente entre moralismo e humanismo. Mais
uma vez, reiteramos que não estamos exortando a prática do aborto. Entretanto,
entendemos que se trata de um tema que transcende, em muito, o “velho paradigma
da moral ocidental”. Normalmente, tal discussão remete para a culpabilidade da
mulher que de vítima, passa a ser algoz. O debate sobre questões complexas é
interditado nas instituições espíritas, geralmente, com tons de censura. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Presumivelmente,
a “posse da verdade”, nos meios conservadores, determina o paradigma da versão
de comportamento produzida e aceita, refletindo interesses hegemônicos que
pretendem calar ideias e vozes dissonantes. A revitalização dos valores, no
mundo atual, permanece um enorme desafio. A moral humanista espírita, em vários
sentidos, subsiste marginal, mas o pensamento é – felizmente, transgressor. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">NOTAS<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1]
PIRES, J. Herculano. Curso Dinâmico de Espiritismo. XII. Colaboração
interexistencial. p. 74.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[2]
Termo desenvolvido por Herculano Pires para significar o processo de vivências
do humano-espírito, ora na existência biológica, ora no mundo invisível. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[3]
LARA, Eugenio. Breve Ensaio sobre o Humanismo Espírita. p. 59.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[4]
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 629.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[5]
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Introdução. O objetivo desta
obra. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[6]
JUNIOR, Alexandre. Espiritismo, Educação, Gênero e Sexualidades. Um Diálogo com
as Questões Sociais. p.103.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[7]
LIPOVETSKY, Gilles. A Sociedade Pós-Moralista. O crepúsculo do dever e a ética
indolor dos novos tempos democráticos. p.185-187.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[8]
Idem. p. 190.<o:p></o:p></span></p><br /><p></p>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-60960769187181309592024-03-06T18:05:00.002-03:002024-03-06T18:05:57.695-03:00Um comentário espírita sobre o massacre israelense na Palestina<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiva2oBmN18n0A-EkKLFIBPj9gw2KPXLbm5A9CTKUu5-WV0GoFfj06mrYJWY4NBAyGGML21pzIwmyyVP2GAgtqfUUuh35mAvWrzIgr30BM2MMYfmuF-xHVNZHbWo1S3MbRxFHuGw3RnojzrUWp_7o1mgXYNz5WkzmTWVwpHgKWjLrU-83hG8fGGRUkuS-6i/s2560/Artigo%20Saulo%20Monteiro.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1440" data-original-width="2560" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiva2oBmN18n0A-EkKLFIBPj9gw2KPXLbm5A9CTKUu5-WV0GoFfj06mrYJWY4NBAyGGML21pzIwmyyVP2GAgtqfUUuh35mAvWrzIgr30BM2MMYfmuF-xHVNZHbWo1S3MbRxFHuGw3RnojzrUWp_7o1mgXYNz5WkzmTWVwpHgKWjLrU-83hG8fGGRUkuS-6i/s320/Artigo%20Saulo%20Monteiro.png" width="320" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-spacerun: 'yes';"><br /></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Calibri;">De forma genérica, sabemos que, para a Filosofia espírita, a guerra é fruto de uma p</span><span style="font-family: Calibri;">redominância da natureza animal sobre a natureza espiritual. Para nós, fica claro que a guerra é sempre considerada um mal. Não há conflito armado bom ou justo, ele, afinal, é fruto do insucesso do diálogo, da diplomacia. Quando duas pessoas, grupos, partidos ou países se lançam à luta armada, já foi perdida a possibilidade de resolução de questões de modo humano, educado, respeitoso. Isso será sempre lamentável.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';">Os imortais propõem ainda que, à medida que o ser humano progride, menos frequente se torna a guerra, porque ele lhe evita as causas. A guerra é uma coisa que vai acabar, que está relacionada à baixa capacidade humana de exercer empatia, de se colocar no lugar do outro, de tentar ver os diversos ângulos de um problema e as perspectivas dos outros. </span><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';">No entanto, reconhecemos que, para o nível de opressão sistemática em que a Terra ainda se encontra, pode haver casos em </span><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';">que </span><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';">a guerra se torna a única escolha possível, como nos casos do colonialismo, por exemplo, em que guerra é feita por impulso de liberdade e o progresso. Há casos em que uma violência territorial tira a soberania de alguém, muitas vezes do forte contra o mais fraco. E são em condições análogas a essas que a Filosofia espírita ensina o que deve ser sempre defendido. Há momentos em que os direitos básicos à sua própria humanidade são negados a certo povo ou grupo étnico; há relatos de pessoas que ficam prisioneiras a céu aberto, com seu direito de ir e vir suspenso; conhecemos histórias de acordos internacionais que são desrespeitados em nome de interesses mesquinhos materiais ou em nome de uma pretensa superioridade religiosa.</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';">E, infelizmente, essa triste lista faz parte da ação histórica do estado de Israel sobre a Palestina, que vê, assustada, a própria convenção da ONU desrespeitada. Em 1948, o estado de Israel foi criado por essa entidade e a Palestina dividida. Desde então, a área destinada ao povo árabe já era bem menor, apesar de ser uma população numerosa. De lá para cá, o mais forte sempre se impôs e foi, progressivamente, diminuindo as terras que eram por direito das famílias palestinas, que passaram a viver em assentamentos, quase sempre sob tensão constante de guerra.</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';">Enquanto a pergunta for quem começou primeiro, realmente a guerra árabe israelense não vai acabar. Mas também não dá para esperarmos que um povo se veja contra a parede, sem direitos humanos e não reaja, em nome da liberdade e do progresso, como disseram os espíritos a Kardec. </span><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';">Ao tomarmos um lado e defendermos os direitos do povo palestino que vê suas crianças mortas ou jogadas na orfandade, não estamos justificando as ações terroristas do Hamas, inaceitáveis também, mas não é mais possível chamar o que vem acontecendo em Gaza nos últimos dias de guerra. É um massacre. Alguém ainda pode perguntar: mas são respostas de Israel aos terroristas, que devem se render. Mas e os civis mortos na Cisjordânia, onde nem tem Hamas? Em nome do seu direito, Israel se lança à suspensão do direito mais básico do cidadão palestino, que é o de viver.</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';">Apoiado pelos EUA – que mais uma vez votou contra o cessar fogo no conselho de segurança da ONU –, o estado de Israel comete crimes de guerra e pratica um genocídio, legitimado por Washington, que defende claramente seus interesses armamentistas. Mais uma vez, o capital supera o ser humano, e a morte se estabelece com via possível. Não era para ser assim!</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';">Como espírita, sinto-me no dever de me somar à defesa palestina. Quem no nosso meio, pelo rumo que as coisas tomaram, se coloca ainda ao lado dos empreendimentos israelenses, ficou cego por sua ideologia de extrema direita e pelos meios de comunicação enviesados que consultam. Contudo, pode ser coisa pior: eles sejam mesmo etnocidas.</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';">Palestina livre!</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: AGaramond-Regular; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 114%; margin-bottom: 19,2000pt; mso-para-margin-bottom: 1,6000gd;"><span style="font-family: Calibri; font-size: 14,0000pt; line-height: 114%; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><div><span data-canva-clipboard="ewAiAGEAIgA6ADUALAAiAGgAIgA6ACIAdwB3AHcALgBjAGEAbgB2AGEALgBjAG8AbQAiACwAIgBjACIAOgAiAEQAQQBGAC0AeABIAHQAcgByADAANAAiACwAIgBpACIAOgAiAGwAZgBCAHoASgAyAE0ASQBpAFMAOABkAHAAVgBRAE4AcQBYAFAAVwBBAGcAIgAsACIAYgAiADoAMQA3ADAAOQA3ADUANgA0ADcANQA1ADEANwAsACIAQQA/ACIAOgAiAEEAIgAsACIAQQAiADoAewAiAEMAIgA6ACIAIwAwADkAOABlADkANgAiAH0ALAAiAEIAIgA6ADIANQA2ADAALAAiAEMAIgA6ADEANAA0ADAAfQA="></span></div>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-35967307110457384822023-06-12T17:07:00.000-03:002023-06-12T17:07:54.514-03:00Espiritismo na Matta<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYBHe-eq9roK7y8gH0_fISiSoALw6f2CzzMFpMDZPn_S3BjYp7Pzxg4tYUq8ScvH8jNtJJm2q7eWklskhlQFoSJNKmHHus8vIUUEtA-_L_X2pCU1fjHIAZa-ssNR8qGvSyMH-vpzAZc4qllrbHk2Qsqv7qIwmpYafyWmDb6jJ3XuvNZyjga31nPYMOfw/s1004/artigo%20O%20Espiritismo%20na%20Matta%20Leonardo%20Rodrigues.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="591" data-original-width="1004" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYBHe-eq9roK7y8gH0_fISiSoALw6f2CzzMFpMDZPn_S3BjYp7Pzxg4tYUq8ScvH8jNtJJm2q7eWklskhlQFoSJNKmHHus8vIUUEtA-_L_X2pCU1fjHIAZa-ssNR8qGvSyMH-vpzAZc4qllrbHk2Qsqv7qIwmpYafyWmDb6jJ3XuvNZyjga31nPYMOfw/w400-h235/artigo%20O%20Espiritismo%20na%20Matta%20Leonardo%20Rodrigues.jpeg" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><b><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;"><br /></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><b><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">Espiritismo na Matta</span></b><b><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><b><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;"><br /></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><b><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">Por Leonardo Rodrigues</span></b></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><b><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;"><br /></span></b></p><p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: Arial;">Do que me chamaram, mudou quem fui?</span></i><i><span style="font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></i></p><p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: Arial;">Do que me chamarem, mudará quem sou?</span></i><i><span style="font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></i></p><p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: Arial;">Espiritismo? Espírita? Chamem do que quiser!</span></i><i><span style="font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></i></p><p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: Arial;">Mas por favor, olhem pra essência!</span></i><i><span style="font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></i></p><p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><i><span style="font-family: Arial;">Ana Lúcia</span></i></b><b><i><span style="font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></i></b></p><p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><i><span style="font-family: Arial;"> </span></i></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Era uma quinta-feira, de 5 de janeiro de 2023, véspera em que a igreja católica comemora o Dia de Reis, ou Festa de Santos Reis, em referência aos magos que visitaram o menino Yeshua, para reverenciar sua vinda, sua aparição neste mundo</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">,</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">n</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">o entanto, a palavra rei, ou reis, não consta em nenhum dos evangelhos. O termo usado é simplesmente magos, que vieram, diz o evangelista Mateus, do oriente, trazendo para o menino e seus pais, entre outras coisas, ervas para incenso. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Pouco sabemos sobre esses magos e que magias praticavam. Sabemos que as magias, e entre elas o uso de incensos, utilizados por certas pessoas, especialmente por um tipo de mulher, seria proibida com pena de morte, por homens, que séculos depois daqueles dias, diziam-se seguidores do mesmo menino, nascido, nas cercanias</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> de</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> Belém. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Naquela festa, no distrito de Mata Velha</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">, pertencente a Dom Pedro, no Maranhão, na antiga região da</span><b><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;"> Matta</span></b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">, encontrei um padre, ou melhor, um bispo concluindo o seu ritual celebrativo. O público era variado, uma cena linda de se ver, algumas senhoras e meninas usavam turbantes e homens com faixas de panos na cabeça, muitos de pés descalços e outras com crianças para serem batizadas, tornadas cristãs na tradição dos que ali estavam e do homem vestido em panos longos, e com a mesa cheia de aparatos, como óleos, água benta. O rito que era realizado no meio da rua, com pouca iluminação e na frente de uma casa que continha a inscrição: </span><i><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">Tenda Santa Bárbara</span></i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">. Laise, uma amiga, integrante do Centro Espírita Jesus de Nazaré, que foi conhecer aquela experiência, tira a foto e manda por watsapp para a companheira Zelina, que tinha ficado na cidade e me mostra sorrindo a sua resposta, que questiona: “Mas vocês não tinham ido pra uma festa de terreiro? E esse padre?”. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">O padre, a mais de uma década celebra a missa naquele festejo, é amigo e compadre de Mãe Rita, uma senhora de 74 anos, que acompanhava a missa de pés descalços, usando uma linda saia verde de seda e uma blusa branca, com um lenço na cabeça, rezando e seguindo todo o rito do sacerdote presente. É ela (ou </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Tereza Légua), que ao fim da celebração, entra na tenda, enfeitada com fitas e </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">santos católicos, pouquíssimas cadeiras para sentar, chão de cimento queimado, uma janela para mirar uma lua, que naquela noite era cheia, e alumiava o tambor feito de oco de Pau D´arco e couro de boi, sendo esquentado na fogueira. Essa senhora de voz firme, pega o microfone e brada: </span><i><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">Vai começar o Espiritismo</span></i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">! Os amigos do Centro Espírita Jesus de Nazaré, de Dom Pedro, se entreolham, eu provoco, claro! Onde estamos? Que Espiritismo é esse? Sorrimos todos!</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Quem interromperia aquela força, vinda das matas, herdeira dos africanos escravizados, que ali fora em quantidade maior que todo o país, para lhe desmentir a qualificação de espiritismo o que ia acontecer? </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Ali, na Tenda Santa Barbara, estavam presentes outras representações de terreiros, em sua maioria mulheres, mães de santo e seus filhos iniciados e em processo de iniciação. Funcionava o encontro como um seminário, onde cada uma levava a sua comunidade, espécie de conferência aberta dentro da mata onde tudo era relacional, e os encantados</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">, incorporados, também conversam entre si e com os dançantes, tanto quanto com os visitantes, que podem pedir um dedinho de prosa com a entidade: “ Quando meu guia incorporar, você pode conversar melhor com ele, e ele vai te explicar tudo o que está acontecendo aqui”, me disse uma das mães de santo, conversando comigo na calçada, antes de entrar no salão. É uma acessibilidade de dois tipos, ao portador da mediunidade, e ao guia espiritual. Penso na acessibilidade no outro contexto, quando fui p</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">a</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">ra um congresso espírita e vi o medianeiro e conferencista cercado de proteção, leio a atitude, posso estar equivocado, como um esquema de colocá-lo distante e de preservar uma aura de ser extraordinário.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -56,7500pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Observando as danças circulares, um amigo questiona:</span><b><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;"> </span></b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Pra que dançar? Não entendo o sentido disso! </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -56,7500pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Rumi poderia responder: </span><b><span class="16" style="background: rgb(255, 255, 255); color: #222222; font-family: Arial; line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial;">“</span></span></b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">O amor eleva aos céus nossos corpos terrenos, e faz até os montes dançarem de alegria!”. A</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">costumados a mesas postas em destaque para que um tipo de autoridade, cadeiras enfileiradas, privando a relação, estranha-se quando desaparece o palco e a mesa, e acrescenta-se tambor, danças, gente pobre e negra como protagonistas do processo. E se isso for chamado de espiritismo, talvez fique ainda mais estranho. Por ser diferente as formas de fazer, também de acolher, será menos espiritismo?</span><span class="16" style="background: rgb(255, 255, 255); color: #222222; font-family: Arial; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Allan Kardec, confesso a vocês que naquela noite, em estado de oração, o convidei para ir na Mata Velha, ver tudo o que acontecia ali, traz um conceito de espiritismo muito interessante:</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 106,2000pt; margin-right: 42,4500pt; mso-para-margin-left: 0,0000gd; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><i><span style="font-family: Arial;">“Tanto a história sagrada quanto a profana provam a </span></i><b><i><span style="font-family: Arial;">antiguidade e a universalidade</span></i></b><i><span style="font-family: Arial;"> dessa crença, que se perpetuou através de todas as vicissitudes por que tem passado o mundo, e se mostra, entre os mais </span></i><b><i><span style="font-family: Arial;">selvagens povos</span></i></b><i><span style="font-family: Arial;">, no estado de ideias inatas e intuitivas, e tão gravadas no pensamento como a do Ente supremo e a da existência futura. </span></i><b><i><span style="font-family: Arial;">O Espiritismo, pois, não é uma criação moderna</span></i></b><i><span style="font-family: Arial;">; tudo prova que os </span></i><b><i><span style="font-family: Arial;">antigos o conheciam tão bem, ou talvez melhor que nós</span></i></b><i><span style="font-family: Arial;">”. </span></i><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">( KARDEC, 2013 P.66)</span><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 106,2000pt; margin-right: 42,4500pt; mso-para-margin-left: 0,0000gd; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Três palavras me chamam a atenção, quatro na verdade, mas vamos começar por essas três: </span><b><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">antiguidade</span></b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">, </span><b><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">universalidade</span></b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> e </span><b><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">moderna</span></b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">. De que antiguidade estava ele falando. Qual o alcance dessa antiguidade, a idade antiga, que pode ser entendida entre uns 4.000 anos antes de Cristo? Esse tempo pode estar ligado às práticas de comunicabilidade com os espíritos, como vai nos informar Leon Denis</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> na sua obra Depois da Morte, ocorridas na Índia, Egito, Grécia, Gália, como podemos verificar em suas palavras: </span><i><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">Os druidas comunicavam-se com o mundo Invisível; mil testemunhas o atestam. Nos recintos de pedra evocavam os mortos. As druidesas e os bardos proferiam oráculos (...) A </span></i><b><i><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">ciência</span></i></b><i><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;"> do mundo invisível constituía um dos ramos mais importantes - do ensino reservado. Por ela se havia sabido deduzir, do conjunto dos fenômenos, a lei das relações que unem o mundo terrestre ao mundo dos Espíritos</span></i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">; </span><span style="background: rgb(255,255,255); color: #462907; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-shading: rgb(255,255,255); mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Antiguidade pode também referir-se as comunidades cristãs, como escreve Artur Conan Doyle</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">: </span><i><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">A primitiva igreja cristã viveu </span></i><b><i><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">saturada de Espiritismo</span></i></b><i><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;"> e não parece que tenha atendido às proibições do Velho Testamento, as quais objetivavam reservar esses poderes para uso e proveito do clero</span></i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">O outro termo, o moderno, foi usado por boa parte de investigadores do século XIX, para designar o conjunto das manifestações, e comunicabilidade com os </span><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">Espír</span><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">itos.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> <span style="font-family: Arial;">“Moderno Espiritualismo” é a terminologia que vamos encontrar em vários livros daquele tempo. Mas, na publicação de O Livro dos Espíritos em 1857, Kardec argumenta que o termo espiritualismo seria muito genérico e propôs chamar de Espiritismo, ciente de que para coisas novas, como ele dizia, precisávamos de termos novos. Dois anos depois, na obra O Que é o Espiritismo</span></span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">, Kardec reconhece que não se tratava de coisa nova, moderna, mas de coisa antiga e universal. Ou seja, não pertencia ao domínio de uma cultura e de um tempo, e cada povo o vivenciou conforme seu entendimento. E que caracteriza o moderno, é o método usado para investigar os fenômenos e uma prática, conforme a cultural racional científica do seu tempo, fortemente influenciada pelas ideias iluministas, um movimento importante para uma ruptura de um domínio de um tipo religioso, que emperrava o livre pensamento e o desenvolvimento das ciências, mas que não deixou de lançar preconceitos sobre outros fazeres e formas de pensar o mundo, fora de um eixo de uma criticidade eminentemente europeia, qualificando como atrasado o pensamento de outras culturas, principalmente as culturas.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">O mundo antigo nem é sinônimo de atraso, nem o moderno de evoluído, temos que refletir melhor o que temos chamado de evolução e se ela acontece numa linearidade de tipo cronológica. Uma prática antiga não é necessariamente um erro, nem uma pratica moderna é necessariamente um acerto. Não </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">devemos</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> pautar uma prática como verdadeira ou falsa, baseada na sua antiguidade e nem tão pouco na sua localidade, seja ela a cidade, ou a </span><b><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">selva,</span></b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> a quarta palavra que eu queria trazer, para irmos concluindo essas provocações. A cidade por apresentar um aparato de construções diferenciadas, e intervenções que pudessem “melhorar” as condições de vida dos seus habitantes, com facilidades no deslocamento, na comunicabilidade entre as pessoas, foi chamada de evoluída, e a selva ficou como sinônimo de atraso. Apenas hoje, vamos percebendo as tecnologias selvagens, como as das árvores, que podem sinalizar o seu estado de saúde e adoecimento, para uma outra árvore que se encontra a mais de 5 mil quilômetros do seu território.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Chamamos de colonialismo, não só o processo de invasão da Europa sobre outros continentes, não para desenvolver, mas para explorar e se apropriar de riquezas naturais dos continentes africanos e pindorâmicos</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> , mas também a sua imposição de crença e cultura, sufocando e exterminando os saberes dos povos colonizados. Uma das estratégias do posseiro colonizador era dar nome às coisas já nomeada, apagar a língua local e implementar a sua, e apenas a sua. Como já nascemos sobre o império colonial, não percebemos que estamos colonizados de diferentes modos, achamos natural chamar essa terra de Brasil, quando em alguns lugares em tupi se chamava Pindorama, a terra das palmeiras (nome de um clube recreativo em Dom Pedro, que nunca soube o sentido e de onde vinha), chamamos genericamente de índios, povos que possuem seus nomes próprios, como Anacé, Kanindé, Tapeba, Gujajara, Yanomame. Se diz que a língua oficial do Brasil é o português, e é porque foi imposto, embora se fale mais de trezentos idiomas em Pindorama.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> Esse processo foi tão danoso às nossas vidas, com um tipo de pensar unilateral, de uma verdade única, e de um poder que se impõe sobre outros saberes e culturas, que vamos encontrar uma grande dificuldade na comunidade dita Espírita Kardecista em aceitar que os termos Espiritismo e Espírita, sejam adotados fora de um tipo de prática convencional e pertencente a determinadas instituições formais denominadas centros espíritas. E dizendo isso, não quero carimbar as prática de outras tradições, e com esse carimbo impor um tipo de entendimento, é saber a relevância de um conceito de tipo sintético, que pode expressar a essência de uma coisa, embora possa ela manifestar-se diferente. É quando a coisa tem natureza própria, e sem dono e da</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">í</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> podemos chamar com nomes diferentes, ou com nomes iguais, sem que isso tire a natureza da coisa em si mesma.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">A quem pertence o poder de nomear? Será possível um tipo de autoridade legitimada para dar nomes às coisas materiais e imateriais? Que poder autoriza Hypolite Léon Denizard a chamar as tradições de Mãe Rita de Espiritismo, herdeira da ancestralidade afro-pindorâmica e, ao mesmo tempo, a desautoriza a reconhecer a sua prática como Espírita? </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">A senhora da mata, a guardiã da prática medianímica, herdeira daquela luta de que o próprio Kardec falou, resistiu bravamente às perseguições e apagamentos, está investida de autoridade de aceitar ou não o nome que se lhe dá, o termo novo, para sua prática antiga e o seu reconhecimento revela que a sua compreensão é sintética e remete a essência espírita. Se a adoção do nome, é um processo de tipo sintético, e não colonizado, se parte do olhar do estranhado e perseguido e não da imposição do colonizador, deveríamos antes nos alegrar com tal nominação, que pode igualmente ser um convite para um dialogo intermundos.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Mas para tanto, precisamos superar o espanto. Se a música de Sebastian Bach, que tocou em missas nas igrejas da Alemanha, no século XVIII é reproduzida nos centros espíritas, parece tudo bem, todos fecham os olhos e se recolhem. Os corpos, se aconchegam nas cadeiras, em movimentos suaves, mas em movimentos. Mas se for Maria dos Anjos, uma negra, que também canta com voz melodiosa e abre os trabalhos na tenda, acompanhada de tambores, que remete às tradições da África e dos povos de Pindorama, e os corpos também se movimentam, em movimentos outros, que estranho!</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">O que chamamos de estranhamento também podemos chamar de preconceito e em alguns momentos mais graves, qualifica-lo de racismo. Formamos o nosso olhar baseado em heranças diferentes e entre elas está aquele de tipo colonial de que falamos, em que o saber é a verdade de tipo única e que deve se sobrepor à outras verdades, e o movimento espírita brasileiro não está isento dessa herança, por ser feito de gente, também de gente colonizada. Essa estranheza bem pode ser colonial, de verniz religioso, étnico, filosófico, científico, expressa em termos como místico, esotérico, atrasado, primitivo, selvagem. Temos que reconsiderar o lugar em que nos posicionamos, e admitir que o espiritismo não tem o nome para tudo, a última palavra para conceituar os saberes imanentes ou transcendentes, do contrário estaremos numa posição muito perigosa para dialogar com outros mundos, tanto os imanentes e oriundos da experiência da imersão do espírito na condição histórica desta terra, como os transcendentes que transem a diversidade de experiências dos espíritos em condições transistórica. Nesse sentido, é bom refletir com Boaventura</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">, que também faz uma revisão de um lugar que foi ocupado pela nação onde encarnou: </span><i><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">“O drama do universo cultural que se considera historicamente vencedor é não querer aprender nada dos universos culturais que se acostumou a derrotar e a ensinar” </span></i><i><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></i></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Que nos reserva ainda os saberes da selva? Há mundos diferentes, universos culturais construídos também por desencarnados, como o da Encantaria e não apenas das </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Colônias Espirituais? (olha o termo colônia aparecendo de novo!). É possível uma ciência das macumbas? Um que o passe, adoção de terapia pelos fluidos, seja dado em forma de giro ou soprado com fumaça como nos terreiros? </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Uma coisa, pode se ter diversas formas de fazeres, também de entendimentos, sem deixar de ser ela mesma? A luz do sol não uma, e no entanto não se apresenta em multicores conforme seja a capacidade de retenção e reflexão de seus raios?</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Toda palavra é de certo modo uma limitadora da realidade e insuficiente para expressar a sua totalidade. O que foi nomeado de Espiritismo, bem pode conter amplas verdades, ou melhor, uma diversidade de métodos, de fazeres, para entender e expressar uma realidade essencial, de centralidade na sobrevivência e comunicabilidade da individualidade que continua a existir após a morte, a desagregação de um tipo de corpo.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">A realidade é complexa, e para alguns mestres sufis, pode ter dezoito mil universos, e para enxerga-los todos, diz-se: </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: center; text-autospace: none; text-indent: 35,4500pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0,0000pt; margin-left: 106,2000pt; margin-right: 21,2500pt; mso-layout-grid-align: none; mso-para-margin-left: 0,0000gd; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><i><span style="font-family: Arial;">Este homem veria os dezoito mil universos através de dezoito mil olhos. Vê cada universo com o olho apropriado. O universo dos sentidos, com o olho dos sentidos; as questões da inteligência, como olho da inteligência; as intenções, como o olho do coração</span></i><i><span style="font-family: Arial;"> </span></i><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">(Ibn ARABI, 2012, páginas 26 e 27)</span><span style="font-family: Arial; font-size: 12,0000pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Será possível enxergarmos o Espiritismo sob diversas formas e admitir que pode ser ele mais complexo do que o que temos visto até agora? Aprendemos no Brasil que o Espiritismo foi codificado por Allan Kardec, apesar da investigação e a produção de saber espírita, estar acontecendo na Europa, como Itália, Russia, Inglaterra e na França, e nas Américas. Dizer isso, não é negar a grande influência de Kardec, mas reconhecer que o fenômeno não era centralizado, e segundo o lugar das manifestações, a cultura, e um tipo de pesquisador e pesquisa, a produção de saber poderia se dar de maneira diferente, não conferindo unicidade, sem anular os conhecimentos elaborados. Em vista disso, é possível admitirmos que assim como as ciências e as filosofias, podemos ter espiritismos? Ou não temos olhos para tanto?</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Olhando da condição de desencarnado, ou de encantamento (</span><i><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">enchanté</span></i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> no francês, tem esse sentido de encantamento, talvez bem muito próximo da encantaria), Kardec refletiu: </span><i><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;">Supondo-se que os seus adeptos humanos desapareçam, que as obras que o erigiram em corpo de doutrina sejam destruídas, ele ainda sobreviveria por tão longo tempo quanto a existência dos mundos e das leis que os regem. </span></i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">( Allan Kardec, 1868, página 431)</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Se entendo esse pensamento, o espiritismo seria uma força da natureza, um fenômeno natural, como o vento que sopra onde quer. Aqueles que sentem o vento, podem estudar sua influência nos fenômenos meteorológicos, produzir energia elétrica, ou brincar, dançando e empinando arraia, papagaio, para continuar falando a partir da cultura naquele Maranhão. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> Estou desembaçando do meu olhar de tudo que li e vi para vê a coisa em si mesma, o que ela pode me contar de si. Queria est</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">ar</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> no Dom Pedro e ter visto que no aniversário de 33 anos do Centro Espírita Jesus de Nazaré, enquanto o atual presidente da Federação Espírita do Estado do Maranhão, Fabio Carvalho, falava, Mãe Rita, a guardiã da Tenda Santa Bárbara, entrou em cortejo com os seus filhos enfeitados em roupas brancas e turbantes e por alguns instantes, algumas estranhezas abate</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">ram</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">-se sobre o público presente. O expositor interrompeu sua fala, desceu do púlpito e abraçou a convidada! Dias atrás, o sacerdote saíra da ilha para encontrá-la na mata para comungar em sua tenda. Agora, outro homem, do novo espiritismo, silencia e acolhe o ancestral, que saiu da mata e abraçou o novo. São símbolos de encontros, quiçá de um novo tempo, de novos espiritismos.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><br /></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">CItações </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 35,4500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">01 </span><span style="font-family: Calibri; text-align: left;">Vivência em estado de transe em Ubajara-CE, em que minha irmã, já desencarnada, se apresentava para mim, indicando que me acompanhava na escrita desse texto. Ela, que foi chamada muitos nomes: doidinha, caridosa, desatenta, alegre, valente...</span></p><p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Arial; text-align: justify;">02 </span><span style="font-family: Calibri; font-size: 10,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Desde muito, o distrito é nomeado Pedro II, mas todos conhecem por Mata Velha, acho importante essa resistência, acho mais interessante elogiar a mata que ao imperador.</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 10,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Calibri;">03 </span><span style="font-family: Calibri;">Tereza Légua é uma encantada, guia de Mãe Rita, em outra ocasião, ao entramos na Tenda Santa Bárbara, fomos recebidos e envolvidos por cerca de meia hora entre boas vindas e brincadeiras com a construção de pontos, terminado o momento, Mãe Rita veio falar com cada uma pessoa visitante, como se não as tivesse cumprimentado no inicio, e não tinha, a recepcionista havia sito Tereza Légua.</span></p><p align="justify" class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Calibri; text-align: left;">04 </span><span style="font-family: Calibri; font-size: 10,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Me chama a atenção de não encontrar nesse espaço nenhuma imagem referente à cultura afro-brasileiro, como Iemanjá, Pretos velhos, ou imagens referentes a orixás... Estou escrevendo outra reflexão naquele contesto, com o título: “Onde estão os Pretos Velhos?”</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 10,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Calibri; font-size: 10,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">05 </span><span style="font-family: Calibri; text-align: left;"><span style="font-family: Calibri;">“No Maranhão, o termo </span></span><i style="text-align: left;"><span style="font-family: Calibri;">encantado</span></i><span style="font-family: Calibri; text-align: left;"> , é usado nos terreiros de Mina, tanto nos fundados por africanos quanto nos mais novos e sincréticos, e nos salões de curadores ou pajés. Refere-se a uma categoria de seres espirituais, recebidos em transe mediúnico”. Encantados e Encantarias no folclore brasileiro – Mundicarmo Ferretti</span></p><p align="justify" class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="background: rgb(255, 255, 255);">06 </span><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #202122;">Maulana Jalaladim Maomé, conhecido como Al Rumi. Mestre sufi do século XIII, que criou o sama, um processo de oração, meditação e transe, através da dança circular.</span><o:p></o:p></p><p align="justify" class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #202122;">07 </span><span style="font-family: Calibri;">DENIS. Leon. Depois da Morte. São Paulo, 1994</span></p><p align="justify" class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #202122;">08 </span><span style="font-family: Calibri;"> </span><span style="font-family: Calibri;">Referencia</span></p><p align="justify" class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Calibri;">09 </span><span style="font-family: Calibri;"> O Que é o Espiritismo é lançado em junho de 1859. Destaco que é importante seguir a flexibilidade do pensamento de Kardec ao longo de suas obras.</span></p><p align="justify" class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Calibri; font-size: 10,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Calibri;">10 </span><span style="font-family: Calibri;"> Pindorama, é a terra das palmeiras, nome que alguns povos destas terra adotavam antes que os invasores a chamassem de Brasil. Nêgo Bispo, chama a atenção do termo como uma atitude contracolonial, de resistência ao colonialismo.</span></p><p align="justify" class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Calibri; text-align: left;">11 SANTOS, Boaventura de Sousa. </span><b style="text-align: left;"><span style="font-family: Calibri;">Decolonizar: Abrindo a história do presente</span></b><span style="font-family: Calibri; text-align: left;">. São Paulo: Boitempo, 2022</span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-family: Calibri;">12 É significativo como naturalizamos a narrativa do espírito André Luiz sobre Nosso Lar, um tipo de cidade com perfil europeu construída por portugueses desencarnados, a partir de um lugar onde habitava povos originários do Brasil, também desencarnados. Uma narrativa em muito similar ao processo de colonização, com forte noção de eurocentrismo. </span><i><span style="font-family: Calibri;">“Onde se congregam hoje vibrações delicadas e nobres, edifícios de fino lavor, misturavam-se as notas primitivas dos silvícolas do país e as construções infantis de suas mentes rudimentares.</span></i><span style="font-family: Calibri;"> ANDRÉ LUIZ (Espírito). Nosso Lar. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Página 52</span> </span></p><p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Calibri; font-size: 10,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">13 </span><span style="font-family: Calibri;">El Núcleo del Núcleo </span><span style="font-family: TimesNewRoman;">5ª edición: noviembre 2002. EDITORIAL SIRIO, S.A.</span></p><p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: TimesNewRoman;"><br /></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"></span></p><p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Calibri; font-size: 10,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: -28,3500pt; margin-right: -49,7000pt; text-align: justify; text-indent: 28,3500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Referências:</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -49,7000pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">AHLERT,Martina «Carregado em saia de encantado: transformação e pessoa no terecô de Codó (Maranhão, Brasil)», Etnográfica [Online], vol. 20 (2) | 2016, posto online no dia 29 junho 2016, consultado o 09 fevereiro 2022. URL: http://journals.openedition.org/etnografica/4276; DOI: https:// doi </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -49,7000pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">ANDRÉ LUIZ (Espírito). Nosso Lar. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Rio de Janeiro. Federação Espírita Brasileira 45ª 1996 </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -49,7000pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">IBN ARABI. El Núcleo del Núcleo 5ª edición: noviembre 2002. EDITORIAL SIRIO, S.A</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Federação Espírita Brasileira. 93a edição 2013</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">KARDEC, Allan. O Que é o Espiritismo. Federação Espírita Brasileira, Brasília, FEB, 2013. 56 ed.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Kardec, Allan. Revista Espírita 1869. Federação Espírita Brasileira, Brasília (DF) 4ª edição 2019</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">RUMI, Jalaluddin, Masnavi</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -49,7000pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">SANTOS, Boaventura de Sousa. Decolonizar: Abrindo a história do presente. São Paulo: Boitempo, 2022</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-12187427986698906072023-03-18T18:09:00.001-03:002023-03-20T15:09:13.925-03:00Espiritismo, Laicidade, Livre Pensar e as Relações Com a Atualidade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ7dv1P01_EVwxx2CaaxHtG43sQMX0zGPnH1GNLPaeA1QLe6-S42-PO6cFT-ilryz9zRBvnISstyLKryZ_8G9kuOMwZq40b44GV9RdqoGxf_h1iHMIuJafRm03zbP6WeVBP9vz3t0prpuPZZoPlUPjURoiDH_u9hmXWcMLYCybgPUO1-xPOj-yUITYDw/s939/Milton%20Medran%20Artigo.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="594" data-original-width="939" height="253" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ7dv1P01_EVwxx2CaaxHtG43sQMX0zGPnH1GNLPaeA1QLe6-S42-PO6cFT-ilryz9zRBvnISstyLKryZ_8G9kuOMwZq40b44GV9RdqoGxf_h1iHMIuJafRm03zbP6WeVBP9vz3t0prpuPZZoPlUPjURoiDH_u9hmXWcMLYCybgPUO1-xPOj-yUITYDw/w400-h253/Milton%20Medran%20Artigo.jpeg" width="400" /></a></div><br /><p><br /></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">ESPIRITISMO, LAICIDADE, LIVRE PENSAR E AS RELAÇÕES COM A ATUALIDADE</span></b><b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></b></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Milton Medran Moreira</span></b><b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><br /></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span><b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">A religião e o laicismo</span></b><b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">No dia 23 de setembro de 2012, quando ainda ocupava o trono da Santa Sé o pontífice recentemente desencarnado Bento XVI, publiquei no mais importante jornal de Porto Alegre, Zero Hora, o artigo “O Papa e o Laicismo”.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Comecei o texto reconhecendo: “Andou muito bem o Papa Bento XVI, em sua recente visita ao Oriente Médio, pedindo se respeite, ali, a liberdade religiosa e defendendo o laicismo por ele adjetivado como </span><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">saudável</span></i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">”.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Como todos sabemos, o cardeal alemão Joseph Ratzinger, então no papado, sempre demonstrou posições bastante conservadoras, diferentemente daquele que o iria suceder, o Papa Francisco, que ainda hoje está no cargo e a quem, com justiça, se atribuem posições muito progressistas e, em grande parte, coincidentes com os anseios modernos do pluralismo religioso e do secularismo.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Cerca de dois anos antes, numa visita à Espanha, para uma efeméride envolvendo as tradições religiosas de Santiago de Compostela, Bento XVI fizera um histórico da tradição cultural espanhola onde se incrementaram conceitos contemporâneos de laicidade. Lamentou que o laicismo então defendido se posicionava como anticlerical e contrário ao exercício de poderes tradicionalmente reconhecidos como exercitáveis pela Igreja. Naquela visita de 2010 à Espanha, Ratizinger sustentou que “para o futuro é necessário que não haja um enfrentamento, mas um encontro entre fé e laicismo”.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">No artigo “O Papa e o Laicismo” externei otimismo e até uma certa admiração, ao constatar que a Igreja, que, na época do surgimento do espiritismo, tanto combatera ideias como pluralismo religioso, liberdade de pensamento, e, notadamente, a retirada do poder eclesiástico a influenciar sobre os poderes seculares, agora, por seu representante maior, admitisse todas essas ideias da pós-modernidade, falando, inclusive em laicismo. Este, para ele, seria “saudável”, na medida em que não negasse Deus e a espiritualidade.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Consignei, então, no referido artigo:</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="break-after: avoid; margin-bottom: 0,0000pt; margin-top: 10,0000pt; mso-outline-level: 2; mso-pagination: lines-together; page-break-after: avoid; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-ansi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">“</span></i><b><i><span style="font-family: Arial;">O autêntico laicismo sempre é saudável porque, sem combater crenças individuais, admite a existência de uma gama infinita de formas de interpretar o divino e o humano, a consciência e o universo, buscando, no conjunto de tudo, o sentido da vida”.</span></i></b><b><i><span style="font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></i></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="break-after: avoid; line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-top: 10,0000pt; mso-outline-level: 2; mso-pagination: lines-together; page-break-after: avoid; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><b><i><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;"> </span></i></b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">E que:</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><b><span style="color: #4f81bd; font-family: Arial;"> </span></b><b><span style="color: #4f81bd; font-family: Arial;"> </span></b><b><span style="color: #4f81bd; font-family: Arial;">“</span></b><b><i><span style="font-family: Arial;">Paradoxalmente, aqueles mesmos que, ainda ontem, rebelaram-se contra a vitória do laicismo sobre a ditadura da fé, reconhecem, agora, que só numa sociedade genuinamente laica há espaço para vicejarem e crescerem os verdadeiros valores do espírito. Sinal dos tempos! Bons sinais. Plenamente concordes com a sentença de Jesus de Nazaré, segundo quem “o espírito sopra onde quer”. O que se pode ver é que, cada vez mais, espiritualidade passa a ser sinônimo de humanismo. Migra do inescrutável reinado do mistério e do dogma para o terreno aberto e democrático das experiências humanas contra cuja corrente, quase sempre, se posicionaram as castas sacerdotais. É a força do espírito livre, centelha divina presente no homem. A ela tudo, um dia se há de conformar. Inclusive as religiões, quando compreenderem que o verdadeiramente sagrado é o natural. Não o sobrenatural”.</span></i></b><b><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-ansi-font-style: italic; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></i></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span><b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Da teocracia à laicidade – um longo caminho.</span></b><b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span></b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Fiz o introito acima para destacar que a laicidade, diferentemente do que ocorreu praticamente em toda a história do cristianismo, é hoje um valor reconhecido como fundamental ao progresso, ao desenvolvimento de qualquer sociedade, sob os aspectos culturais e como estruturador dos valores atinentes ao humanismo.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Quando vemos um papa reconhecidamente conservador, como foi Bento XVI, falar em pluralismo religioso, em liberdade de pensamento e, especialmente, em laicismo, impossível não evocar o quanto, em toda sua história, o cristianismo combateu essas ideias, se havendo tornado, com eventos como as Cruzadas e o longo período da Inquisição, uma das mais violentas teocracias jamais existentes na história da humanidade</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"> </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Pois foi no Século XIX, período em que o espiritismo surgiu, na França, dali se espalhando a diversos outros países europeus, que esse conceito de laicidade ganhou força e consolidação no Ocidente cristão, embora suas bases teóricas tenham acontecido antes.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Na verdade, a</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"> visão teológica do mundo cristão sofreu profunda modificação com o advento da Modernidade. Durante todo o período que se convencionou chamar de Idade Média, uma poderosa teocracia dominara todo o Ocidente e parte do Oriente, onde o cristianismo também fizera prosélitos. Naquele contexto, Jesus de Nazaré, pouco a pouco, deixara de ser visto como o extraordinário codificador de uma doutrina moral libertadora para ser tido como próprio Deus, integrante da Santíssima Trindade, cujo sacrifício terreno teria o efeito de salvar o homem cristão (e somente este), libertando-o do pecado original que, segundo Agostinho (354/430), dera origem à “Civitas Terrena”, em oposição à “Civitas Dei”. Mesmo nas concepções mais racionais de Tomás de Aquino (1225/1274) e de sua Escolástica, que concedia valor ao Estado, o Direito Divino, do qual era guardiã a Igreja e seu Sumo Pontífice, estaria acima de qualquer poder estatal.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Esse foi o cenário que dominou o mundo cristão por toda a Antiguidade e Idade Média. Entre os séculos XV e XVI, entretanto, ocorre uma verdadeira revolução de ideias que viria a se denominar Renascimento.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Nada mais apropriado para caracterizar essa revolução do que a frase de Leonardo da Vinci:</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"> <span style="font-family: Arial;">“o homem é o modelo do mundo”.</span></span></i><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></i></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Fatores como a concepção copernicana substituindo a visão ptolomaica de que era a Terra o centro do Universo; a descoberta de novos continentes; a invenção da imprensa e a Reforma Protestante dividindo o cristianismo em dois blocos, geraram uma nova postura do homem perante si mesmo e ante a grande instituição até então todo poderosa que era a Igreja.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">É o </span><b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">humanismo </span></b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">valorizando o homem e guindando-o à condição de centro do universo conhecido, revivendo, dessa forma, a cultura helenística que o cristianismo houvera sepultado.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">O processo de modernidade que então explode, como bem definem os pensadores católicos Francisco Catão e Magno Vilela (</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Monopólio do Sagrado” -Editora Best Seller)</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-ansi-font-style: italic; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">“caracteriza-se pela ruptura e fragmentação, tanto da vida humana quando da sociedade. Nesse contexto, é quase obrigatório considerar-se a religião como uma estrutura sobrenatural imposta ao humano. Além de humilhado pela autoridade divina, o ser humano é colocado no papel de servo inútil, como condição de salvação. Por isso, na raiz da modernidade, a afirmação da autonomia humana vai se fazer antes de tudo contra a religião”. </span></i></b><b><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-ansi-font-style: italic; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></i></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"> </span></i></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Evidentemente que isso criaria conflito entre Estado e Igreja, habituada que estivera esta desde Constantino e de Teodósio, no Século 4º, a ocupar o papel de força reguladora e moralizadora do Estado e dos povos. A ética até então vigente era a ética religiosa. Agora, um novo paradigma apontava para a ética racional, com ou sem Deus.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Mas, o século do aparecimento do espiritismo, na Europa, foi quando, efetivamente, o Estado se libertou da Igreja. Isso não ocorreu, entretanto, sem uma reação vigorosa da Santa Sé. Praticamente todo o Século 19 e até as primeiras décadas do Século 20, o processo de laicização no Ocidente terminou por dar lugar a imensos conflitos entre Estado e Igreja, entre razão e religião.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-top: 12,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">São dessa época as mais duras manifestações eclesiásticas contra a liberdade, que, evidentemente, jamais seriam, hoje, subscritas pela Igreja. Provavelmente, a mais significativa delas seja a encíclica “Mirari Vos”, promulgada pelo Papa Gregório XVI (1832), versando sobre o que intitulava de “os erros modernos”, com um introito que justifica sua promulgação, porque, no dizer do Pontífice,</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"> </span></i></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-ansi-font-style: italic; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">“Violaram as leis, alteraram o direito, romperam a aliança eterna. Referimo-nos, Veneráveis Irmãos, às coisas que vedes com vossos mesmos olhos e que todos choramos com as mesmas lágrimas. É o triunfo de uma malícia sem freio, de uma ciência sem pudor, de uma dissolução sem limite. Deprecia-se a santidade das coisas sagradas; e a majestade do divino culto, que é tão poderosa como necessária, e, no entanto, é censurada, profanada e escarnecida. A partir daí, corrompe-se a santa doutrina e se disseminam com audácia erros de todo o gênero. Nem as leis sagradas, nem os direitos, nem as instituições, nem os santos ensinamentos estão a salvo dos ataques e das línguas malvadas”.</span></i></b><b><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-ansi-font-style: italic; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></i></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"> </span></i></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Nesse documento, o Bispo de Roma condena veementemente a chamada “liberdade de consciência”, que atribui ao indiferentismo religioso, do qual emana</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"> </span></i></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-ansi-font-style: italic; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">“aquela absurda e errônea sentença, ou melhor dito, loucura, que afirma e defende a todo o custo e para todos, a liberdade de consciência. Esse erro pestilento possibilita, escudado na imoderada liberdade de opinião que, para ruína da sociedade religiosa e da civil, estenda-se cada dia mais por todas as partes, chegando a imprudência de alguns a assegurar que a ela se segue grande proveito para a causa da religião”.</span></i></b><b><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-ansi-font-style: italic; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></i></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"> </span></i></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Nessa mesma linha de raciocínio, o documento papal condena o que chama “monstruosa doutrina” que prega a liberdade de imprensa, pois que essa possibilitaria </span><b><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">“a difusão de livros e escritos maléficos para a humanidade”. </span></i></b><b><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></i></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"> </span></i></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Repele também a proposta de separação entre Estado e Igreja, assim justificando a posição:</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"> </span></i></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-ansi-font-style: italic; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">“As maiores desgraças viriam sobre a religião e sobre o Estado, caso se cumprissem os desejos daqueles que pretendem a separação da Igreja e do Estado, rompendo-se a concórdia entre o sacerdócio e o poder civil.”).</span></i></b><b><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-ansi-font-style: italic; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></i></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Ao tempo em que foi promulgada essa encíclica (1836), o espiritismo ainda não havia sido sistematizado por Allan Kardec, que só o faria em 1857, com a publicação de O Livro dos Espíritos. Mas, todos os antecedentes históricos antes referidos, notadamente a partir da Revolução Francesa, (1789), justificavam o movimento eclesiástico de repúdio às novas ideias, perdendo que estavam a Igreja e o clero o protagonismo por tantos séculos mantidos.</span><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></i></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Esses mesmos temas, liberdade de expressão, de consciência e de imprensa, assim como a separação da Igreja e do Estado, continuariam sendo severamente atacados por outros Sumo Pontífices, como Leão XIII, Pio IX e Pio X, em recorrentes bulas e manifestações dos Chefes da Igreja no Século 19. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Vale recordar, outra famosa encíclica, promulgada em 1864, pelo Papa Pio XIX, com o título de “Quanta Cura”, que foi acompanhada de um famoso documento, o Syllabus, onde a Igreja arrola o que entende serem os grandes erros da modernidade laica, citando como tais: o comunismo, o socialismo, o liberalismo cultural e religioso, o naturalismo, as sociedades secretas e outras ideias em grande ebulição na época. Não fala em espiritismo, mas, na medida em que condena o “naturalismo”, ou a ideia da superioridade do Direito Natural sobre o Direito Divino ou Eclesiástico, toca exatamente no ponto fulcral da moral e da ética espírita, presentes em toda a terceira parte de O Livro dos Espíritos.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Um dos pontos mais atacados no Syllabus é a normatização estatal do matrimônio, antes administrado exclusivamente pela Igreja, que o considerava um sacramento, enquanto, perante o Estado, nada mais é do que um contrato civil entre os cônjuges. Nessa mesma linha, condena o divórcio, eis que, para a Igreja o casamento é um vínculo indissolúvel.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Laicismo e espiritismo</span></b><b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Felizmente, pouco a pouco, vai ficando para trás a ideia, tão fortemente arraigada no movimento espírita brasileiro, de se identificar o espiritismo como uma religião. O aprofundamento do estudo da vida e da obra de Allan Kardec, saudavelmente introduzido há quase meio século no próprio movimento, e objeto, hoje, de ricas ampliações de parte de pesquisadores e intelectuais espíritas, deixaram clara a intenção de seu fundador de conceituar o espiritismo não como uma religião, mas como uma ciência de consequências filosófico-morais. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Não sendo o espiritismo uma religião, e não pretendendo, como disse Kardec, em seu famoso Discurso de Abertura, de 1º de novembro, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, “enfeitar-se” com um título que não possui, pode-se, e deve-se, naturalmente, tratá-lo como um movimento espiritualista, humanista e laico. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Ser laico não implica, necessariamente, em ser antirreligioso. Pode-se, perfeitamente, respeitar todas as crenças, reconhecer nelas algumas contribuições relevantes no campo do processo de desenvolvimento ético e moral da humanidade, mas, e ao mesmo tempo, negar-lhes a possibilidade de interferência baseadas exclusivamente em artigos de fé, no campo das relações estatais e na formulação de leis e políticas administrativas. Esse laicismo, reconhecido mesmo por um papa conservador, como foi Bento XVI, como “saudável”, separando Igreja e Estado é, mais do que isso, necessário para o bom desenvolvimento ético, plural e democrático da sociedade. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">As obras fundadoras do espiritismo, mesmo colocando-o na condição de promover a “aliança entre a ciência e a religião”, não cuidam de “revelações divinas”, como o fazem todas as religiões, mediante seus livros sagrados. A moral adotada pelo espiritismo é aquela contida na “lei natural”, que “indica o que devemos fazer e o que não devemos fazer”, e que está inscrita “na consciência” do espírito imortal (questões 614 e seguintes de O Livro dos Espíritos). </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Isso não é religião, é filosofia. Uma filosofia progressista que, tendo como fundamento a condição transcendente e espiritual do ser humano, também reconhece na razão e não nos dogmas religiosos, o caminho para o progresso, na busca da verdade, em clima de liberdade, de igualdade e de fraternidade. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">A laicidade, sob cuja perspectiva o espiritismo contempla o ESPÍRITO – “princípio inteligente do universo”, consoante a questão 23 de O Livro dos Espíritos – tem como pressuposto inafastável a liberdade de pensamento. Esta, segundo Kardec, significa “livre-exame, liberdade de consciência, fé raciocinada”. Diversamente do dogma religioso, “o livre-pensamento eleva a dignidade do homem, dele fazendo um ser ativo, inteligente, em vez de uma máquina de crer”. (Revista Espírita, 1867) .</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Essa perspectiva assumida pelo espiritismo coloca-o inteiramente ao lado do laicismo e não da religião, nesse embate que se trava ao curso de todo o Século 19 entre a Igreja e o Estado Moderno. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">E justamente por se postar ao lado da laicidade, o nascente movimento espírita, administrado por Allan Kardec, sofre os ataques da Igreja. Kardec registra isso no seu artigo “Período de Luta”, publicado na Revista Espírita de dezembro de 1863, e que, segundo ele, começou com o Auto de Fé de Barcelona, em 9 de outubro de 1861, onde teria sido dada</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"> </span></i></p><p align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0,0000pt; text-align: center; text-indent: 35,2500pt;"><i><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-ansi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">“…a</span></i><b><i><span style="color: #505050; font-family: Arial;"> palavra de ordem: sermões furibundos, mandamentos, anátemas,</span></i></b><b><i><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><br /></span></i></b><b><i><span style="color: #505050; font-family: Arial;">excomunhões, perseguições individuais, livros, brochuras, artigos de jornais,</span></i></b><b><i><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><br /></span></i></b><b><i><span style="color: #505050; font-family: Arial;">nada foi poupado, nem mesmo a calúnia. estamos, pois, em pleno período de luta,</span></i></b><b><i><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><br /></span></i></b><b><i><span style="color: #505050; font-family: Arial;">mas este não terminou.”.</span></i></b><b><i><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></i></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><i><span style="color: #505050; font-family: Arial; line-height: 150%;"> </span></i></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">A palavra “laicismo” não aparece nas obras de Kardec, mas toda sua obra, fundada nas revelações da ciência e nos ditames das leis naturais rejeita o dogma religioso como fonte de conhecimento, substituindo-o pela razão, pela experiência humana, pelo intercâmbio entre a humanidade encarnada e a humanidade desencarnada, movidas pela lei do progresso.</span><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Laicismo e laicidade seriam bandeiras que apareceriam nas décadas seguintes e foram largamente utilizadas, por exemplo, no I Congresso Internacional Espírita, de 1888, em Barcelona, em cujas conclusões, aparece esta recomendação aos espíritas de todo o mundo:</span><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><i><span style="color: #505050; font-family: Arial; line-height: 150%;"> </span></i></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><i><span style="color: #505050; font-family: Arial;">“O esforço constante para difundir o Laicismo por todas as esferas da vida. – A absoluta liberdade de Pensamento, o Ensino integral para ambos os sexos e o Cosmopolitismo como base das relações sociais.”.</span></i></b><b><i><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></i></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><i><span style="color: #505050; font-family: Arial; line-height: 150%;"> </span></i></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">No Congresso Espírita de Barcelona, como também no Congresso Hispano-Ameriano de Espiritismo, de Madri (1892), pensadores como o espanhol Visconde de Torres-Solanot (1840/1902) e o francês Charles Fauvety (1813/1893) usaram largamente a expressão “religião laica” para definir o espiritismo. </span><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">A expressão “religião laica”, talvez por carregar certa ambiguidade, não se sustentaria com o tempo.</span><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">No meu entender, os esforços dos espíritas verdadeiramente livres-pensadores, da atualidade, devem ser no sentido de identificar o espiritismo com movimentos laicos, humanistas, capazes de se inspirar em pesquisas científicas e vocacionados a criar políticas de bem-estar social, de progresso e de fraternidade entre todos os povos e pessoas. A proposta espírita, difundida na sua integralidade e, notadamente, a partir das perguntas e respostas, contidas em sua terceira parte, tratando das “leis divinas ou naturais” está em consonância com todos os anseios em favor de uma sociedade próspera e feliz. O movimento espírita, como um todo, pode ser um eficiente auxiliar nesse processo. Como afirmou Kardec:</span><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><i><span style="background: rgb(255, 255, 255); font-family: Arial;"><span style="font-family: Arial;">“O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto, do que qualquer outra doutrina, a secundar o movimento de regeneração; por isso, é ele contemporâneo desse movimento." </span></span></i></b><b><i><span style="background: rgb(255, 255, 255); font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></i></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><i><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #888888; font-family: Arial; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></i></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Secundar, como desejava Kardec, significa integrar-se a todos esses movimentos progressistas, contribuindo com eles a partir de sua visão de Deus, de homem e de mundo. Saliente-se que a própria Igreja Católica, hoje, sob a condução do Papa Francisco assume posições em sentido diametralmente oposto àquelas expostas nos documentos oficiais da Igreja do Século 19. Na medida em que acolhe e deixa de condenar a homossexualidade, em que convida a integrar-se a seus cultos casais que se divorciaram de seus cônjuges anteriores, em que volta a ação da Igreja às populações mais carentes, desenvolvendo políticas sociais em defesa dos socialmente excluídos, pode-se dizer que a Igreja se laiciza e vai ao encontro do pluralismo religioso e do secularismo que tanto condenou no Século 19.</span><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Por outro lado, entretanto, há um crescente segmento cristão que assume posturas conservadoras, nos costumes, na política, na pregação da fé cega que separa os “bons” dos “maus”. E esses segmentos, notadamente no Brasil, ganham posições políticas importantes. Tiveram, no governo dos últimos quatro anos enorme influência e foram responsáveis pela implantação de um clima de ódio. Pretensamente escudados na fé, obstaculizaram avanços importantes da própria ciência e, no campo político/social, em matérias como igualdade de sexo e de gênero. Contaminaram o setor educativo com ultrapassados conceitos moralistas e semearam muita intolerância religiosa, especialmente com relação a crenças e cultos de matriz africana. Enfim, tentaram implantar um regime teocrático, onde a Bíblia, e não a Constituição, deveria ser tida como a Lei Maior.</span><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">É preciso estarmos atentos à História. Todos os grandes avanços cilvilizatórios da Modernidade, a democracia, a igualdade de direitos civis, a abolição da escravatura, a extinção da pena de morte na maioria dos países, etc., foram conquistas da sociedade laica e, quase sempre, contra os interesses defendidos pela religião. Por séculos, fomos treinados para crer e para aceitarmos as injustiças sociais como provações divinas. O conhecimento tomando o lugar da crença foi – e, em muitas circunstâncias, continua sendo – uma luta árdua. </span><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">É da natureza da religião o desejo de preservar sob seu domínio, fantasiados de dogmas e mistérios insondáveis, os temas relativos à alma humana, sua natureza, sua origem, seu destino. Entretanto, a espiritualidade é muito mais do que religião e bem mais do que simples crença. É a busca da compreensão integral do ser humano, que extrapola ritos e mistérios, para se compatibilizar com a ciência, com a filosofia, com o amor e todos os sentimentos nobres semeados pela natureza na alma humana.</span><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Para finalizar, o laicismo é importante e indispensável ao Estado Democrático de Direito. Uma sociedade regida por dogmas de fé, e não pela expressão de vontade de seus cidadãos, não se compatibiliza com a liberdade de pensamento, torna-se escrava, subserviente, de indivíduos geralmente incapazes do exercício do poder, mas que, por força de um pensamento mágico e irracional, se arvoram em “representantes de divindades”.</span><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';">Só o laicismo pode assegurar o mandamento primeiro de uma democracia: “Todo o poder emana do povo e em seu nome será exercido”.</span><span style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; letter-spacing: 0,1000pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><span style="color: #505050; font-family: Arial; line-height: 150%;"> </span></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 35,2500pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><span style="color: #505050; font-family: Arial; line-height: 150%;">Referências bibliográficas e de informação midiática</span></b><b><span style="color: #505050; font-family: Arial; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></b></p><p align="justify" class="15" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-left: 53,2500pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18,0000pt; text-justify: inter-ideograph;"><!--[if !supportLists]--><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #505050; font-family: Calibri; font-size: 11,0000pt; mso-ansi-font-style: normal; mso-bidi-font-style: italic; mso-shading: rgb(255,255,255);">1) </span><!--[endif]--><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #888888; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-shading: rgb(255,255,255); mso-spacerun: 'yes';">Jornal Zero Hora, edição de 23 de setembro de 2012.</span><i><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #888888; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></i></p><p align="justify" class="15" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-left: 53,2500pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18,0000pt; text-justify: inter-ideograph;"><!--[if !supportLists]--><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #505050; font-family: Calibri; font-size: 11,0000pt; mso-ansi-font-style: normal; mso-bidi-font-style: italic; mso-shading: rgb(255,255,255);">2) </span><!--[endif]--><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #888888; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-shading: rgb(255,255,255); mso-spacerun: 'yes';">Encíclica “Mirari Vos”, promulgada pelo Papa Gregório XVI, em 1832.</span><i><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #888888; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></i></p><p align="justify" class="15" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-left: 53,2500pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18,0000pt; text-justify: inter-ideograph;"><!--[if !supportLists]--><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #505050; font-family: Calibri; font-size: 11,0000pt; mso-ansi-font-style: normal; mso-bidi-font-style: italic; mso-shading: rgb(255,255,255);">3) </span><!--[endif]--><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #888888; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-shading: rgb(255,255,255); mso-spacerun: 'yes';">Encíclica “Quanta Cura”, promulgada pelo Papa Pio XIX, em 1864.</span><i><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #888888; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></i></p><p align="justify" class="15" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-left: 53,2500pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18,0000pt; text-justify: inter-ideograph;"><!--[if !supportLists]--><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #505050; font-family: Calibri; font-size: 11,0000pt; mso-ansi-font-style: normal; mso-bidi-font-style: italic; mso-shading: rgb(255,255,255);">4) </span><!--[endif]--><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #888888; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-shading: rgb(255,255,255); mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-family: Arial;">“Monopólio do Sagrado”, Francisco Catão e Magno Vilella – Editora Best Seller.</span></span><i><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #888888; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></i></p><p align="justify" class="15" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-left: 53,2500pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18,0000pt; text-justify: inter-ideograph;"><!--[if !supportLists]--><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #505050; font-family: Calibri; font-size: 11,0000pt; mso-ansi-font-style: normal; mso-bidi-font-style: italic; mso-shading: rgb(255,255,255);">5) </span><!--[endif]--><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #888888; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-shading: rgb(255,255,255); mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-family: Arial;">“O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec.</span></span><i><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #888888; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></i></p><p align="justify" class="15" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-left: 53,2500pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18,0000pt; text-justify: inter-ideograph;"><!--[if !supportLists]--><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #505050; font-family: Calibri; font-size: 11,0000pt; mso-ansi-font-style: normal; mso-bidi-font-style: italic; mso-shading: rgb(255,255,255);">6) </span><!--[endif]--><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #888888; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-shading: rgb(255,255,255); mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-family: Arial;">“A Gênese”, 5ª edição – Allan Kardec.</span></span><i><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #888888; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></i></p><p align="justify" class="15" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-left: 53,2500pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18,0000pt; text-justify: inter-ideograph;"><!--[if !supportLists]--><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #505050; font-family: Calibri; font-size: 11,0000pt; mso-ansi-font-style: normal; mso-bidi-font-style: italic; mso-shading: rgb(255,255,255);">7) </span><!--[endif]--><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #888888; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-shading: rgb(255,255,255); mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-family: Arial;">“Revista Espírita”, Fevereiro 1867 e dezembro de 1868.</span></span><i><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #888888; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></i></p><p align="justify" class="15" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0,0000pt; margin-left: 53,2500pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18,0000pt; text-justify: inter-ideograph;"><!--[if !supportLists]--><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #505050; font-family: Calibri; font-size: 11,0000pt; mso-ansi-font-style: normal; mso-bidi-font-style: italic; mso-shading: rgb(255,255,255);">8) </span><!--[endif]--><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #888888; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-shading: rgb(255,255,255); mso-spacerun: 'yes';">Anais do Primeiro Congresso Internacional Espírita de Barcelona/1888 – www.autoresespiritas clássicos.com . </span><i><span style="background: rgb(255, 255, 255); color: #888888; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></i></p>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-67985517194096143482023-02-28T11:03:00.002-03:002023-02-28T20:02:27.783-03:00Espiritismo, Decolonialidade e Natureza<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm14tvhSIcDTwko6Y_2QzranqR_0xNoKeDSOK0SkLhmm9jIpM5vGyT0BWoM1alwQ8icfokxkfh_8ZLA59dr_Rl8rJJbx5IO0SRuYmpkJ-fTUlEWko6Iy84NkIP77xyvhgkPfJOTV6iN31NFRLBWafQO_v44-JERHd935C8_XnzGWOZA7KZ_87kvYQHNw/s1273/TEXTO%20RAFAEL.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="337" data-original-width="1273" height="106" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm14tvhSIcDTwko6Y_2QzranqR_0xNoKeDSOK0SkLhmm9jIpM5vGyT0BWoM1alwQ8icfokxkfh_8ZLA59dr_Rl8rJJbx5IO0SRuYmpkJ-fTUlEWko6Iy84NkIP77xyvhgkPfJOTV6iN31NFRLBWafQO_v44-JERHd935C8_XnzGWOZA7KZ_87kvYQHNw/w400-h106/TEXTO%20RAFAEL.jpeg" width="400" /></a></div><p><br /></p><p><br /></p><p></p><div style="line-height: 1.8; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; padding: 0pt;"><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Espiritismo, Decolonialidade e Natureza</span></b><b><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></b></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; padding: 0pt;"><b><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;"> </span></b></p><p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: widow-orphan; padding: 0pt; text-align: right;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; line-height: 150%;">Rafael van Erven Ludolf</span><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: widow-orphan; padding: 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; line-height: 150%;"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">É preciso decolonizar o espiritismo</span></b><b><span dir="LTR" style="color: red; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></b><b><span style="color: red; font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Fiquei feliz ao ser convidado pelo Alexandre, para partilhar ideias sobre espiritismo e decolonialidade, com enfoque na Natureza, pois, particularmente, vivi uma crise com o espiritismo nos últimos anos</span><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">. Essa crise advém, principalmente, do modo conservador com que o espiritismo hegemônico no Brasil lida com as questões ambiental, animal, social e política, o que está diretamente ligado a uma forma colonial de se fazer espiritismo e de enfrentar a emergência climática pelo espiritismo. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Acho oportuno movimentar uma energia de questionamento entre os espíritas, a qual o pensamento decolonial muito bem mobiliza, para estimular a percepção da necessidade de transformação social e ouvir as vozes dos indivíduos humanos e não-humanos subalternizados no capitalismo-colonial, por questões de raça, gênero, classe e espécie. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Considero fundamental ao espírita compreender que não está tudo bem, que a mudança não ocorrerá pela força das coisas, pela intervenção dos desencarnados, pensamento positivo, prece, reforma íntima etc, se desconectadas da reforma social, do engajamento contra as estruturas de exploração-opressão patriarcal-racista-especista, intrínsecas ao capitalismo-colonial.</span><span dir="LTR"> </span><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">A raça, o gênero, a orientação sexual, a classe, a espécie determinam acessos ou recusas à dignidade aqui e agora, independentemente se somos espíritos e se tivemos experiências reencarnatórias passadas. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">O mundo tem sido recusado a muitos humanos e não-humanos para privilégio de poucos. A tempestade climática está em curso, mas nem todos são atingidos e contribuíram da mesma forma para a sua formação, assim como nem todos enfrentam as mesmas consequências e possuem os mesmos meios de defesa. Muito menos, ela pode ser pensada desatrelada do colonialismo, da escravidão, do especismo, da constituição das </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">plantations </span></i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">e suas consequências socioambientais. </span><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">A emergência climática, a sexta extinção de espécies, a poluição de habitats, etc. são consequência direta da constituição colonial escravista patriarcal e especista do mundo moderno, embora o ambientalismo apague os rastros coloniais em suas análises</span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Atividades ambientalistas espíritas (ou de outras vertentes) sem a crítica decolonial, como geralmente acontece, seguem a linha de um </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Antropoceno Branco</span></i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">, de uma </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Ecologia Colonial</span></i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">, que recusam, de novo, um mundo para os </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">condenados da Terra - </span></i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">ao apagar os rastros coloniais das causas e ao oferecer soluções que mais atendam aqueles que podem pagar, que habitam certos lugares, que vestem uma certa cor de pele</span><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Pessoas negras, indígenas, mulheres, lgbtqia+, animais, rios, florestas, solos, etc. sofrem e resistem ao habitar colonial que, ainda hoje, acorrenta e sufoca </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">vidas-esvaziadas</span></i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> no porão do mundo. Enquanto isso, o espiritismo hegemônico no Brasil me parece ainda não ter dado o primeiro passo</span><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">: perceber os traços coloniais na sua teoria e prática, para então atualizá-los e contribuir com um projeto de sociedade pluriespécie. Nesse particular, a aliança com as resistências contra-hegemônicas, anticoloniais, antiracistas, antipatriarcais, antiespecistas, etc. são fundamentais para um espiritismo decolonial, menos francês/eurocêntrico e mais brasileiro/latino-americano. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">As </span><span dir="LTR" style="background: rgb(250, 250, 250); font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-shading: rgb(250,250,250); mso-spacerun: 'yes';">concepções de espiritualidade, historicamente, tem impactos políticos, socioeconômicos e ambientais, que propiciam sentidos de interconexão entre humanos e não-humanos, possibilitando a (re)construção de uma relação matricial com a Terra, rompida com a mundialização do capitalismo que transformou o mundo natural em números, cifras, commodities, dando uma dimensão de coisa àquilo que a Natureza deu a graça da vida.</span><span style="background: rgb(250, 250, 250); font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-shading: rgb(250,250,250); mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="background: rgb(250, 250, 250); font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-shading: rgb(250,250,250); mso-spacerun: 'yes';">Nesse texto, traço algumas linhas sobre o pensamento Decolonial, com enfoque na Natureza e nos Animais, e reservo um espaço especial para tratar do Habitar Colonial, desejoso que tais palavras escritas com afeto possam contribuir com a decolonização do nosso ser, saber, sociedade e do espiritismo. </span><span style="background: rgb(250, 250, 250); font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-shading: rgb(250,250,250); mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 0,0000pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">O pensamento Decolonial </span></b><b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">O Grupo Modernidade/Colonialidade (M/C) organizou-se no final dos anos 1990 por pensadores latino-americanos filiados a diversas universidades das Américas, os quais realizaram uma importante virada epistemológica das ciências sociais: o “giro decolonial”, que defende o pensamento decolonial – epistêmico, teórico e político – para compreender e atuar no mundo, marcado pela permanência da colonialidade global nos diferentes níveis da vida pessoal e coletiva (BALESTRIN, 2013).</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">O grupo foi composto por estudiosos como Arthuro Escobar, Catherine Walsh, Edgard Lander, Enrique Dussel, Nelson Maldonado-Torres, Walter Mignolo, Anibal Quijano e outros. Para Quijano, o Colonialismo consiste em uma </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-family: Arial;">“estrutura de dominação e exploração, na qual uma identidade localizada em outro território (metrópole) domina outra (colônia) por meio do controle da autoridade política, econômica e militar" </span></span></i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">(QUIJANO, 2010).</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Quanto a Modernidade, trata-se de um processo situado histórico e geopoliticamente, por meio das expansões coloniais especialmente em países do Sul global. Desse modo, o ano de 1492 pode ser entendido como marco inicial da Modernidade (DUSSEL, 2005), com a invasão das Américas e o início de um projeto de mundialização do capitalismo. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">O primeiro momento da Modernidade, oriundo do confronto da Europa com o outro humano não-europeu, os animais e a natureza, foi baseado no que Enrique Dussel (2005) chamou de “</span><i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Penso, logo conquisto</span></i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-family: Arial;">”, em referência ao “</span></span><i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">penso, logo, existo</span></i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-family: Arial;">”, cartesiano. A Europa moderna obteve vantagem determinante com a invasão da América Latina, o que contribuiu, em grande medida, para que assumisse um papel central na história.</span></span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">A Colonialidade, pode ser definida como uma estrutura de dominação que permanece enraizada em nossa sociedade, mesmo após o fim das relações coloniais. Para Ballestrin (2013), é a forma dominante de controle de recursos, trabalho, capital e conhecimento limitados a uma relação de poder articulada pelo mercado capitalista. Por mais que o colonialismo tenha sido superado, a Colonialidade continua presente nas mais diversas formas. Sua matriz se expressa essencialmente em relações dominantes de poder, saber, ser e da natureza, o que reflete diretamente na objetificação e subjugação dos animais, como veremos.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Jailson Rocha (2019), discorre bem sobre como se expressa a Colonialidade, entendida enquanto uma lógica de poder que extravasa a administração político-institucional de espaços geográficos dominados e projeta uma estrutura de controle que toca diversas dimensões, como a construção de subjetividades, a estrutura de conhecimento, as institucionalidades jurídico-política-econômicas, as sexualidades, corporeidades e gênero, </span><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">assim como os sujeitos não-humanos</span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">A Decolonialidade, portanto, pode ser entendida como o caminho crítico de enfrentamento à Colonialidade/Modernidade, de desconstrução de padrões, conceitos e perspectivas impostos aos povos, animais e ecossistemas durante todos esses anos. Sua força central é questionar a ideia de que vivemos em um mundo descolonizado, com o fim do colonialismo e a formação dos Estados-nação. Para Mignolo (2017), nesta força questionadora reside o principal elemento da decolonialidade: uma energia de desobediência, de descontentamento e de luta que promove a mudança e oportuniza outras opções epistêmicas, analíticas, metodológicas, teóricas, subjetivas e intersubjetivas. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">As </span><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Resistências</span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> também precisam ser destacadas. Segundo Silva et al (2021), elas expõem que o processo de colonização não foi exitoso em todos os contextos e, mesmo após cinco séculos de colonização, as memórias não se apagaram: elas resistem e formam um caldeirão de possibilidades, essenciais na (re)construção de outros mundos, as quais, defendo, o espiritismo precisa se aliançar, passar a caminhar ao lado dos excluídos do mundo, como um imperativo ético-político-espiritual.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Sobre a Matriz Colonial</span><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">, Catherine Walsh (2008) explica os seus quatro eixos: Colonialidade do Poder, Colonialidade do Ser, Colonialidade do Conhecimento e Colonialidade da Natureza. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Em resumo, a </span><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Colonialidade do Poder</span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> refere-se ao estabelecimento de um sistema de classificação social baseada em uma hierarquia racial e sexual, e na formação e distribuição de identidades sociais de superior para inferior: brancos, mestiços, índios, negros. Este é o uso da "raça" como um padrão de poder, que desde a colônia até hoje mantém uma escala de identidades sociais com o homem branco no topo. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">A Colonialidade do Saber</span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> se manifesta no posicionamento do eurocentrismo como a perspectiva única do conhecimento, aquela que descarta a existência e viabilidade de outras racionalidades epistêmicas e outros conhecimentos que não sejam os de homens brancos europeus ou europeizados. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">A Colonialidade do Ser</span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> engloba a desvalorização e a desumanização daqueles que fogem ao padrão eurocêntrico de racionalidade e etnicidade. Fomenta-se uma relação dicotômica, antagônica e etnocêntrica entre brancos e não-brancos.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">A Colonialidade da Natureza</span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> reproduz a divisão binária natureza/sociedade, descartando a relação milenar entre os mundos biofísico, humano e espiritual, incluindo a dos ancestrais. Nega-se essa relação milenar, espiritual e integral e prima-se pelo processo de dominação da racionalidade Moderna. Este eixo da colonialidade tentou acabar com toda a base da vida dos povos ancestrais, indígenas e afrodescendentes. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Além destes quatro eixos, Jailson Rocha (2019) propõe a adição de um quinto, qual seja: </span><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Colonialidade dos Animais</span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">. Isto porque o colonialismo, além de ocultar saberes humanos, relegou também aos animais não-humanos uma inferiorização radical. Segundo o autor, para legitimar os usos e exploração dos corpos de outros animais, inicialmente, foi necessário criar uma narrativa clara que </span><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">impunha uma diferenciação intransponível entre humanidade e animalidade.</span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> Essa narrativa passou, primeiramente, pela desanimalização humana, ou seja, sua retirada da condição animal. O humano passou a ser afirmado no mundo próprio da cultura e da racionalidade, apresentadas como seus atributos exclusivos. Ato contínuo impôs-se a condição de ausência aos demais seres, uma desqualificação estatutária, em outros termos, afirmando-se uma animalização detrimentosa (ROCHA, 2019).</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Um exemplo para evidenciar a Colonialidade dos Animais é a institucionalização industrial de confinamento de animais para fins de abate, consumo, entretenimento etc. Organização baseada na dominação, hierarquizada, entre o dominador/superior e o dominado/inferior, que detém apenas um valor econômico-funcional, e não intrínseco, por meio de uma razão calculista, que transformou os animais em mercadorias.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Aliás, a pecuária no Brasil é fruto da invasão colonial. A partir da ocupação dos portugueses diversas práticas agropecuárias foram instituídas. Segundo Camphora (2017) para a expansão econômica dos colonizadores, navios transportavam para a Europa milhares de macacos, papagaios e araras. Plumas de beija-flores ornamentavam as vestimentas da Corte Portuguesa e de Paris. Para a produção de energia, transporte de cargas, auxílio à caça, alimentação e outras atividades na colônia, os colonizadores trouxeram cavalos, cães, bois, porcos e galinhas, que não existiam no Brasil e com o passar do tempo se tornaram predominantes. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Para a consolidação e ocupação do novo território, uma racionalidade econômica e de objetificação do outro, humano e não-humano, foi imposta pelos colonizadores. Com isso forjou-se uma sociedade que reflete as bases teóricas europeias e hegemônicas, que privilegiam determinados humanos, brancos, heterossexuais, europeus, cristãos, relegando os sujeitos não-ocidentais à exclusão da história, mas também os corpos não-humanos.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Desse modo, o pensamento decolonial visibiliza os legados coloniais em nosso imaginário e na organização social, para propor caminhos alternativos ao modelo capitalista-colonial, no qual o racismo, a escravidão e o especismo estão conjuntamente na base do atual colapso socioambiental. A partir dos saberes do Sul, em diálogo com os do Norte, é possível construir uma ecologia decolonial que supere o destrutivo habitar colonial.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 0,0000pt; text-align: justify; text-indent: 0,0000pt; text-justify: inter-ideograph;"><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">O habitar colonial</span></b><b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Malcom Ferdinand (2022), autor do livro </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Uma Ecologia Decolonial - pensar a partir do mundo caribenho</span></i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">, apresenta em sua obra o capítulo </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">1. O habitar colonial: uma Terra sem mundo</span></i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">. Faço aqui uma sintética resenha. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Destaca Malcolm que a tempestade ecológica em curso decorre de problemas associados a </span><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">certas maneiras de habitar a Terra, que são próprias da Modernidade</span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">. Isso requer um retorno aos seus momentos fundadores, pois refletem diretamente na situação ecológica, social e política dos dias atuais. Essa viagem nos leva de volta à colonização das Américas, quando se expandiu um </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">sistema-mundo</span></i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> onde determinados humanos e não-humanos foram transformados em “recursos” para alimentar o projeto colonial, que teve como gesto principal: </span><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">o ato de habitar</span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Foi pela lógica de dominação do outro, que o sistema/mundo europeu expandiu, aumentou a sua área geográfica e alterou os aspectos econômicos, políticos e sociais dos colonizados, afetando sobremaneira os ecossistemas dos mais diversos territórios do planeta, e ainda formatou a subjetividade de grande parte da população, e isso não só na relação social entre humanos, mas também no modo de se relacionar com os não-humanos. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Para Malcolm, a colonização implementou violentamente um modo peculiar de habitar a Terra, que o autor denomina de </span><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">habitar colonial</span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">. Malcolm destaca um trecho dos atos de criação das companhias francesas, como a companhia de São Cristóvão, que financiaram e fundaram a exploração das ilhas caribenhas. Esses atos explicitam o habitar colonial nessas ilhas: </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 113,4000pt; text-align: justify; text-indent: 0,0000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-family: Arial;">“Nós, abaixo-assinados, reconhecemos e confessamos haver feito e fazer pelos presentes fiel associação entre Nós [...] para fazer habitar e povoar as ilhas de São Cristóvão e de Barbados, e outras situadas na entrada do Peru, [...] que não são possuídas por príncipes cristãos, tanto a fim de instruir os habitantes das tais ilhas na religião católica [...] quanto para nela traficar e negociar erário e mercadorias que poderão ser recolhidos e retirados das tais ilhas [...], levá-los exclusivamente ao Havre (França Metropolitana).”</span></span><span style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Habitar pode parecer algo evidente à primeira vista. Habitariam aqueles que lá estão presentes, ou aqueles que povoam a Terra, certo? Entretanto, aconteceu de modo completamente diverso. As parcelas de florestas desbravadas para as </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">plantations</span></i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> foram designadas como terras “habituadas”. As casas dos colonizadores escravagistas nas imediações das plantações foram chamadas – e o são ainda hoje – “habitações”. O ocupante homem de uma dessas habitações é, então, chamado de “habitante”. Assim, o habitar colonial apoiou-se num conjunto de ações que determinam as fronteiras entre os que habitam e os que não habitam. Ou seja, nessa lógica colonial, existem terras habituadas e outras não. Há casas que são habitações e outras que não. Assim, pessoas (e não-humanos) povoaram essas ilhas sem, no entanto, serem designadas como “habitantes”. Em contrapartida, houve habitantes que residiam apenas raramente em suas habitações. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Então por “habitar colonial”, Malcolm designa algo diferente de um hábitat no sentido corriqueiro, sua compreensão filosófica parte da inferiorização e submissão desses “outros” humanos e não humanos. Trata-se de uma concepção do habitar sem a presença de um outro, diferente. Ou seja, o habitar colonial designa uma concepção singular da existência de certos humanos sobre a Terra – os colonizadores –, de suas relações com outros humanos – os não colonizadores –, assim como de suas maneiras de se reportar à natureza e aos não-humanos. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Segundo Malcolm, esse habitar colonial contém princípios estruturais, quais sejam: </span><b><i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">geografia, exploração da natureza e altericídio</span></i></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">. Tais princípios estão claramente enunciados nos atos da companhia de São Cristóvão mostrados acima. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Em primeiro lugar, o habitar colonial é geográfico de duas maneiras. Por um lado, por estar localizado num lugar, </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-family: Arial;">“na entrada do Peru [...]”</span></span></i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">, por outro, por estar subordinado a outro lugar, a outro espaço. É necessário que sejam produzidas mercadorias nessas ilhas e que elas sejam levadas </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-family: Arial;">“exclusivamente ao Havre”</span></span></i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> (França metropolitana). Não pensem que essa exclusividade se esgote no aspecto econômico. Tal subordinação é uma relação ontológica das ilhas com a metrópole. O habitar colonial é pensado como subordinado a outro habitar, o habitar metropolitano, ele mesmo pensado como o habitar verdadeiro. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">O segundo princípio fundamenta-se na </span><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">exploração das terras e da natureza</span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">. Ele é claramente expresso num trecho da incumbência dada por Richelieu aos colonizadores d’Esnambuc e Du Roissey, em 1626:</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 113,4000pt; text-align: justify; text-indent: 0,0000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-family: Arial;">“[...] eles [d’Esnambuc e Du Roissey] viram que o ar lá é muito ameno, e as tais terras férteis e de grande rendimento, das quais se pode retirar uma quantidade de matérias-primas úteis para a manutenção da vida dos homens, eles até souberam [...] que há minas de ouro e de prata, o que lhes teria dado a ideia de fazer habitar as tais ilhas por uma multidão de franceses para instruir seus habitantes na religião católica apostólica romana [...].”</span></span><span style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">O habitar colonial visa à exploração com fins comerciais da terra. Foi a possibilidade de extrair produtos para fins de enriquecimento que “deu a ideia” de fazer habitar. </span><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Ele pressupõe essa relação de exploração intensiva da natureza e dos não-humanos</span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">. Aqui se encontra um elemento fundamental da Colonialidade da Natureza, que tem como alicerce a conversão da natureza em objeto. </span><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">A ideia central da Colonialidade da Natureza é a imposição de uma relação dicotômica, na qual a natureza é objeto a ser dominado/explorado por parte da humanidade hierarquizada como superior (homem/branco/euro-americano/capitalista). </span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Tal processo desqualifica outras relações com a Natureza, resultando num projeto de destruição para a América Latina.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Por fim, o terceiro princípio do habitar colonial é o </span><b><i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">altericídio</span></i></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">, ou seja, </span><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">a recusa da possibilidade de habitar a Terra na presença de um outro, de uma pessoa que seja diferente de um “eu” por sua aparência, seu pertencimento ou suas crenças</span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">. O habitar colonial não é, entretanto, um habitar-só. Pois, como consta nos atos das companhias francesas, sobre povoar as ilhas </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-style: italic; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-family: Arial;">“que não são possuídas por príncipes cristãos”, </span></span></i><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">o habitar colonial reconhece como outro esses outros príncipes e nações europeias, </span><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">baseando-se na ideia de que a Terra pertence aos cristãos</span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">. Na bula pontifícia de 4 de maio de 1493, o papa Alexandre VI reafirmou o princípio de que </span><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">a Terra pertence aos cristãos e executou uma partilha das ilhas e do novo continente</span></b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">. Esse mesmo reconhecimento do outro cristão no habitar colonial foi reafirmado pela partilha das novas terras feita com outros cristãos por meio das linhas de amizade. Assim, Richelieu legitima o habitar como um habitar necessariamente com outro cristão. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">Os Yanomami, que resistem há pelo menos 500 anos, foram vítimas recentes do findado governo de Jair Bolsonaro, que empreendeu um neocolonialismo religioso. Os Yanomami, nessa lógica violenta do habitar colonial, só podem habitar o mundo, se cristianizados e civilizados, ou seja, esvaziados de si mesmos. A violência do habitar colonial é a face contemporânea da Modernidade. Aliás, não raro o cristão de tipo espírita declara que os povos indígenas são espíritos atrasados, baseado, não somente em sua imaginação colonizada, mas na literatura espírita escrita, psicografada, publicada e reverenciada, ainda não decolonizada. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35,4000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><b><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-ansi-font-weight: bold; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">REFERÊNCIAS</span></b><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14,0000pt; line-height: 150%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 114%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">BALESTRIN, Luciana (2013). América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira De Ciência Política, (11), 89–117. Disponível em </span><a href="https://periodicos.unb.br/index.php/rbcp/article/view/2069"><u><span dir="LTR" style="color: #1155cc; font-family: Arial; line-height: 114%;">https://periodicos.unb.br/index.php/rbcp/article/view/2069</span></u></a><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span><span style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 114%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 114%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">CAMPHORA, Ana Lucia. Animais e sociedade no Brasil dos séculos XVI a XIX. Rio de Janeiro, Brasil: Academia Brasileira de Medicina Veterinária/edição da autora. 2017.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 114%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 114%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">FERDINAND, Malcolm. Uma ecologia decolonial: pensar a partir do mundo caribenho. São Paulo: Ubu Editora, 2022.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 114%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span><span style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 114%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">ROCHA, Jailson José Gomes da. Direito animal latino-americano: uma experiência decolonial. Tese (Doutorado). Salvador: Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, 2019.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 114%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 114%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">SILVA, R. O. da, BORBA, C. dos A. de, & FOPPA, C. C. (2021). O sistema/mundo colonial/moderno e a natureza: reflexões preliminares. Revista Videre, 13(26), 138–169. Disponível em: </span><a href="https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/videre/article/view/12939"><u><span dir="LTR" style="color: #1155cc; font-family: Arial; line-height: 114%;">https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/videre/article/view/12939</span></u></a><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span><span style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 114%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 114%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">WALSH, Catherine; Interculturalidad, plurinacionalidad y decolonialidad: las insurgencias político-epistémicas de refundar el Estado, Tabula Rasa, n. 9, julio-diciembre, 2008, p. 131- 152 Universidad Colegio Mayor de Cundinamarca Bogotá, Colombia. Disponível em: </span><a href="http://www.scielo.org.co/pdf/tara/n9/n9a09.pdf"><u><span dir="LTR" style="color: #1155cc; font-family: Arial; line-height: 114%;">http://www.scielo.org.co/pdf/tara/n9/n9a09.pdf</span></u></a><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span><span style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 114%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 114%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';">SARAIVA, Marcio Sales. Por um Espiritismo Decolonial. Disponível em: </span><a href="https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=pfbid0aK8CP2oQkDY1Qd3CGw12Dpcb2ramUbcuTbH18qLGc9p9JLWUfaEyzNYCq8LpfdqEl&id=100024958881501&mibextid=Nif5oz"><u><span dir="LTR" style="color: #1155cc; font-family: Arial; line-height: 114%;">https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=pfbid0aK8CP2oQkDY1Qd3CGw12Dpcb2ramUbcuTbH18qLGc9p9JLWUfaEyzNYCq8LpfdqEl&id=100024958881501&mibextid=Nif5oz</span></u></a><span dir="LTR" style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"> </span><span style="font-family: Arial; font-size: 13,0000pt; line-height: 114%; mso-font-kerning: 0,5000pt; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p></div>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-88542151035945535722022-08-11T15:43:00.000-03:002022-08-11T15:43:56.032-03:00SOCIOLOGIA E ESPERANÇA Capitalismo, humanismo e espiritismo Por Jerri Almeida<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiibo9c13fiUMY4jbCG-DcU47vwJpVtNnm6X1WuncEQe01bSAtOj6GD0b-mxK1FBt9mjg6lEUTVMfSSJmHf7lEXDAxQtOjvpzn5d1i856LVwWT2mLKKiYEIZz1c3WqdO4lqIiH3cGYyDDXb9Z8VKoVeZMt8fBz57xvljzqpY1HO-50d6VJbhPrd-XC3Bg/s940/Sociologia%20e%20Esperan%C3%A7a%20por%20Jerri%20Almeida.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="587" data-original-width="940" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiibo9c13fiUMY4jbCG-DcU47vwJpVtNnm6X1WuncEQe01bSAtOj6GD0b-mxK1FBt9mjg6lEUTVMfSSJmHf7lEXDAxQtOjvpzn5d1i856LVwWT2mLKKiYEIZz1c3WqdO4lqIiH3cGYyDDXb9Z8VKoVeZMt8fBz57xvljzqpY1HO-50d6VJbhPrd-XC3Bg/w400-h250/Sociologia%20e%20Esperan%C3%A7a%20por%20Jerri%20Almeida.jpeg" width="400" /></a></div><br /> <p></p><p><br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><p align="center" class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">SOCIOLOGIA E ESPERANÇA<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">Capitalismo, humanismo e espiritismo<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> </span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Em
outubro de 2011, foi realizado pelo Departamento de Sociologia da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo um seminário
sobre o tema: Sociologia e Esperança, com pesquisadores da USP, Universidade de
Cambridge e da Universidade de Lisboa. Dentre os vários enfoques, coube ao
professor Alfredo Bosi<a href="file:///D:/Artigos%20diversos/Sociologia%20e%20esperan%C3%A7a%20%20Jerri%20Almeida.docx#_edn1" name="_ednref1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a> discutir o tema: “Economia
e humanismo”.<a href="file:///D:/Artigos%20diversos/Sociologia%20e%20esperan%C3%A7a%20%20Jerri%20Almeida.docx#_edn2" name="_ednref2" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Apesar do desencanto que possamos nutrir por essa relação, trata-se de uma
reflexão oportuna e necessária. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O
movimento <i>Economia e Humanismo</i>,
citado por Bosi, surgiu na França em meados dos anos 40. Fundado por
Louis-Joseph Lebret, um ex-marinheiro que se tornou oficial da Marinha,
servindo na Primeira Guerra Mundial. Aos 26 anos, ainda muito jovem, Lebret
decidiu abandonar sua sólida carreira na Marinha e entrar para a ordem dos
padres dominicanos. Após sua ordenação, em 1928, esse jovem da Bretanha, fundou
na região de Saint-Malo a Associação dos Jovens Marítimos, passando a
dedicar-se aos estudos da estrutura familiar e social dos pescadores. Logo,
percebeu as dificuldades dos pescadores locais em concorrer com grandes
pesqueiros japoneses. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 5.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Era a indústria de capitais e dimensões
internacionais que causava um duplo dano à pesca artesanal: suplantava a ponto
de eliminar os seus meios de trabalho e, ao mesmo tempo, dizimava os cardumes
do mar do Norte, desrespeitando os períodos de reprodução e desova. Assim, até
mesmo a economia de subsistência acabava subtraída ao pescador pobre da região.<a href="file:///D:/Artigos%20diversos/Sociologia%20e%20esperan%C3%A7a%20%20Jerri%20Almeida.docx#_edn3" name="_ednref3" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></a><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Lebret
tratou de aproximar os pescadores num sistema de cooperativa, formando uma
comunidade de produção e distribuição, organizada por pequenas redes locais e
familiares. Criou-se, assim, uma relação de rede solidária que, em momentos de
crise, desemprego, fome ou doença, se ajudava mutuamente. Ali, para Alfredo
Bosi, estavam plantadas as primeiras sementes do pensamento de “Economia e
Humanismo”. A partir de 1943, quase no final da Segunda Guerra, o padre Lebret
se voltou para a criação formal do movimento economia e humanismo, construindo
sua teoria sobre essa relação. A exploração da pesca por indústrias
estrangeiras em prejuízo dos trabalhadores locais deu-lhe o conhecimento da
injustiça de um sistema que não se limitava aos problemas de uma determinada
região. Era, portanto, necessário pensar de modo mais profundo sobre essas
estruturas exploratórias. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">As
teorias sociais que examinavam a opressão do sistema econômico sobre o
trabalhador foram por ele exaustivamente estudadas. Entretanto, o seu caminho
não foi o de se filiar a nenhuma corrente ideológica ou partidária existente.
Assim, os fundamentos da Economia Humana defendiam uma economia voltada para
atender às exigências fundamentais do ser humano em sociedade, avessa tanto ao
jogo corrosivo do liberalismo econômico, como também ao controle rígido do
Estado. Uma economia humana deveria se voltar para aspectos reais, já que o
capitalismo cria necessidades e bens fictícios para estimular o consumismo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Em
sua perspectiva, existiam demandas pessoais e coletivas que precisavam ser
atendidas pela economia, como por exemplo: a produção necessária de alimentos,
bens e serviços fundamentais, como farmácias e médicos de bairro; vida
cultural, educação. Para ele, a capacidade de se compreender uma obra literária
também integraria a necessidade por dignidade. É preciso que o indivíduo tenha
tempo o suficiente para pensar, estudar, meditar, contemplar e/ou produzir
arte. O trabalho excessivo afasta o humano da arte, da literatura, do
pensamento. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Uma
questão bastante atual, considerando-se o ritmo acelerado dos compromissos
impostos pela sociedade capitalista contemporânea. Curiosamente, no entanto, os
discursos de Lebret e seu movimento, ocorriam num contexto de crescente
industrialização do pós-guerra, de êxodo rural e de aumento da urbanização. O
seu ideário de uma economia humanizada não logrou competir com o fascínio do
progresso material. O padre Louis-Joseph Lebret faleceu em 26 de julho de 1966,
deixando suas contribuições e reflexões para um desenvolvimento não
economicista. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Nunca
existiu um sistema econômico intrinsecamente justo, humanizado, livre da
exploração do homem pelo homem. Seja no feudalismo, no mercantilismo ou no
capitalismo, cada um com sua especificidade histórica, o ser humano se
defrontou com injustiças das mais diversas. No capitalismo, seria um erro ou
muita ingenuidade, crer que produzir riqueza seja o suficiente para tornar uma
sociedade humanamente mais digna. Por isso, temos uma certa consciência de que,
sendo a economia amoral, necessitamos também da justiça e da política. E como
justiça e política também não bastam, é necessário ética, amor e solidariedade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O
capitalismo é um sistema econômico para gerar riqueza. Produzir, com riqueza,
mais riqueza. Mas, não para todos. Nem mesmo para uma grande parcela da
sociedade. Somente, para alguns. Os mais pobres, por definição, estão excluídos
dos benefícios gerados pelo próprio sistema. Qualquer observador mais atento,
independentemente de sua “linha ideológica”, perceberá – desde que tenha um
mínimo de honestidade intelectual e bom senso – que o capitalismo é um sistema
excludente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Segundo
dados do Banco Mundial<a href="file:///D:/Artigos%20diversos/Sociologia%20e%20esperan%C3%A7a%20%20Jerri%20Almeida.docx#_edn4" name="_ednref4" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></a>, quase metade da população
no mundo vive abaixo da linha da pobreza. Isso representa algo em torno de 3,4
bilhões de pessoas. Trata-se de um dado alarmante e torna evidente que a
prosperidade capitalista não é compartilhada. Mais de 1,9 bilhão de pessoas, ou
26,2% da população mundial, viviam com menos de 3,20 dólares por dia, em 2015.
Cerca de 46% da população mundial vivia com menos de 5,50 dólares por dia. O
relatório do Banco Mundial constata ainda, que mulheres e crianças são mais
afetados pela pobreza, pois são mais vulneráveis socialmente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Na
verdade, não se trata apenas de implantar políticas de desenvolvimento
econômico, que potencializem o crescimento da riqueza nacional e global. O
problema está representado numa famosa frase: “é preciso deixar o bolo crescer,
para depois dividi-lo”. Em algum
momento, se coloca muito fermento na economia e o “bolo cresce”, mas os gananciosos
não desejam dividi-lo, comem sozinhos, enquanto os mais famintos apenas
observam. É desumano o velho e esdrúxulo argumento no qual os pobres são
acomodados, inaptos ou despreparados para saírem da pobreza. O sistema que os
gera, também os culpa e os condena. Mas, como alertou o filósofo André
Comte-Sponville, não devemos cair no erro de pensarmos que um sistema econômico
seja “moral”. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">A
filosofia social espírita não busca argumentos reencarnatórios para justificar
os históricos problemas da fome, miséria e exploração, de um lado, e da
concentração de riquezas, do outro. A teoria espírita do conhecimento insiste,
entre outros aspectos, numa dinâmica humanista. O ser humano deve exercer seu
protagonismo na edificação de um mundo melhor, inclusive, questionando os
sistemas econômicos, ideologias e políticas de Estado que aumentam o fosso das
desigualdades sociais. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Em
seu importante ensaio sobre o humanismo espírita, Eugenio Lara aponta para uma
interessante estatística: a palavra “homem”, no sentido de ser humano, aparece
679 vezes na segunda e definitiva edição de <i>O
Livro dos Espíritos</i>. Da mesma forma,
a palavra “humanidade” tem 81 ocorrências e a palavra “humano” surge 50 vezes
na referida obra. Para Lara: “Esses números são suficientes para demonstrar, ao
menos em termos quantitativos, que a filosofia espírita tem no homem, no ser
humano, o objeto primordial de suas reflexões, conceituações e ensinamentos”.<a href="file:///D:/Artigos%20diversos/Sociologia%20e%20esperan%C3%A7a%20%20Jerri%20Almeida.docx#_edn5" name="_ednref5" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></a> <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">No
mesmo sentido que o problema das desigualdades das condições sociais é obra do
homem, por meio de suas ações no tempo e no espaço, a questão da exploração
seja ela antiga ou moderna, não poderá encontrar justificativas plausíveis no
espiritismo. Estar numa condição de miserabilidade, por exemplo, não é uma
experiência “programada” no mundo dos espíritos. Se assim fosse, estaríamos
todos conformados com as injustiças sociais ou com os seis milhões de judeus
mortos pelos nazistas. A lógica é a mesma.
Haveria um completo imobilismo histórico e jurídico, contrariando a lei
do progresso. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O
escritor e pensador argentino, Manuel S. Porteiro, rejeitou o “falso argumento
da causalidade reencarnatória”.<a href="file:///D:/Artigos%20diversos/Sociologia%20e%20esperan%C3%A7a%20%20Jerri%20Almeida.docx#_edn6" name="_ednref6" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></a> O espiritismo, por sua
natureza racionalista, progressista, pluralista e humanista, não poderia
naturalizar a exploração do homem sobre o homem. A reencarnação, à luz da
filosofia espírita, faz parte, intrinsicamente, da lei natural, oportunizando
etapas biológicas de aprimoramento no cenário da vida física. Todavia, o ser humano
é o agente principal que, a partir de sua autonomia, vai construindo o enredo
de sua existência. O indivíduo e a sociedade são, portanto, os elementos
responsáveis pelo grande projeto de um mundo melhor e mais humanizado.
Herculano Pires<a href="file:///D:/Artigos%20diversos/Sociologia%20e%20esperan%C3%A7a%20%20Jerri%20Almeida.docx#_edn7" name="_ednref7" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
situou o espiritismo também como uma <i>cosmosociologia</i>,
com toda a sua complexidade na interpretação do fato social, a partir de uma
perspectiva mais abrangente das realidades sócio-político-espiritual. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Poderemos,
então, situar o pensamento social espírita dentro de uma “sociologia da
esperança”, permeada de desafios. E, talvez, o maior deles seja o de colocar
definitivamente o ser humano no centro de todas essas discussões. Pensar uma
sociologia da esperança implica em questionarmos uma estrutura não apenas
política e econômica, mas também uma cultura centralizada na ideia capitalista
de progresso. O progresso com base na destruição da natureza, na exploração dos
recursos naturais, finitos, no esgotamento da vitalidade dos ecossistemas, na
concentração de riquezas, na cultura do descartável e da obsolescência
imediata. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">A
realidade histórica, econômica e cultural predominante na sociedade global,
ainda que transitória, define um contexto marcadamente distante do pensamento
humanista inserido em <i>O Livro dos
Espíritos</i>. O curso da história é formado por permanências e mudanças. A
doutrina espírita ao argumentar sobre a Lei do Progresso, abre um horizonte
confortador, na medida em que os processos sociológicos não estão estagnados.
Em todos os períodos da história houveram reações às injustiças sociais visando
a construção de uma nova ordem social. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Esse
é um processo lento, pautado no amadurecimento da consciência humana de
indivíduos e de grupos. São forças e vozes de resistências que reencarnam na
Terra contribuindo para fomentar novos ciclos históricos. A transformação
estrutural da sociedade do mercado, na sociedade do amor e do humanismo, é uma
meta evolutiva. Reformas sociais são, portanto, processos históricos inseridos
numa perspectiva de longa duração. Mas, os espíritas não deveriam depositar
seus discursos somente nessa “meta evolutiva”, eximindo-se das responsabilidades
de influir, como cidadãos e agentes políticos, nos rumos dessas transformações.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Os
dilemas sociais devem ser pautas de reflexão permanente, de fomento para novos questionamentos
que contribuam com o humano, numa sociedade ainda tão desumana. A filosofia
espírita é esperançosa, mas não ingênua. Precisamos pensar sobre nossa
identidade humana, sobre nossa natureza espiritual e, também, sobre o amargor
da indiferença. Uma sociologia da esperança à luz do espiritismo implica,
inexoravelmente, numa atitude dinâmica e crítica do mundo em que vivemos, e dos
nossos posicionamentos como seres na existência. É um tema de reflexão e ação
que ainda está por ser descortinado nos movimentos espíritas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">NOTAS<o:p></o:p></span></p>
<div><!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1">
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/Artigos%20diversos/Sociologia%20e%20esperan%C3%A7a%20%20Jerri%20Almeida.docx#_ednref1" name="_edn1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 10pt; line-height: 107%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt;"> Alfredo Bosi é
titular de Literatura Brasileira da Universidade de São Paulo e pertence à
Academia Brasileira de Letras. <o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="edn2">
<p class="MsoEndnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/Artigos%20diversos/Sociologia%20e%20esperan%C3%A7a%20%20Jerri%20Almeida.docx#_ednref2" name="_edn2" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 10pt; line-height: 107%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> Disponível em:
http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/39496<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="edn3">
<p class="MsoEndnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/Artigos%20diversos/Sociologia%20e%20esperan%C3%A7a%20%20Jerri%20Almeida.docx#_ednref3" name="_edn3" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 10pt; line-height: 107%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> BOSI, Alfredo. <b>Economia e Humanismo</b>. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/39496<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="edn4">
<p class="MsoEndnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/Artigos%20diversos/Sociologia%20e%20esperan%C3%A7a%20%20Jerri%20Almeida.docx#_ednref4" name="_edn4" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 10pt; line-height: 107%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> Disponível em:
https://www.worldbank.org/pt/news/press-release/2018/10/17/nearly-half-the-world-lives-on-less-than-550-a-day-brazilian-portuguese<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="edn5">
<p class="MsoEndnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/Artigos%20diversos/Sociologia%20e%20esperan%C3%A7a%20%20Jerri%20Almeida.docx#_ednref5" name="_edn5" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 10pt; line-height: 107%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> LARA, Eugenio. <b>Breve Ensaio sobre o Humanismo Espírita</b>.
Santos, SP: CPDoc, 2012. p.91.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="edn6">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///D:/Artigos%20diversos/Sociologia%20e%20esperan%C3%A7a%20%20Jerri%20Almeida.docx#_ednref6" name="_edn6" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></a>
MOREIRA, Milton Rubens Medran. Direito Natural, Lei Natural e Justiça Social.
In. <b>Perspectivas Contemporâneas da
Reencarnação</b>. REIS, Ademar Arthur Chioro dos. NUNES, Ricardo de Morais.
(Org). Santos-SP: CPDoc & CEPA
Brasil, 2016. p.142.</p><p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///D:/Artigos%20diversos/Sociologia%20e%20esperan%C3%A7a%20%20Jerri%20Almeida.docx#_ednref7" name="_edn7" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 10pt; line-height: 107%;">[7]</span></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"> Ver o livro: <b>Introdução à Filosofia Espírita</b>, de J. Herculano Pires. </span></p></div>
</div></div><br /><br /><p></p>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-16593666698502786382022-08-06T14:25:00.000-03:002022-08-06T14:25:03.057-03:00Espiritismo, política e atualidades por Luiz Gustavo<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_YQx7f2MKWWnVbg1HF5bj4BL3--roR-34bc7J-xj5OsFh2dGVzOrH4A1p0hdZeVNQEaAoCXbOq2euFl9Fe7wpG5E5kDMOi5bmJnGi2yvpvTXwYUSy1tciq5rb_rlRx0VjIefvvolO6CFrA31JHIpAA_uS_2qoXtrrddMhkTAgkRCDhvU4Nj61eTpuzQ/s940/Cartaz%20Luiz%20Gustavo.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="587" data-original-width="940" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_YQx7f2MKWWnVbg1HF5bj4BL3--roR-34bc7J-xj5OsFh2dGVzOrH4A1p0hdZeVNQEaAoCXbOq2euFl9Fe7wpG5E5kDMOi5bmJnGi2yvpvTXwYUSy1tciq5rb_rlRx0VjIefvvolO6CFrA31JHIpAA_uS_2qoXtrrddMhkTAgkRCDhvU4Nj61eTpuzQ/w400-h250/Cartaz%20Luiz%20Gustavo.jpeg" width="400" /></a></div><br /><p></p><p><br /></p><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Espiritismo,
política e atualidades<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Como vem sendo salientado, cada vez mais e por
mais estudiosos sérios da doutrina, o Espiritismo trata de assuntos políticos,
sociais. Traremos aqui alguns assuntos políticos da atualidade e a posição da
doutrina a seu respeito. Assim, veremos um pouco como a doutrina, a política e
as atualidades estão intimamente relacionadas. Daí a importância que vemos em
citar passagens centrais dos textos. É de especial importância reconhecer como
a doutrina espírita se posiciona sobre os diversos assuntos políticos que tocam
à nossa vida, até para que, considerando-a, tomemos nossa parte na necessária
transformação social da humanidade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Deparamo-nos hoje com o grave problema
da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">desigualdade social</i>, que engendra
uma multidão de injustiças no mundo, sendo raiz de preconceitos, opressão,
abusos, violência etc. Ora, na visão da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">direita</i>
política, a desigualdade social <i style="mso-bidi-font-style: normal;">é natural</i>,
razão pela qual procura, quando não agravá-la (neoliberalismo), somente administrá-la
(liberalismo social). Para a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">esquerda</i>,
por outro lado, a desigualdade <i style="mso-bidi-font-style: normal;">não é
natural</i>, por isso, propõe mitigá-la (socialismo) e, ao cabo do processo
social histórico progressivo, extingui-la (comunismo). Sobre isso, diz nossa
doutrina:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">806. A desigualdade das
condições sociais é uma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">lei da natureza</b>?<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> </b>“<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Não</b>;<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> ela é a obra</b></span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 14.0pt;"> do homem</span></b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 14.0pt;"> e <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">não a de Deus</b>.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">—
Essa desigualdade desaparecerá um dia? “De eterno só há as leis de Deus. Não a
vês se apagar pouco a pouco cada dia? <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Essa
desigualdade desaparecerá</b> com a predominância do orgulho e do egoísmo; não
restará senão a desigualdade do mérito. (...) Não há senão o Espírito que é
mais ou menos puro, e isso não depende da posição social.” (Allan Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro dos Espíritos</i>, nº 806. Destaques
meus, assim nas passagens seguintes.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Lê-se aí a palavra “mérito”. Esse
“mérito” de que fala a citação nada tem a ver com a “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">meritocracia</i>” <i style="mso-bidi-font-style: normal;">da posse</i>,
em voga hoje no meio capitalista. Quando a doutrina espírita fala em mérito,
entende-o apenas como mérito moral, que posiciona o Espírito na escala espírita
(<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro dos Espíritos</i>, nº 100), e não
um “mérito de esforço por enriquecimento” em vista de se elevar na escala
social do mundo. Com efeito, o apelo ao “mérito” para justificar o
enriquecimento não passa de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">faceta do
orgulho</i>: <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Crer-se-ia, ao ver a atividade que desdobrais,
que a ela se prende uma questão do mais alto interesse para a humanidade, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">enquanto que se trata, quase sempre, apenas
de vos pôr em condições de satisfazer necessidades exageradas</b>, a vaidade,
ou de vos entregar aos excessos. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Quantas
penas, cuidados, tormentos se dá, quantas noites sem sono, para aumentar uma
fortuna frequentemente mais que suficiente!</b> <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Por cúmulo de cegueira</b>, não é raro ver aqueles que um amor
imoderado à fortuna e aos gozos que ela proporciona submete a um trabalho
penoso <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">prevalecerem-se de uma existência
dita de sacrifício e de mérito, como se trabalhassem para os outros e não para
si mesmos<i style="mso-bidi-font-style: normal;">. </i>Insensatos!</b> Credes,
pois, realmente que vos serão levados em conta <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">os cuidados e esforços dos quais o egoísmo, a cupidez ou o orgulho são
o móvel</b>... (Allan Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Evangelho
segundo o Espiritismo</i>, cap. XVI, nº 12.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em diversos manuais de Economia atuais,
encontra-se a “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">escassez</i>” de recursos
naturais figurando como a principal fonte da concorrência econômica e, por
conseguinte, da desigualdade social<a href="file:///C:/Users/Jaboat%C3%A3o/Downloads/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADtica%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo%20(1).docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. O Espiritismo, desde seu
surgimento, enfatiza que esse mal da escassez não é um problema de recursos,
mas de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">desregramento humano</i>, ou seja,
de uma <i style="mso-bidi-font-style: normal;">organização social viciada</i>:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Por que a Terra não
produz sempre bastante para fornecer o necessário ao homem? “É que <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">o homem a negligencia</b>, o ingrato! Ela
é, no entanto, uma excelente mãe. Frequentemente também, ele acusa a natureza
do que é o feito de sua imperícia ou de sua imprevidência. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A Terra produziria sempre o necessário, se o homem soubesse com ele se
contentar</b>. Se ela não basta a todas as necessidades, é que <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">o homem emprega no supérfluo o que poderia
ser dado ao necessário</b>. (...) Em verdade vos digo, não é a natureza que é
imprevidente, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">é o homem que não sabe se
regrar</b>.” (Allan Kardec,<i> </i><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro
dos Espíritos</i>, nº 705.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Para
todo mundo há lugar ao sol</span></b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">, mas é com a condição de aí ocupar o seu,
e não o dos outros. A natureza não poderia ser responsável pelos <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">vícios da organização social</b> e pelas
consequências da ambição e do amor-próprio. (Allan Kardec,<i> </i><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro dos Espíritos</i>, nº 707.)</span><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A <i style="mso-bidi-font-style: normal;">acumulação
de riquezas</i>, característica da sociedade capitalista, já era contraditada
por Jesus: “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Não ajunteis tesouros na
terra</b>”, dizia ele (Mateus 6:19). A doutrina espírita, considerando ainda que
essa acumulação gera o supérfluo de um lado e necessidades do outro, trata-a
com bastante rigor:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Que pensar daqueles que
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">açambarcam os bens da Terra</b><i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>para se proporcionar o supérfluo em
prejuízo daqueles a quem falta o necessário? “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Desprezam a lei de Deus e responderão pelas privações que tiverem feito
suportar</b>.” ... Os que vivem <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">à custa
das privações dos outros</b> exploram os benefícios da civilização em seu
proveito; <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">não têm da civilização </b>senão
o verniz. (Allan Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro dos
Espíritos</i>, nº 717 e nota.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">A <i style="mso-bidi-font-style: normal;">exploração
e a concorrência</i>, que fazem o homem rivalizar em vez de se solidarizar, no
mundo egoísta do capitalismo, vêm denunciadas com precisão na doutrina:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Com o <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">egoísmo</b>, o interesse pessoal passa
antes de tudo, cada um puxa para si, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">cada
um vê em seu semelhante apenas um antagonista, um rival que pode entrar em
concorrência conosco</b>, que pode <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">nos
explorar</b> ou que <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">nós podemos explorar</b>;
é de quem passar à frente de seu vizinho: a vitória é do mais esperto, e <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">a sociedade, coisa triste de dizer,
consagra frequentemente essa vitória</b>, o que faz com que ela se divida em <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">duas classes principais: os exploradores e
os explorados</b>. Disso resulta um <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">antagonismo
perpétuo</b> que faz da vida <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">um
tormento, um verdadeiro inferno</b>. (Allan Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Viagem espírita em 1862</i>, Discursos, nº III, § 2.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Léon Denis não deixa de se expressar sobre o
tema, mostrando que a mudança <i style="mso-bidi-font-style: normal;">da
sociedade</i> – pautada nas verdadeiras leis de Deus – precisa ser no sentido
de extinguir essa rivalidade, a exploração, e implantar a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">justiça na repartição dos bens</i>:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">A
verdade sendo conhecida, compreender-se-ia que os interesses de uns são os
interesses de todos,<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>e que<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">ninguém
deve ser a presa dos outros</b>. Daí, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">a</b>
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">justiça na repartição</b> e, com a
justiça, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">em vez de rivalidades odiosas</b>,
uma mútua confiança, a estima e a afeição recíprocas, numa palavra, a
realização da lei de fraternidade, transformada na única regra entre os homens.
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Tal é o remédio que o ensino dos
Espíritos traz aos males da sociedade</b>. (Léon Denis, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Depois da morte</i>, cap. LV, “Questões sociais”.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Sim, os Espíritos trazem, como sabemos,
remédios não só aos males dos indivíduos, mas aos males da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sociedade!</i> Sem dúvida, os <i style="mso-bidi-font-style: normal;">direitos
trabalhistas</i> também são artigos do código natural-divino:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Que pensar dos que abusam
de sua autoridade para <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">impor aos seus
inferiores um excesso de trabalho</b>? “É uma das <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">piores ações</b>. Todo homem que tem o poder de comandar é responsável
pelo excesso de trabalho que impõe aos seus inferiores<a href="file:///C:/Users/Jaboat%C3%A3o/Downloads/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADtica%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo%20(1).docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, pois <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">transgride a lei de Deus</b>.” (Allan Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro dos Espíritos</i>, nº 684.) <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Alguns
que têm uma posição social mais ou menos elevada (por nascimento ou
enriquecimento) costumam pensar que os pobres o são “por não trabalharem” como
eles próprios, ou “por falta de esforço”. Mas Kardec, entrando na Economia
Política, faz ver o erro desse pensamento, pois é preciso considerar o problema
da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">estrutura socioeconômica</i>, a qual
não permite lugar de trabalho a todos: <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Não
é tudo dizer ao homem que ele deve trabalhar</span></b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">, é preciso ainda que
aquele que espera sua existência de seu labor <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">encontre de que se ocupar, e é o que não tem sempre lugar</b>. Quando a
suspensão do trabalho se generaliza, ela toma as proporções de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">um</b> <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">flagelo
como a miséria</b>. A Ciência Econômica busca o remédio no equilíbrio entre a produção
e o consumo; mas esse equilíbrio, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">a
supor que seja possível, terá sempre intermitências</b>, e durante esses
intervalos <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">o trabalhador não deve, por
isso, viver menos</b>. (Allan Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro
dos Espíritos</i>, nº 685, nota.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Tendo isso em conta, enquanto
a sociedade não mudar em direção ao socialismo, avançando na justiça social, as
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">reivindicações</i> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">trabalhistas</i> são consideradas legítimas, como lemos nos filósofos
espíritas:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Subscrevemos<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>de bom grado<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">as reivindicações legítimas
da classe operária</b> reclamando para o trabalhador sua parte de<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">influência</b>
e de<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">bem-estar</b>, seu <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">direito aos
benefícios industriais</b> e <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">seu lugar
ao sol</b>. (Léon Denis, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Socialismo e
espiritismo</i>, cap. I.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
direito de greve é legítimo</span></b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">, é a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">arma
do trabalhador contra as pretensões exageradas dos capitalistas</b>, dos chefes
de indústria. (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Idem</i>, cap. VIII.) <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">socialismo</b>, pois, sob sua <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">face
econômica</b> e com as regras morais que estabelece para <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">dignificar e elevar a classe trabalhadora</b>, não pode deixar de se
orientar <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">nos mesmos princípios do
Espiritismo</b>. (Cosme Mariño, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Conceito
espírita do socialismo</i>, 1ª conferência.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Prosseguindo em assuntos da atualidade, sabe-se
que há quem defenda, geralmente entre os conservadores, propostas políticas
desumanas, como o armamento da população e o militarismo, a pena de morte e,
coisa lamentável, até a tortura. Um espírita sério poderia aderir a qualquer
dessas propostas? Temos o tratamento direto dessas questões na doutrina. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Sobre o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">porte
de armas</i> e o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">militarismo</i>, vemos o
quanto são propostas equivocadas e, pelo progresso, devem desaparecer:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“Que responsabilidade
assumem aqueles que recusam a instrução às classes pobres da sociedade! Eles <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">creem que com guardas </b>[<i style="mso-bidi-font-style: normal;">gendarmes</i>]<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> e a polícia, podem prevenir os crimes. Como estão errados!</b>” (Allan
Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Céu e o Inferno</i>, pt. II,
cap. IV, “Jacques Latour”, nº II.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Um sinal característico
dos costumes do tempo e dos povos está no <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">uso
do porte habitual</b>, ostensivo ou escondido, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">de armas</b> ofensivas e defensivas; <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">a abolição desse uso </b>testemunha o<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> abrandamento dos costumes</b>. (...) Hoje, a morte de um homem é
acontecimento que emociona: outrora, não se lhe dava atenção. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Espiritismo levará embora estes últimos
vestígios da barbárie</b>, inculcando nos homens o espírito de caridade e de
fraternidade. (Allan Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Evangelho
segundo o Espiritismo</i>, cap. XII, nº 16.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Para que vossa Terra
evolua e o homem possa subir sobre um outro planeta, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">será preciso renunciar às ideias militaristas</b>. Uma nova era
psíquica se prepara para vós. (...) Deveis vos inspirar em <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">instituições do porvir, e não nas do passado</b>. (Léon Denis, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Socialismo e espiritismo</i>, cap. VII.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O mesmo se pode dizer da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">pena de morte</i> (cujos defensores bradavam um lema que até recentemente
estava na moda: “bandido bom é bandido morto”). Ela é claramente combatida pelo
Espiritismo:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A</span></b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">pena de morte desaparecerá
incontestavelmente, e sua supressão marcará um progresso na humanidade</b>.
Quando os homens forem mais esclarecidos, a pena de morte será <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">completamente abolida sobre a Terra</b>; os
homens não terão mais necessidade de ser julgados pelos homens. (...) Há outros
meios de se preservar do perigo, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">que não
matá-lo</b>. É preciso, aliás, abrir ao criminoso a porta do arrependimento <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">e não fechá-la a ele</b>. (Allan Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro dos Espíritos</i>, nº 760, 761.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Finalizando nosso texto, mencionaremos a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">tortura</i> – decerto, seria ocioso falar, se
não houvesse alguns estultos defensores dela na atualidade. A tortura de Jesus,
dos profetas e dos apóstolos, bem como dos filósofos e cientistas nos períodos
de trevas, são mais que suficientes para fazer repeli-la; aliás, só o que ela
significa já deveria causar repulsa a qualquer “homem de bem”, pela crueldade. Fica
evidente que seria um absurdo o espírita apoiar ou aderir a quaisquer defensores
dessa prática atroz:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Teu
Espírito não se revolta</span></b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> lendo o relato (...) <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">das torturas que se fazia sofrer o condenado, e mesmo o acusado</b>
para lhe arrancar, pelo excesso de sofrimentos, a confissão de um crime que
frequentemente ele não tinha cometido? (Allan Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro dos Espíritos</i>, nº 763.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Destruís mesmo a ideia
do inferno tornando-a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">ridícula e
inadmissível</b> às vossas crenças, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">como
o é aos vossos corações o hediondo espetáculo dos carrascos</b>, das fogueiras
e <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">das torturas</b> da Idade Média! O quê,
então! É quando a era das <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">represálias
cegas está para sempre banida das legislações</b> humanas que esperais mantê-la
no ideal? (Allan Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro dos
Espíritos</i>, nº 1009, comunicação de “Paulo, apóstolo”.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ajudai-vos, portanto,
sempre em vossas provas respectivas, e <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">não
vos olheis jamais como instrumentos de tortura</b>; esse pensamento <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">deve revoltar todo homem de coração, todo espírita
sobretudo</b>; pois o espírita, melhor que todo outro, deve compreender a
extensão infinita da bondade de Deus. (Allan Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Evangelho segundo o Espiritismo</i>, cap. V, nº 27.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Inumeráveis outros assuntos
sociais e políticos há na doutrina, que não pretendemos esgotar neste artigo.
Apenas ensaiamos expor o quanto o Espiritismo, a política e as atualidades
estão conexas, mostrando, ademais, como é importante o espírita conhecer a
posição da sua doutrina para não cair em contradição. É essencial que o
espírita se inteire dos problemas sociais de seu tempo e, com o auxílio da
doutrina – que trata desses temas –, possa atuar de modo a melhorar a si mesmo
e o seu meio, tendo em vista o progresso para um mundo melhor. Conhecendo as
posições doutrinárias sobre temas sociopolíticos e econômicos e exercendo
sempre sua livre razão, o espírita tem melhores condições de aderir a (e mesmo
elaborar) projetos de sociedade, propostas políticas mais condizentes com seus
ideais e com o horizonte de um mundo regenerado, que deixará para trás os erros
do passado e de hoje. Assim como também estará mais apto a ser agente
consciente da transformação da sociedade, buscando aumentar o bem comum e
trazer a justiça e a solidariedade fraternal à Terra.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Referências bibliográficas<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 8.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">BÍBLIA de
Jerusalém: nova edição, revista e ampliada. Trad. Gilberto da Silva Gorgulho,
Ivo Storniolo, Ana Flora Anderson (Coord.). São Paulo: Paulus, 2002.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 8.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">DENIS,
Léon. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Depois da morte</i>. 3.ed. Trad.
Maria Lúcia Alcântara de Carvalho. Rio de Janeiro: Celd, 2010.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 8.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">_______. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Socialismo e espiritismo</i> (1924). Trad.
Luiz Gustavo Oliveira dos Santos. Limeira, SP: Editora do Conhecimento, 2018.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 8.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">KARDEC,
Allan. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">L’Évangile selon le Spiritisme </i>[<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Evangelho segundo o Espiritismo</i>].
4.ed. Paris: Ledoyen, Dentu, Henri, 1868.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 8.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">_______. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Le Ciel et l’Enfer</i>: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ou la justice divine selon le Spiritisme</i> [<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Céu e o Inferno</i>: ou a justiça divina segundo o Espiritismo]<i style="mso-bidi-font-style: normal;">.</i> Paris: Ledoyen, Dentu, Fréd. Henri,
1865.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">_______. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Le Livre des Esprits</i>: philosophie
spiritualiste [<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Livro dos Espíritos</i>:
filosofia espiritualista]. 17.ed. Paris: Didier et C<sup>ie.</sup>, 1869.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">_______. </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">Voyage Spirite en 1862</span></i><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> [<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Viagem espírita em 1862</i>]. </span><span lang="EN-US" style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">Paris: Ledoyen;
Bureu de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">La Revue Spirite</i>, 1862.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">MARIÑO,
Cosme. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Conceito espírita do socialismo</i>
(1913). Trad. Luiz Gustavo Oliveira dos Santos. Limeira, SP: Editora do
Conhecimento, 2022.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">TROSTER,
Roberto Luís; MORCILLO, Francisco Mochón. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Introdução
à economia</i>: edição revisada e atualizada. São Paulo, Pearson Makron Books,
2002.</span><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/Jaboat%C3%A3o/Downloads/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADtica%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo%20(1).docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"> Há manuais que já explicam a
relativização necessária da noção de escassez: “Parece estranho a economia
abordar a escassez como um problema <i style="mso-bidi-font-style: normal;">universal</i>,
isto é, como um problema que afeta todas as sociedades. Isso se deve em razão
de a economia considerar o problema como de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">escassez
relativa</i>, uma vez que os bens e serviços são escassos em relação ao <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">desejo</b> dos indivíduos. (...) Pode-se
dizer que as necessidades são <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ilimitadas</i>
ou, de outra forma, que sempre existirão necessidades que os indivíduos não
poderão satisfazer, ainda que seja somente pelo fato de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">os desejos tornarem-se ‘refinados’</b>.” (Roberto L. Troster e
Francisco Mochón, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Introdução à Economia</i>,
Pearson Makron Books, p. 6-7.) <o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/Jaboat%C3%A3o/Downloads/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADtica%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo%20(1).docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt;"> Entendam-se os termos
“superior” e “inferior”, na doutrina, assim como “forte” e “fraco”, com
referência às posições ou classes sociais no capitalismo, isto é, como já vimos
antes: os “exploradores” e os “explorados”, respectivamente, possuidores e
trabalhadores.</span><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p></o:p></span></p>
</div>
</div><br /><p></p>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-64518207157771585602022-06-27T10:10:00.003-03:002022-06-27T16:07:25.364-03:00Quanto Vale uma Vida? Por Alexandre Júnior.<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFmPkKPOQnN1WUESOWcVLQDXlsHaR4bRLukrbeg5hs3qplp7pASF28gFSCbRvDJcSCtU_0zAmD9CKbeH91-SnL4LU47Qr4D0WojSD0sWxqhVo8HI6o8_wGTJoexlm15jqeXpVRcDHbNtcRHVjwsXlH4lxqruwdqapcSWrLjcvfuB1r0bEVhOTB2KWblw/s940/Qunto%20Vale%20uma%20Vida.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="587" data-original-width="940" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFmPkKPOQnN1WUESOWcVLQDXlsHaR4bRLukrbeg5hs3qplp7pASF28gFSCbRvDJcSCtU_0zAmD9CKbeH91-SnL4LU47Qr4D0WojSD0sWxqhVo8HI6o8_wGTJoexlm15jqeXpVRcDHbNtcRHVjwsXlH4lxqruwdqapcSWrLjcvfuB1r0bEVhOTB2KWblw/w400-h250/Qunto%20Vale%20uma%20Vida.jpeg" width="400" /></a></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"> O capitalismo institui, a partir de
suas estruturas cruéis e nefastas, o valor à vida humana. Desta forma, o Estado
distribui seu capital e serviços a partir da valia que ele dá aos corpos
beneficiados pelos mesmos. Ou seja: o valor dessa mesma vida depende da
representatividade social a que pertence este sujeito!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Entendemos facilmente por que o Brasil;
é o 4° país no planeta que mais mata ativistas ambientais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Antes de qualquer altercação
secundária: Quem matou e quem mandou matar Marielle Franco e seu motorista <span style="background: white; color: #202124;">Anderson Gomes? Quem matou e quem mandou
matar o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips?<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="background: white; color: #202124; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Na
esteira do capitalismo, o neoliberalismo, sua versão mais excludente, comunga
com as práticas fascistas e com a produção da chamada necropolítica. Não
desejam a vida ou o respeito à natureza, mas sim o lucro e o poder acima de
tudo e de todos!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="background: white; color: #202124; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Daí
surgir a pergunta: <b>Quanto Vale uma Vida?</b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="background: white; color: #202124; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Onde
estão concentrados os grandes investimentos do Governo na proteção social das
pessoas? O aparelhamento do Estado visa servir a quem?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="background: white; color: #202124; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Diante
da realidade apresentada nestas reflexões iniciais, indagamos: Onde está o
Movimento Espírita Brasileiro Hegemônico Federativo Institucionalizado, diante
de todas estas realidades sociais aterrorizantes e perversas dos dias atuais? Em
quantas notas o referido Movimento se manifestou sobre está realidade social?
Qual o seu posicionamento diante deste descalabro? O silêncio e a omissão são
formas de comunicar? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="background: white; color: #202124; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Conclamamos
reflexões que nos levem a entender que o espiritismo não é omisso às questões sociais
de nosso tempo, bem como não é apolítico; senão vejamos o que nos fala Kardec. Comecemos
com o Livro dos Médiuns (Kardec, 2017): “O Espiritismo, já o dissemos, se
relaciona com todos os problemas da Humanidade. Seu campo é imenso e devemos
encará-lo sobretudo quanto às suas consequências”. Ora, se o próprio Kardec
fala abertamente sobre a relação do Espiritismo com todos os problemas humanos,
de onde vem a negação desta realidade de uma parte muito significativa dos
Espíritas brasileiros?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="background: white; color: #202124; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Trazemos
a discussão agora a partir de um artigo da Revista Espírita de Junho de 1868: <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
Espiritismo conduz precisamente ao fim que se propõe todos os homens de
progresso. É, pois, impossível que, mesmo sem se conhecer, eles não se
encontrem em certos pontos e que, quando se conhecerem, não se deem - a mão
para marchar, na mesma rota ao encontro de seus inimigos comuns: os
preconceitos sociais, a rotina, o fanatismo, a intolerância e a ignorância.<span style="background: white; color: #202124;"> </span>(Kardec, 2018), <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Neste
ponto específico, os preconceitos sociais são caracterizados por Kardec como um
dos inimigos do progresso humano – compreendemos desta maneira, e por isso
dizemos repetidas vezes: não haverá mundo de regeneração sem igualdade e
justiça social, até vencermos estes inimigos comuns citados no texto acima.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Damos
prosseguimento às nossas reflexões Kardecianas, agora usando A Gênese como
base: <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">“Com
a reencarnação, desaparecem os preconceitos de raça e de casta, já que o mesmo
Espírito pode renascer, rico ou pobre, grande senhor ou proletário, mestre ou
subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. De todos os argumentos
invocados contra a injustiça da servidão e da escravatura, contra a sujeição da
mulher à lei do mais forte, não existe nenhum que supere em lógica, o fato
material da reencarnação. Desse modo, assim como a reencarnação fundamenta numa
lei da natureza o princípio da fraternidade universal, também fundamenta na
mesma Lei o princípio da igualdade dos direitos sociais e, por consequência, o
da liberdade. ” (Kardec, 2007)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">A reencarnação, aqui expressa
pelo querido Professor Francês, não possui uma ideia em si mesma de criar
castas e/ou justificar a opulência de uns e a total falta de outros, não valida
a famigerada meritocracia, seja ela do mundo dos vivos ou do mundo dos mortos. Assim,
(Júnior, 2022) nos diz: “Nesse sentido, nenhuma hegemonia cultural, econômica
ou social opressora deverá encontrar a sua razão de existir na forma de se
conceber a reencarnação, tendo o Espiritismo como referencial teórico”. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Compreendemos que a partir da reencarnação
em uma perspectiva Espírita, a ideia é que todos, todas e todes tenham as
mesmas possibilidades, partindo o Espiritismo da visão de um ser integral, de
proporcionar-lhes possibilidades para a ampla ação de vida, para que todas as
suas potencialidades possam ser motivadas a serem vivenciadas e ampliadas no
espiritual, no afetivo, no emocional, no material e no social.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Assim, (Júnior, 2022), continua:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
reencarnação tem uma ação educativa em vez de punitiva. Divina e diametralmente
oposta à demoníaca; libertadora e antagônica a qualquer tipo de postura
aprisionante. Sua ação sobre nós é de possibilidades de aprendizado através de
sucessivas oportunidades, nas quais vamos, por intermédio dos embates sociais,
concordando e discordando, formatando-nos como cidadãos cósmicos, seres
universais, criaturas divinas, constituindo-nos naquilo que somos. (Júnior,
2022),<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">É importante posicionarmos os
nossos pensamentos sobre a reencarnação, já que a mesma robustece, valida e
legitima a nossa busca por igualdade e justiça social a partir da compreensão
do Espiritismo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Damos prosseguimento às nossas
digressões Kardecianas, desta vez usaremos O Livro dos Espíritos, na pergunta
806. “A desigualdade das condições sociais é uma lei natural? Não, ela é obra do homem e não de Deus.”
Compreendemos que não sendo essas desigualdades e injustiças sociais ações
divinas, cabe portanto a quem as criou o dever de extirpá-las! Desta maneira,
as ações de enfrentamento às causas dessa problemática precisam e devem ser amplamente
combatidas – e não apenas os seus efeitos! Combater a fome é extremamente
necessário e urgente. Mas perguntar e entender por que tantas pessoas passam
fome é imprescindível.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Assim vamos estabelecendo de que
maneira as relações sociais vão se instituindo e como produção de políticas
públicas que contemplem as diversas demandas de nosso povo são importantes,
levando em consideração as especificidades construídas a partir das diferenças
culturais e identitárias que nos formam!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Ainda no Livro dos Espíritos, está a pergunta
799, com sua respectiva resposta:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Por
que meios pode o Espiritismo contribuir para o progresso? “Ao destruir o
materialismo, que é uma das chagas da sociedade, ele faz os homens
compreenderem onde estão os seus verdadeiros interesses. Por não estar mais
velada pela dúvida, o conhecimento da vida futura será apreendido pelo homem,
que entenderá que pode assegurar o seu futuro pelo próprio presente. Ao
destruir os preconceitos de seita, casta e cor, o Espiritismo ensina aos homens
a grande solidariedade que deve uni-los como irmãos. ” (Kardec, 2007)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Possuímos um enorme desafio, a
partir do que chamaríamos de um Espiritismo espiritualista – embora pareça
redundância – instituirmos a possibilidade de nos vermos irmãos, sem negar as diferenças
que nos formam. O não respeito a este pensamento torna o Movimento Espírita
Brasileiro Hegemônico Federativo Institucionalizado materialista, assim como
nos diz Alexandre Júnior, no seu livro Espiritismo, Educação, Gênero e
Sexualidades: Um Diálogo com as Questões Sociais:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
movimento espírita brasileiro é materialista quando valida os preconceitos, não
luta contra eles de forma orgânica e não tem, por exemplo, uma campanha
“oficial” contra os preconceitos. É materialista quando institui em suas
relações sociais internas e externas o processo de hierarquização dos corpos,
no seu “modus operandi” (Júnior, 2022)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Chegamos a estas reflexões
para podermos compreender um dos motivos pelos quais, segundo nossas pesquisas,
o referido Movimento convive com as desigualdades e injustiças sociais e não
possuí ações discursivas, pedagógicas ou práticas para lidar com as mesmas. E
desta forma, torna-se incapaz de ajudar na formação de um Ser Espiritual dentro
da cultura do seu tempo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Este silêncio promovido pelo Movimento
Espírita Brasileiro Hegemônico Federativo Institucionalizado é ensurdecedor, e como
vimos, não se sustenta em Kardec. Reproduz em suas práticas as normas sociais
vigentes, guiada muitas vezes por um religiosismo que beira o fundamentalismo, e
que por sua vez é alimentado por um conservadorismo extremo. E este processo
não coaduna com as práticas do nosso guia e modelo, Jesus de Nazaré.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Será que o Jesus dos Espíritas verdadeiramente
“não comprou uma pistola, porque em sua época não existia?”, ou será que ele
defende a tese de que “bandido bom é bandido morto?” Ou ainda que direitos
humanos serviram para “humanos direitos?” Ou ele teve 4 filhos e no 5º “fraquejou”,
daí nascendo uma mulher? Será que ele diria à mulher adúltera: “Não te estrupo
por que você não merece?”. Ou talvez:
“Meus filhos não namorariam uma negra por que foram bem educados!”. Estas são
falas em voga na atualidade – seriam elas relacionadas verdadeiramente com o
Evangelho? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Seria possível conjugar em uma mesma
frase Lucas 10:27: “Amarás o Senhor, teu
Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de
todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, <b>mas</b> “bandido bom é bandido morto”?
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Ou
ainda consoante expresso em Mateus 25, 35:36. “Porque tive fome, e me destes de
comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava
nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me”, e assim “façamos
arminha com as mãos” e defendamos a necropolítica, a política armamentista. Ou
que ainda não nos incomodemos com os assassinatos de Chico Mendes, Irmã Dorothy
Stang, Marielle Franco, Anderson Gomes, Miguel Otávio, Dandara dos Santos,
Evaldo Rosa e tantas anônimas e anônimos que tombam com seus corpos
transgressores sem vida, para que os “homens de bem” tenham bons sonhos!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Precisamos construir diálogos que se
sustentem teoricamente. Precisamos viver a “Religião da Intimidade”, “a Fé Raciocinada”;
mas se para vivermos alguma religião precisarmos ser insensíveis às dores de
almas que pensam diferentes de nós; se para reverenciar nosso deus negamos
vidas, e nos fechamos ao amor pelos diferentes, há algo de errado em nossa
forma de adorar!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Nos diz Freire: “A educação é um ato de
amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da
realidade não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Nas arenas romanas, os desafios eram
não abjurar a Jesus de Nazaré, e se entregar em sacrifício. As arenas do campo
sócio-político-religioso vitimaram O Cristo numa crucificação infame. Já nos
dilemas dos dias de hoje, na “nossa Pátria mãe gentil, Choram Marias e Clarices
no solo do Brasil”, pois “num tempo, página infeliz da nossa história, passagem
desbotada na memória das nossas novas gerações, dormia a nossa pátria mãe tão distraída,
sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações”. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"> E nós apenas sentimos e quando nos
permitem, balbuciamos baixinho, para que não nos escutem: “Como é difícil
acordar calado, se na calada da noite eu me dano, quero lançar um grito
desumano, que é uma maneira de ser escutado. Esse silêncio todo me atordoa.
Atordoado eu permaneço atento. Na arquibancada pra qualquer momento. Ver
emergir o monstro da lagoa”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Aludindo um refletir que seja tal qual
fumaça em fresta de porta, que se apresente forte como uma esperança que faz
florescer um “Esperançar”, que ame corajosamente, apesar dos reveses que fazem
com que tombem os corpos que ousam amar o amor, a natureza Amazônica, e as
humanidades, e que não atende aos rótulos do convencionalismo extremamente fundamentalista,
tacanho, perverso e excludente!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"> Nos inspiremos no amor subversivo de
Jesus de Nazaré, para todas, todos e todes, e sem acepção. Aceitemos a licença
poética do cancioneiro e nos permitamos compreender que segundo ele, o poeta, “o
Amor é um Ato Revolucionário".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><b><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 16pt; line-height: 150%;"> </span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><b><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 16pt; line-height: 150%;">Referências Bibliográficas<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><b><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 16pt; line-height: 150%;"> </span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">A
Gênese (Kardec, 2018) p. 58 KARDEC, Allan. A gênese. Federação Espírita André
Luiz, (FEAL), 2018.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Bíblia
de Estudo Perguntas e Respostas MC. São Paulo, 2016. Lucas10:27; Mateus 25,35:36.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Espiritismo,
Educação, Gênero e Sexualidades. Um diálogo com as Questões Sociais. JÚNIOR,
Alexandre, Recife: CBA Editora, 2022. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">O
livro dos espíritos: princípios da doutrina espírita. Livraria Allan Kardec
Editora, 2007.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">O
Livro dos Médiuns (Kardec, 2017). KARDEC, Allan. O livro dos
médiuns, EDICEL, 2017<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Pedagogia
da Autonomia. (Freire, 2011) FREIRE, Paulo. São Paulo: Editora Paz
e Ter<!--[if !supportFootnotes]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">[1]</span><!--[endif]-->ra,
2011.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Revista
Espírita – junho de 1868, (Kardec, 2018), KARDEC, A. Revista Espírita.
Tradução de Julio Abreu Filho. Livraria Allan Kardec Editora, (LAKE). 2018.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><b><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 16pt; line-height: 150%;"> </span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><b><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 16pt; line-height: 150%;">Músicas<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">O Bêbado
e o Equilibrista. Letra de Aldir Blanc e João Bosco. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Bastidores. Letra de Chico Buarque.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Cálice. Letra de Chico Buarque.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">O Amor
é Um Ato Revolucionário. Letra de Chico César.<o:p></o:p></span></p><p></p>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com32tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-8302480975372320232022-05-09T15:38:00.000-03:002022-05-09T15:38:31.775-03:00ESPÍRITAS, AMAI-VOS, INSTRUÍ-VOS E POLITIZAI-VOS!<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga4Q9qPsHSmFqoUcF27wcRgLR6H0lRqcoeJs-mcsJJyU5FuUixxmnbxIC5cXHQkmu-q3yf_z4mTNGsyBf0qsjAwGrnM0OUz4HGbZaNgRXgiaBvmwRqu5m-aP3lHITllqJRlO39IyVNBJJ0wqM80Vu3mrJnNGMqMHpCNTYwATA01JEYyjDHdsEReEzN8A/s940/Artigo%20Rodrigo%20sales.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="587" data-original-width="940" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga4Q9qPsHSmFqoUcF27wcRgLR6H0lRqcoeJs-mcsJJyU5FuUixxmnbxIC5cXHQkmu-q3yf_z4mTNGsyBf0qsjAwGrnM0OUz4HGbZaNgRXgiaBvmwRqu5m-aP3lHITllqJRlO39IyVNBJJ0wqM80Vu3mrJnNGMqMHpCNTYwATA01JEYyjDHdsEReEzN8A/w500-h200/Artigo%20Rodrigo%20sales.jpeg" width="500" /></a></div><p><br /></p><div style="text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><b>Por: Rodrigo Sales</b></span></div> <p></p><p><br /></p><p></p><p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;">Ao longo das últimas décadas circulou entre os espíritas brasileiros a
ideia de que o Espiritismo é uma doutrina apolítica para responder ao
questionamento de que os assuntos sobre Espiritismo e Política não poderiam se
misturar, dialogar ou provocar compromissos de atuação na sociedade através dos
movimentos sociais e da luta pela garantia e manutenção de direitos advindos
desses mesmos movimentos. <o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;">O fazer espírita, segundo os que defendem um Espiritismo apolítico,
deveria ser restrito ao estudo das obras de Allan Kardec e o centro espírita se
tornaria o lugar mais adequado para construir o chamado “trabalho espírita” que
também passou a ser entendido através da prática de palestras públicas com um
mesa na tribuna em que um único palestrante fala por quase uma hora, aplicação
de passes e fluidoterapia, seguido da água fluidificada, atendimento fraterno, tratamento
espiritual da obsessão, evangelização infantojuvenil, distribuição de sopa e
cestas básicas, livraria e biblioteca junto com bazar e cantina de lanches,
campanha do quilo e a chamada divulgação doutrinária com a publicação de
textos, vídeos e artigos em jornais e redes sociais falando sobre o Espiritismo
e o evangelho de Jesus. <o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;">Nessa seara de afazeres espíritas, recheada de muitos trabalhos, falar de
Política e seus desdobramentos nas questões sociais tornou-se algo proibido,
evitado e silenciado ao ponto de ser enquadrado como assunto antidoutrinário.<o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;">O espírita encarnado ou desencarnado que defende e divulga a ideia de
que o Espiritismo é apolítico e ajuda a difundir o pensamento de que falar de
Política é algo antidoutrinário, evidencia o quanto que desconhece sobre o que
de fato é o fazer espírita a partir da noção fundamental de Espiritismo
apresentada por Allan Kardec. E a razão desse desconhecimento se dá pelo fato
de não saber o que é algo “apolítico” e “antidoutrinário” e ainda correlacionar
essas palavras com um sentimento de advertência de modo a evitar o diálogo
sobre Espiritismo e Política. <o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;">Apolítico, segundo o dicionário, é tudo aquilo que não é político, que
não apresenta significado político, é aquilo ou aquele que não se interessa por
política ou por ela tem aversão. Já antidoutrinário seria significado também
pelo dicionário como tudo aquilo que está em desacordo com uma certa doutrina. Além
disso, o próprio conceito de Política precisa também ser esclarecido de modo a espantar
o fantasma que essa palavra representa. <o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;">No imaginário de muitos espíritas encarnados e desencarnados, a Política
é entendida como sinônimo de politicagem o que acaba trazendo para essa palavra
o sentido de algo sujo, errado, imoral, não ético ou que vibratoriamente não é
bom para as energias da casa espírita e nem para a mente dos ditos médiuns que
podem se desequilibrar e serem assediados por maus Espíritos que encontrariam
brechas se assuntos ligados à Política fossem trazidos e abordados pelo
Espiritismo. Quando, em verdade, a Política é uma ciência da sociedade, fruto
de saberes humanos que foram desenvolvidos e aprimorados ao longo da História,
acompanhando a evolução das sociedades e da própria compreensão dos seres
humanos sobre as necessidades que possuem nos grupos sociais em que estão
inseridos e que compõem as nações ao redor de todo o planeta Terra. <o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;">Política é uma arte de pensar e estruturar as instituições oferecedoras
de serviços que objetivam atender as demandas e necessidades das pessoas que se
relacionam socialmente. Em outras palavras, a Política é a expressão pensada,
falada, estruturada, registrada e sentida dos Espíritos encarnados e
desencarnados ao longo da História, nas diversas sociedades com seus aspectos
culturais característicos. É, portanto, fruto das escolhas dos Espíritos
encarnados com todas as suas boas ou más influências por parte dos Espíritos
desencarnados.<o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;">Devidamente conceituadas estas palavras, façamos agora o exercício de
questionar se de fato o Espiritismo não pode dialogar com a Ciência Política,
como muitos defendem. Consultando o próprio Kardec, como pedem aqueles que
defendem um Espiritismo apolítico, questiona-se como podemos estudar a pergunta
573 de O Livro dos Espíritos quando Kardec busca entender em que consiste a
missão dos Espíritos encarnados, cuja resposta fala sobre a instrução dos
homens para auxiliar com o progresso desses e complementa falando sobre o
melhoramento das instituições por meios diretos e materiais, e não vermos o
conceito de Política presente? <o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;">Ainda dessa obra, como estudar em sua questão 818, que aborda a
inferioridade moral da mulher em certas regiões como sendo o resultado do
predomínio injusto e cruel que sobre ela assumiu o homem e também resultado das
instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza, e não vermos de
forma clara o conceito de Política presente? <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sobretudo a Política de acolhimento e proteção
às mulheres e a luta pela garantia dos direitos civis dessas mulheres de modo a
tornar justa e equivalente a posição social ocupada por elas e os homens, que historicamente
fizeram as leis só para si e venderam a ideia de que a mulher é o sexo frágil,
sendo este último pensamento uma imensa tolice de homens moralmente pouco
adiantados que formatam seus direitos através da força e da opressão.<o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;">Como estudar a questão 797, do mesmo livro, sobre a reformulação das
leis da sociedade cuja resposta central passa pelo reconhecimento de que é pela
força das coisas e pela influência das pessoas de bem que guiam a marcha do
progresso e que são essas as responsáveis a reformular tantas leis que ainda
são cruéis e injustas e que validam desigualdades e encobertam violências dos
mais diversos matizes, e não vermos a flagrante presença da Política como
essência do ensinamento? Ou ainda, quando vemos o conceito de que todos os Espíritos
possuem fundamentalmente e primariamente o direito à vida, na pergunta 880, e
não reconhecermos o compromisso político que se lança sobre os ombros dos
espíritas para garantir uma vida com qualidade para mulheres, crianças, idosos,
negros, indígenas, gays, lésbicas, transexuais, travestis, pobres, periféricos,
suburbanos e pessoas em condição de rua e extrema miséria?<o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;">É tão nítido o potencial dialógico do Espiritismo com a arte Política e
com todos os desdobramentos possíveis através das temáticas presentes na
sociedade, que nem de longe, nem no pior dos pesadelos, nem na mais complexa
obsessão, nem na maior obscuridade umbralina se pode admitir chamar o
Espiritismo de apolítico ou que dialogar sobre Política seja considerado
assunto antidoutrinário. O Espiritismo nunca foi e nunca será apolítico porque
o fazer espírita é por si só um fazer político que visa atuar no mundo trazendo
a perspectiva do Espírito imortal de modo a contribuir com a espiritualização
dos seres humanos. <o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;">O Espiritismo almeja mudar hábitos culturalmente engessados em crenças
materialistas e inaugurar uma nova fase na humanidade marcada pela renovação
social em que os homens e mulheres, espiritualizados e conscientes das suas
missões enquanto encarnados, assumam as instituições presentes na sociedade
direcionando-as para o atendimento das demandas de um mundo que clama por
justiça e igualdade social e sobretudo por amor, o mais elevado de todos os
sentimentos.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;">Sendo
assim, conclamemos: Espíritas, amai-vos, instruí-vos e politizai-vos hoje,
amanhã e sempre. Assim seja!<o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="center" style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;">Referencial Bibliográfico<o:p></o:p></span></b></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;"><span lang="EN-US" style="background: white; color: #757575; font-family: "Arial",sans-serif;">KARDEC, Allan. O livro dos espíritos:
princípios da doutrina espírita. Livraria Allan Kardec Editora, 2007.</span><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="margin-bottom: 8.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p><br /><p></p>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-12459624128856861082022-04-22T07:48:00.001-03:002022-04-22T07:48:39.954-03:00Contribuições Para um Pensar Decolonial nos Estudos Espiritas <p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghzOizB3pnWgvwhxXMa8o0Ls2sSc9ffsBJYC_M9h4JQD1E3r1eDA9IWvtJI5bx1RsAVCFw1VtdaIN_FMeA6_FvQai984EcPBCTLn8gsux18vTJ0yzRWaF4vDa83HP95-JUKUUY-PNnhsY2KIWT_aCEhEmxDK5iVqpTpcfd5GnYfD4CEXH_B-9_lkPDtA/s939/Foto%20Lidia.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="586" data-original-width="939" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghzOizB3pnWgvwhxXMa8o0Ls2sSc9ffsBJYC_M9h4JQD1E3r1eDA9IWvtJI5bx1RsAVCFw1VtdaIN_FMeA6_FvQai984EcPBCTLn8gsux18vTJ0yzRWaF4vDa83HP95-JUKUUY-PNnhsY2KIWT_aCEhEmxDK5iVqpTpcfd5GnYfD4CEXH_B-9_lkPDtA/w400-h250/Foto%20Lidia.jpeg" width="400" /></a></div><br /><p></p><div><br /></div><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;">Por Lídia Pimentel</span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;"><br /></span></b></div><div style="text-align: center;"><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Lidia
Valesca Pimentel<a href="file:///D:/%C3%81gora%20Esp%C3%ADrita%202022/Artigos%202022/Contribui%C3%A7%C3%B5es%20para%20um%20pensar%20decolonial%20nos%20estudos%20espiritas%20(2).docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Esse
artigo nasceu de uma inquietação epistemológica acerca das bases da modernidade,
de sua visão eurocêntrica de homem e a influencia do colonialismo no movimento espirita,
desde Kardec até os dias atuais. O uso de termos como “selvagem”, “primitivo”,
“superior” em vários textos Espiritas e as várias alegações de elementos racistas
tem vindo à baila. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Vivemos
em um momento oportuno para introduzir uma reflexão decolonial, em meio a
mudanças no movimento espirita brasileiro, com o aparecimento de coletivos
progressistas trazendo a leitura critica de obras e autores esquecidos, numa
dinâmica dialógica com a ciências sociais e a filosofia e os seus posicionamentos
frente aos acontecimentos da atualidade. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Para
compreender a importância do pensamento decolonial é necessário, inicialmente, compreender
o que significou o pensamento colonial e depois a “virada de chave”, originada,
ainda no século XX, com a crise de paradigmas da modernidade e a irrupção de um
pensamento decolonial, crítico do colonialismo.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O
pensamento colonial apareceu na modernidade não somente como a expansão territorial
dos estados europeus, com a crise do capital, na segunda metade no sec. XIX. Se
constituiu como forma ideológica de entendimento de homem como ser universal, a
imagem e semelhança do europeu, com padrão de civilidade típicos da cultura
ocidental, legitimados a partir de conceitos evolucionistas, em escalas de
evolução social e moral, elaboradas pelos próprios colonizadores. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Os
avanços da biologia com as pesquisas de Charles Darwin, com grande projeção de
sua obra “A Origem das espécies em 1859”, influenciou o pensamento positivista
em sua visão de sociedade, os colonizadores modernos criaram um discurso sobre O
outro colonizado como inferior, legitimando a exploração, como ideia de
progresso e “de missão civilizatória”. Desse modo, podemos dizer que a
colonialidade não é uma questão apenas da administração das colônias, mas uma
epistemologia que influenciou as ciências humanas e a filosofia, tanto no plano
teórico como metodológico.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Foi
assim que o positivismo deu suporte ideológico para que essas sociedades fossem
consideradas primitivas e seus povos inferiorizados, numa escala onde o Europeu
foi considerado moralmente</span> <span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">superior, excluindo o conhecimento das tradições
não ocidentais, como diz Walter Mignolo: <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;">“Colonialidade”
equivale a uma “matriz ou padrão colonial de poder”, o qual ou a qual é um
complexo de relações que se esconde detrás da retórica da modernidade (o relato
da salvação, progresso e felicidade) que justifica a violência da
colonialidade. E descolonialidade é a resposta necessária tanto às falácias e
ficções das promessas de progresso e desenvolvimento que a modernidade
contempla, como à violência da colonialidade. (MIGNOLO, 2017 p. 13)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">A
agenda colonial produz a descredibilidade de inúmeras formas de existência e de
saber, como também produz a morte, seja ela física, através do extermínio, ou simbólica,
através do desvio existencial (SIMAS e RUFINO, 2018 ) Nasce de um discurso
sobre o outro com subalterno e inferior. Isso não dá para aceitar! <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O
pensamento pós colonial é uma tendencia epistemológica nas ciências sociais
desde a emancipação das coloniais africanas que propõe uma reflexão crítica das
epistemologias modernas, que propuseram uma racionalidade ocidental, como
modelo hegemônico de cultura e razão. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Como diz Santos (2014) Uma “epistemologia do
sul”. Um modo de pensar que leva em consideração os saberes locais, numa
metáfora do sul não como espaço geográfico, mas como modelo contra hegemônico
do pensamento norte global.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Aceitação de
outras cosmovisões, como modelos intuitivos de pensar, representar e viver no
mundo, como as dos indígenas brasileiros, a de tribos africanas, os povos da
índia entre tantos outros na vastidão de manifestação da cultura humana. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Alan
Kardec, assim como outros pensadores espiritas do seu tempo, são herdeiros de
uma filosofia moderna colonial e não teria como ser diferente, dado o seu
contexto.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O modelo de ciência no tempo
de Kardec tentava emancipar-se do tradicionalismo e dogmatismo medieval e seus
valores arcaicos. O Espiritismo de Kardec, no plano filosófico, recebeu
influência do iluminismo e sua visão de racionalidade universal. Numa
perspectiva cientifica, foi influenciada pelas ciências naturais e os nascentes
estudos sobre a psiquismo humano. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">No
entanto, podemos afirmar que Alan Kardec ultrapassou a ciência do seu tempo, trazendo
o “paradigma do espirito” e uma crítica as ciências a quem chamou de
materialistas, por reduzir o conhecimento apenas ao que pode ser validado a
partir de experimentos comprovados materialmente. O pensamento espirita vai
costurar elementos complexos advindos das respostas dos Espíritos, em sua
maioria cristãos, com a interpretação de Kardec e seu próprio entendimento,
numa perspectiva dialógica entre os conhecimentos de seu tempo e os valores de
uma ética universal dada pelos espíritos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">A
diferenças entre os povos para os franceses era chamada de <i>civilizacion</i>,
como o conjunto dos aspectos da vida material e cultural de um grupo social em
qualquer estágio de seu desenvolvimento</span><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">.</span><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Para os Espíritos em resposta a Kardec <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><i><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;">A
civilização tem os seus graus, como todas as coisas. Uma civilização incompleta
é um estado de transição que engendra males especiais, desconhecidos no estado
primitivo, mas nem por isso deixa de constituir um progresso natural,
necessário, que leva consigo mesmo o remédio para aqueles males. A medida que a
civilização se aperfeiçoa, vai fazendo cessar alguns dos males que engendrou, e
esses males desaparecerão com o progresso moral. (O livro dos Espiritos questão
793)<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><i><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Os
termos primitivo, bem como, selvagem, inferior ao se referir aos povos “não
civilizados” ou de uma civilidade “incompleta” está alçada numa visão de moral.
Seria essa a mesma moral pensada pelo colonizador? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Os
Espíritos esclarecem: <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><i><span style="background: white; color: #404040; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;">Vós a reconhecereis pelo desenvolvimento moral.
Acreditais estar muito adiantados por terdes feito grandes descobertas e
invenções maravilhosas; porque estais melhor instalados e melhor vestidos que
os vossos selvagens; mas só tereis verdadeiramente o direito de vos dizer
civilizados quando houveres banido de vossa sociedade os vícios que a desonram
e quando passardes a viver como irmãos, praticando a caridade cristã. Até esse
momento não sereis mais do que povos esclarecidos, só tendo percorrido a
primeira fase da civilização.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Kardec
escreve ainda em uma nota essa questão, enfatizando a dimensão ético-moral: <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><i><span style="background: white; color: #404040; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;">De dois povos que tenham chegado ao ápice da
escala social, só poderá dizer-se o mais civilizado, na verdadeira acepção do
termo, aquele em que se encontre menos egoísmo, cupidez e orgulho; em que os
costumes sejam mais intelectuais e morais do que materiais; em que a
inteligência possa desenvolver-se com mais liberdade; em que exista mais
bondade, boa-fé, benevolência e generosidade recíprocas; em que os preconceitos
de casta e de nascimento sejam menos enraizados, porque esses pré-juízos são
incompatíveis com o verdadeiro amor do próximo; em que as leis não consagrem
nenhum privilégio e sejam as mesmas para o último como para o primeiro; em que
a justiça se exerça com o mínimo de parcialidade; em que o fraco sempre
encontre apoio contra o forte; em que a vida do homem, suas crenças e suas
opiniões sejam melhor respeitadas; em que haja menos desgraçados; e, por fim,
em que todos os homens de boa vontade estejam sempre seguros de não lhes faltar
o necessário</span></i><i><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Ainda
na mesma questão, uma nota de Herculano Pires, tradutor dessa edição: <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><i><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;">Será essa a civilização cristã que o
Espiritismo estabelecerá na Terra. Como se vê pelas explicações dos Espíritos e
os comentários de Kardec, a civilização incompleta em que vivemos é apenas uma
fase de transição entre o mundo pagão da Antiguidade e o mundo cristão do
Futuro. Nos costumes, na legislação, na religião, na prática dos cultos
religiosos vemos a mistura constante dos elementos do paganismo com os
princípios renovadores do Cristianismo. Cabe ao Espiritismo a missão de remover
esses elementos pagãos para fazer brilhar o espírito cristão em toda a sua
pureza.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O
que deduzir do significado de “costumes mais intelectuais do que materiais”? Como
interpretar os dizeres de Herculano Pires? O que significa remover os elementos
do paganismo?<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Que elementos são esses? O
pensamento de Pires soa flagrantemente colonialista, de uma visão de
cristianismo como religião superior. Isso deve ser assim? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Admitir
a influência de uma visão colonialista nessa interpretação é fundamental para
poder ultrapassá-la. Se considerarmos que a ideia de costume e leis são
próprias de cada cultura e tem manifestações históricas próprias, cada civilização
teve o seu próprio processo civilizador e não poderíamos classificar como
superior ou inferior, mas como participe de seu próprio processo de mudança,
rumo a uma ideia de progresso moral intrínseca ao próprio conceito. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Problematizar
a ideia de uma escala civilizatória para admitir que o processo civilizatório é
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>necessário para ultrapassar o orgulho do
ocidente, sua noção de desenvolvimento material, para adentrar as noções princípios
ético-morais, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>como esclareceram os
espíritos a Kardec. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">As
Ciências Sociais, nascente no mesmo tempo de Kardec, nasceu sob os auspicio de
uma epistemologia colonialista e com forte influência do darwinismo social. Todavia,
as Ciências Sociais realizaram sua própria critica, se abriram para as
perspectivas pós coloniais. Assim pode ser os estudos espiritas? Essa é a
questão posta, as quais não é mais possível jogar para baixo do tapete, mas
encará-la como dilema epistemológico, que só poderá ser resolvido com a
superação dogmáticas das obras básicas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">A
decolonialidade é como uma chave que pode abrir as portas de uma auto reflexão
do movimento espirita e ajudar os seus estudiosos a revisitar criticamente a
influência do paradigma racionalista da ciência moderna e do positivismo,
método hegemônico na ciência do Sec. XIX, para admitir que o Espiritismo é um conhecimento
produzido a partir de fontes europeias, com a influência de espíritos cristãos,
com os valores ocidentais sobre homem, Deus e sociedade. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Se
no passado o Espiritismo acompanhou as ciências do seu tempo, nos dias atuais,
pode abrir-se aos dilemas do sec. XXI, continuar a produção do saber espirita,
iniciada por Kardec, entender as emergências do novo tempo, seguindo os passos
que o próprio mestre de Lion ensinou, alinhar a Ciência Espirita ás dinâmicas
da própria ciência. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">A
superação da mentalidade colonial abre as portas do pensamento para o encontro
de interculturalidade e para o diálogo interreligioso que rejeita o discurso
sobre o outro, valoriza a auto determinação identitária. Proporciona um
encontro entre sujeitos, suas diferenças, tendo em vista a diversidade do
mundo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">A
decolonialidade nos leva a compreensão de uma humanidade ampla, com experiências
reencarnatórias plurais, vividas em corpos sociais diversos, com visões de
mundo distintos e multiculturais. No plano da mediunidade, admite a importância
de outras narrativas de espíritos que viveram realidades não europeias e não cristãs,
admitindo como espiritualidade válida na grande rede de interconexão existente.
Alcançar uma ideia de universalidade constituída por culturas diferentes, respeitadas
em suas manifestações.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">A
decolonialidade pode lançar luz as práticas espiritas a partir do pressuposto
que a ação e o pensamento perfazem o sentido do fazer espirita
conjuntamente.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A ação espirita deve ser
manifestada com as bases ética do bem comum, do respeito as diferenças dos
povos, da democracia, da tolerância e da cultura de paz entre as nações, sem
superioridade econômica e ou cultural, estabelecendo a cooperação mutua. Os
povos originários, por exemplo, têm muito a ensinar aos povos ocidentais <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Um
fazer que propõe uma pedagogia, ao invés de uma evangelização que cria a
caricatura do “evangelizando”, depositário de um conhecimento, desconsiderando
os aprendizados já existentes e a realidade em que vivem. Sujeitos ativos da
aprendizagem, com sua bagagem cultura local e cosmologia própria. Uma pedagogia
da autonomia, como ensina Paulo Freire, com os valores da emancipação, da troca
de saberes e uma construção partilhada do mundo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Uma
ação fraterna e solidária que supere as práticas assistencialistas que
objetifica as pessoas. Percebe o outro não como um “necessitado” ou “assistido”,
mas como um sujeito de direitos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Cidadania
ativa, transformadora da sociedade rumo a justiça social e a igualdade entre
todos. Uma espiritualidade viva que integre o sentir, o pensar e o fazer com
bases éticas do cuidado e do bem comum. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Por
fim, é preciso esclarecer que o pensamento decolonial não nos dá um roteiro
pronto para os estudos espiritas, mas aponta para as bases epistemológicas, um
jeito de pensar que supere o poder de um conhecimento sobre o outro, supremacia
religiosa, filosófica ou cientifica, que possa engendrar como únicos ou
verdadeiros. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Referencias:
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">KARDEC,
Alan. O livro dos Espiritos. Tradução de José Herculano Pires. Lake: São Paulo,
2013. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">MINOLO,
Walter D. Colonialidade o lado mais obscuro da modernidade. Revista brasileira
de ciências sociais - vol. 32 n° 94 – Tradução de Marco Oliveira. 2017. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">SIMAS,
Luiz Antônio; RUFINO, Luiz. As ciências encantadas da macumba. Mórula: Rio de
Janeiro, 2018.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">SANTOS,
Boaventura de Sousa, MENEZES, Maria Paula. Epistemologias do Sul. Edições
Elmedina, Coimbra, 2009. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///D:/%C3%81gora%20Esp%C3%ADrita%202022/Artigos%202022/Contribui%C3%A7%C3%B5es%20para%20um%20pensar%20decolonial%20nos%20estudos%20espiritas%20(2).docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Doutora
em Sociologia. Professora Universitária. Espirita, membro do Coletivo Girassois
– Espirita pelo Bem Comum. <o:p></o:p></p>
</div>
</div><b><span style="font-size: large;"></span></b></div>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-19399021899280284342022-04-13T17:27:00.003-03:002022-04-13T17:27:45.284-03:00Política e Coletividade como Caminhos do Progresso<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6n0sisJkxMEY2M0dKFSPBugbM3P-lX6_FqCvS2oNgsHegeOEl9tpmLhUd2rPwKL7jNlYipubfiwtrRKH-nN0HoqCulhvlWqKeJw_6RLjUuRTHPb5UYrkob0Pgv-PmfFZRO2uRD-sAJnhSwfL6W2Q5PtL4y_5HPiioyLn_k-KszVMhtcBdJ9MOjNdx6Q/s941/Pol%C3%ADtica%20e%20coletividade%20como%20caminhos%20de%20progresso.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="588" data-original-width="941" height="304" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6n0sisJkxMEY2M0dKFSPBugbM3P-lX6_FqCvS2oNgsHegeOEl9tpmLhUd2rPwKL7jNlYipubfiwtrRKH-nN0HoqCulhvlWqKeJw_6RLjUuRTHPb5UYrkob0Pgv-PmfFZRO2uRD-sAJnhSwfL6W2Q5PtL4y_5HPiioyLn_k-KszVMhtcBdJ9MOjNdx6Q/w465-h304/Pol%C3%ADtica%20e%20coletividade%20como%20caminhos%20de%20progresso.jpeg" width="465" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; text-indent: 35.45pt;"><b style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: large; text-indent: 35.45pt;">Por: Luiz Gustavo</b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Reconhecer o pensamento
político da doutrina espírita é essencial para o espírita se posicionar e atuar
em sociedade de modo coerente com sua crença. Kardec escrevia: <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">O Espiritismo ..., <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-style: italic;">tocando a todos os ramos da economia social</span></b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">, às quais presta o apoio de suas próprias
descobertas</span>,<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>assimilará sempre
todas as doutrinas progressivas<i style="mso-bidi-font-style: normal;">,</i> de
qualquer ordem que sejam. (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Gênese</i>,
cap. I, nº 55.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">[Proceder a] uma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">comunidade
de ideias</b> em moral, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">em política</b>,
e sobretudo em religião. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Tal será a obra
da filosofia nova, o Espiritismo</b>, que vos ensinamos hoje. (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Revista Espírita</i>, nov. 1862, “Da origem
da linguagem”.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">E Léon Denis nos deixou esta
definição clara: “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Espiritismo é</b>,
ao mesmo tempo, uma ciência positiva, uma filosofia, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">uma doutrina social</b>”. (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Síntese
espiritualista doutrinal e prática</i>, nº 89.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Infelizmente, muitos adeptos
desavisados, ou desviados por orientações alheias aos fundamentos doutrinários,
rejeitam pensar a partir do Espiritismo sobre ideias “políticas” ou de
“economia social”, que tocam à doutrina, como diz Kardec. Pior, rechaçam com
veemência aqueles que as abordam, tachando-os injustamente de
“materialistas”... Isso se explica por uma reflexão de séculos. Desde que há
injustiça na sociedade, que há “forte” e “fraco” (Allan Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro dos Espíritos</i>, nº 781),
“exploradores” e “explorados” (Allan Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Viagem espírita em 1862</i>, Discursos, nº III, § 2), isto é, a chama
“dialética senhor-escravo”, surge uma mentalidade apropriada aos dominados,
como explicava o filósofo Hegel: <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">O “escravo” [isto é, o dominado] encontra “ideologias
escravas” que justificam sua posição, incluindo o estoicismo (na qual ele
rejeita a liberdade externa em troca da mental), o ceticismo (na qual ele
duvida do valor da liberdade externa) e a consciência infeliz (na qual ele
encontra a religião e escapa, só que em outro mundo). Hegel detectava essa
relação “senhor-escravo” [dominante-dominado] em diversos lugares – nas guerras
entre estados mais fortes e mais fracos, e nos conflitos entre classes sociais
e outros grupos. (Paul Kelly <i style="mso-bidi-font-style: normal;">et al</i>., <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O livro da política</i>, cap. “Georg Hegel”,
p. 159.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">É fenômeno frequente e antigo
na história, como se vê (desde o período helenístico), a criação de discursos
conformadores, apassivadores, em religiões e filosofias. Os antigos chineses e
indianos aceitavam a dominação dinástica, numa sociedade de castas, valendo-se
da religião hindu, reencarnacionista; com ela, procuravam abster-se da
“liberdade externa”, social, buscando a “liberdade íntima”, a realização do “Eu
interior”. A fuga da atuação social transformadora atingiu parte do pensamento grego
antigo, no estoicismo e no cinismo, assim também do romano. Na Idade Média, na
Europa, a sociedade feudal criou a mentalidade monástica, praticamente
ascética. No século XV, o capitalismo nascente encontrou grande respaldo à
dominação no protestantismo, quando as igrejas reformadas transformaram a
mensagem cristã em ideologia conservadora, conformadora do trabalhador às novas
formas de exploração, tendo em vista a liberdade no “outro mundo”, como diz
Hegel. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">A “ideologia escrava” assume
diversas formas e sempre apresenta caráter fortemente individualista e conservador,
pois ela é precisamente a maneira como o dominado se exime da luta por sua
liberdade. Luta que, levada a cabo, promoveria o progresso<a href="file:///D:/%C3%81gora%20Esp%C3%ADrita%202022/Artigos%202022/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADticas%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. Assim, as “ideologias
escravas”, conservadoras e individualistas que são, sempre se opõem às ideias
sociais progressistas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">E entre os espíritas, houve
exceção a isso? De maneira alguma. A doutrina espírita em si, como a de Jesus e
dos profetas antigos, como ainda a filosofia platônica, é eminentemente
progressista, propondo grandes melhorias sociais e claros posicionamentos
políticos. Mas a dominação social cria uma mentalidade apassivadora, uma
“ideologia escrava” também afeita aos espíritas. E encontrou-se para isso um
respaldo no chamado roustainguismo (ou “rustenismo”, como escreve Sérgio
Aleixo), de J. B. Roustaing, primeiro cismático espírita, cuja doutrina,
diversa daquela trazida por Kardec, fazia aceitar cegamente os ditados
mediúnicos e rechaçava a realidade material como imundície. Esse viés ganhou
vulto no movimento espírita e serviu para que inúmeros livros mediúnicos, sem
controle nem coerência doutrinária, formassem, ao longo de décadas, a
mentalidade apassivadora do movimento espírita hegemônico atual: aceitação das
verdades reveladas sem exame e rejeição do pensamento social. Isso fez com que
se recortassem, das obras espíritas fundantes ou clássicas – de Kardec a Denis,
passando por Lachâtre e Mariño –, o que se referisse ao pensamento político ou
social espírita<a href="file:///D:/%C3%81gora%20Esp%C3%ADrita%202022/Artigos%202022/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADticas%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
A regra é: nada de política nos meios espíritas. Só iluminação da alma, pelo
sentimento e pensamento, no oásis de indiferentismo da chamada “reforma íntima”.
A divulgação e o estudo dos assuntos sociais pelos espíritas –
consequentemente, sua participação política – foram substituídos por pregações
emocionais, enlevadas e motivacionais, características da mentalidade escrava
que permeia toda a história e desnatura as doutrinas progressistas. Mensagens
de conformação ao sofrimento, de culpabilização, de medo e de consolação fora
deste mundo dão o tom para a “moral” do espírita, bem recheadas de estorietas e
“casos” romanceados, que supostamente mostram a lei divina chancelando tal
comportamento... Os espíritas, portanto, não ficaram imunes à “ideologia
escrava” apontada por Hegel. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Porém, Kardec e muitos
espíritas pioneiros perspicazes identificavam esse problema já em seu tempo. Vemos
uma excelente denúncia desse modo de pensar inócuo, dessa ideologia escrava – que
tomava muitos meios religiosos e filosóficos do século XVIII, mas que os
espíritas não encampavam ainda –, neste trecho da fala consciente do dirigente
do grupo de operários espíritas, Sr. Desqueyroux, publicado por Kardec:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">É preciso confessá-lo, há momentos na vida em que a razão
poderia talvez nos sustentar, mas há outros em que se tem necessidade de toda a
fé que dá o Espiritismo para não sucumbir. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Em
vão os filósofos nos vêm pregar uma firmeza estoica; enunciar-nos suas pomposas
máximas; dizer-nos que o sábio não é abalado por nada, que o homem é feito para
se possuir a si mesmo e dominar os acontecimentos da vida; enfadonhas
consolações! Longe de abrandar minha dor, vós a acidificais; em todas as vossas
palavras, não encontramos senão vazio e secura. </b>(...)<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> </b>Sim, nosso mestre [Allan Kardec]; continua tua augusta missão;
continua a nos mostrar <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">essa ciência </b>que
vos é ditada pela bondade divina;<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> que
faz nossa consolação durante esta vida</b>, e que será o sólido pensamento que
nos firmará no momento da morte. Recebe, caro mestre, essas poucas palavras
saídas do coração de teus filhos, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">pois
és nosso pai de todos; o pai da classe laboriosa e dos aflitos</b>. (Allan
Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Revista Espírita</i>, nov. 1861,
“Banquete – Discurso do Sr. Desqueyroux, mecânico, em nome do grupo dos
operários”.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Palestras e oradores espíritas
“emocionantes” e preocupados apenas com o íntimo, hoje, cairiam sob a mesma
crítica. Em vista do quanto se disse, e criticando os rumos ideológicos
conservadores, intimistas e fugitivos da política que têm tomado o movimento
espírita hegemônico, o filósofo espírita brasileiro J. Herculano Pires afirma, categórico:
<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">Criaríamos uma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">ilusão
anti-espírita se acreditássemos na possibilidade dessa abstenção política</b>,
alvitrada por alguns confrades, em diversas ocasiões. (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O sentido da vida</i>, cap. “Sociologia espírita”, p. 78.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Diante de tal cenário, cabe ao
espírita não mais adotar essa atitude frontalmente anti-espírita, não mais
acolher essa ilusão, essa ideologia escrava conservadora apartada dos
fundamentos doutrinários. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Por exemplo. A preservação
ambiental e a suficiência de recursos naturais para suprir a necessidade de
todos é tema tratado na doutrina:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">Por que a terra não produz sempre bastante para fornecer o
necessário ao homem? “É que o homem a negligencia, o ingrato! É, no entanto,
uma excelente mãe. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Frequentemente
também, ele acusa a natureza do que só é o feito de sua imperícia ou de sua
imprevidência</b>. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A terra produziria
sempre o necessário se o homem soubesse se contentar</b>. Se ela não basta a
todas as necessidades, é que o homem emprega no supérfluo o que poderia ser dado
ao necessário. (...) Em verdade vos digo, não é a natureza que é imprevidente,
é o homem que não sabe se regrar.” (Allan Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro dos Espíritos</i>, nº 705.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Eis a resposta à falácia da
escassez econômica, que só pode existir em função do desregramento humano.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Também vemos a produção de
bens e sua distribuição, numa crítica da organização social, ser tratada nos
textos doutrinários:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">Os meios de existência fazem frequentemente falta a certos
indivíduos, m<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">esmo no meio da abundância
que os cerca</b>; a que devem atribuir isso? “Ao egoísmo dos homens, que não
fazem sempre o que devem; em seguida, e o mais frequentemente, a eles mesmos.”
(...) <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Para todo mundo há lugar ao sol</b>,
mas é com a condição de aí tomar o seu, e não o dos outros. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A natureza não poderia ser responsável
pelos vícios da organização social </b>e pelas consequências da ambição e do
amor-próprio. (Allan Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro dos
Espíritos</i>, nº 707.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Sem dúvida, atribuir a Deus,
ao “carma” ou à natureza o que é <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">problema
da má organização social</b> é próprio da ideologia escrava, que teima em não
enxergar na injustiça, na opressão econômica e nos desvios morais tornados sistêmicos
a causa imediata, direta e atual da desigualdade, da pobreza e da maior parte
das dores do mundo<a href="file:///D:/%C3%81gora%20Esp%C3%ADrita%202022/Artigos%202022/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADticas%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
Como falamos no início, a doutrina expõe abertamente o problema político,
econômico, social e moral, permitindo que nos movamos em direção à sua solução
coletivamente, como manda a lei do progresso<a href="file:///D:/%C3%81gora%20Esp%C3%ADrita%202022/Artigos%202022/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADticas%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. O mundo há de se
regenerar, o reino de Deus há de vir sobre a Terra, mas com a condição de que
deixemos a indiferença<a href="file:///D:/%C3%81gora%20Esp%C3%ADrita%202022/Artigos%202022/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADticas%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> individualista
conservadora e passemos a caminhar como o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ser
coletivo</i> que somos<a href="file:///D:/%C3%81gora%20Esp%C3%ADrita%202022/Artigos%202022/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADticas%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo.docx#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Para isso, é imprescindível
resgatar a essência progressista da doutrina, a mobilização que ela solicita a
todos, de modo a estudar outros tantos problemas de ordem social, econômica e
política à sua luz e nos colocarmos em movimento transformador. Passemos adiantes
dessas ideologias escravas, imobilizadoras, enfadonhas, apassivadoras, baseadas
no rustenismo e contidas nas obras mediúnicas sem exame, e tornemos às fontes
sustentadoras da consciência social do Espírito encarnado na Terra, isto é, às
obras espíritas fundamentais (Kardec) e filosóficas clássicas (Denis, Mariño,
Lachâtre, Herculano Pires, Mariotti, etc.). A fim de que, com resultado de
nossas práticas, o mundo seja não apenas regenerado pela nossa ação, mas
verdadeiramente regenerador dos Espíritos que nele se encarnem<a href="file:///D:/%C3%81gora%20Esp%C3%ADrita%202022/Artigos%202022/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADticas%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo.docx#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Referências
bibliográficas<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">ALEIXO,
Sérgio F. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O primado de Kardec</i>:
metodologia espírita e cisma rustenista. Rio de Janeiro: ADE-RJ, 2011.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">DENIS,
Léon. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Síntese espiritualista doutrinal e
prática</i> (1920). Trad. Luiz Gustavo Oliveira dos Santos. Limeira, SP:
Editora do Conhecimento, 2021.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">DENIS,
Léon. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Socialismo e espiritismo</i>
(1924). Trad. Luiz Gustavo Oliveira dos Santos. Limeira, SP: Editora do
Conhecimento, 2018.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">KARDEC,
Allan. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Le Livre des Esprits</i>:
philosophie spiritualiste [<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Livro dos
Espíritos</i>: filosofia espiritualista]. 17.ed. Paris: Didier et C<sup>ie.</sup>,
1869.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">KARDEC,
Allan. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Revue Spirite</i>: journal
d’études psychologiques [<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Revista Espírita</i>:
jornal de estudos psicológicos]. </span><span lang="EN-US" style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">12 vol. Paris: Bureau
Rue Sainte-Anne, 1858 – Société Anonyme, 1869.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">KARDEC,
Allan. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Voyage Spirite en 1862</i> [<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Viagem espírita em 1862</i>]. </span><span lang="EN-US" style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">Paris: Ledoyen; Bureu de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">La Revue
Spirite</i>, 1862.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">KELLY, Paul [<i style="mso-bidi-font-style: normal;">et
al</i>]. </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">O livro da política</span></i><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">. Trad. Rafael Longo.
São Paulo: Globo, 2013.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">LACHÂTRE,
Maurice. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O espiritismo, uma nova
filosofia</i> (1880). Trad. Irene Goodjes. Bragança Paulista, SP: Lachâtre,
2014.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">MARIÑO,
Cosme. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Conceito espírita do socialismo</i>
(1913). Trad. Luiz Gustavo Oliveira dos Santos. Limeira, SP: Editora do
Conhecimento, 2022.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">MARIOTTI,
Humberto. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O homem e a sociedade numa nova
civilização</i>: do materialismo histórico a uma dialética do espírito. Trad.
J. L. Ovando. Prefácio de J. Herculano Pires. São Paulo: Edicel, 1967.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">PIRES, J.
Herculano. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O reino</i>. 5.ed. São Paulo:
Paideia, 2002.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">PIRES, J. Herculano. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O sentido da vida</i>. São Paulo: Paideia,
2005.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;">SANTOS,
Luiz Gustavo O dos. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O suposto “alerta de
Kardec sobre política” e a repulsa à política no movimento espírita</i>.
Disponível em: <http://tiny.cc/6ggqu>. Publicado em: 18 mar. 2022. Acesso
em: 07 abr. 2022.</span><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><a href="file:///D:/%C3%81gora%20Esp%C3%ADrita%202022/Artigos%202022/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADticas%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"> Entretanto, encontrareis ainda entraves
em vossas tentativas <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">para chegar à
melhoria social</b>. É que <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">não se chega
jamais ao resultado sem que a luta venha afirmar os esforços</b>. (Allan Kardec<i style="mso-bidi-font-style: normal;">, Revista Espírita</i>, mar. 1868,
Instruções dos Espíritos, “A regeneração”.)<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/%C3%81gora%20Esp%C3%ADrita%202022/Artigos%202022/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADticas%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 11.0pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 11.0pt;"> Para maiores desenvolvimentos
sobre a repulsa do movimento espírita hegemônico à política e o suposto
“alerta” de Kardec sobre política, há um texto meu disponível no link: <<span class="MsoHyperlink"><a href="http://tiny.cc/6ggquz">http://tiny.cc/6ggquz</a></span>></span>.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/%C3%81gora%20Esp%C3%ADrita%202022/Artigos%202022/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADticas%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 11.0pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 11.0pt;"> A <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-style: italic;">desigualdade das condições
sociais</span></b><i> </i>é uma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">lei
natural</b>? “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Não, ela é obra do homem </span></b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">e <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">não de Deus</b></span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">.</b> ... <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Essa <span style="mso-bidi-font-style: italic;">desigualdade desaparecerá</span></b><i>
</i>juntamente com a predominância do <span style="mso-bidi-font-style: italic;">orgulho
e do egoísmo</span>.” (Allan Kardec,<i> Livro dos Espíritos</i>, nº 806.)<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/%C3%81gora%20Esp%C3%ADrita%202022/Artigos%202022/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADticas%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 11.0pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 11.0pt;"> Em que consiste a
missão dos<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> Espíritos encarnados</b>?
“Instruir os homens, ajudar em seu avanço; <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">melhorar
suas instituições por meios diretos e materiais</b><i style="mso-bidi-font-style: normal;">.</i>” (Allan Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro dos
Espíritos</i>, nº 573.)<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><a href="file:///D:/%C3%81gora%20Esp%C3%ADrita%202022/Artigos%202022/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADticas%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"> Ó homens! Refleti que <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">depende de vós apressar o reino de Deus
sobre a Terra ou afastá-lo</b>; que sois responsáveis uns pelos outros; que,
melhorando-vos, trabalhais para a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">regeneração
da humanidade</b>; a tarefa é grande; <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">a
responsabilidade pesa sobre cada um, e ninguém pode se recusar</b>. (Allan
Kardec,<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> Revista Espírita</i>, dez. 1859,
“Comunicações externas”.)</span><o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><a href="file:///D:/%C3%81gora%20Esp%C3%ADrita%202022/Artigos%202022/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADticas%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo.docx#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"> <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O
homem não é um ser isolado, é um ser coletivo. O homem é solidário do homem</b><i style="mso-bidi-font-style: normal;">. </i>É em vão<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>que ele procura o complemento do seu ser, quer dizer, a felicidade
em si mesmo ou no que o rodeia isoladamente: ele não pode encontrá-la senão no <span style="font-variant: small-caps;">homem</span> ou na <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">humanidade</b>. Não fazeis, portanto, nada para ser pessoalmente
felizes, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">enquanto a infelicidade de um
membro da humanidade, de uma parte de vós mesmos, puder vos afligir</b>. (Allan
Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Revista Espírita</i>, nov. 1866,
“A solidariedade”.)</span><o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/%C3%81gora%20Esp%C3%ADrita%202022/Artigos%202022/Artigo%20Espiritismo,%20pol%C3%ADticas%20e%20atualidades%20-%20Luiz%20Gustavo.docx#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 11.0pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 11.0pt;"> Que o princípio da
caridade e da fraternidade seja<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">a base das instituições sociais, das
relações <i style="mso-bidi-font-style: normal;">legais</i> de povo a povo e de
homem a homem, e o homem pensará menos em sua pessoa </b>quando vir que outros
nele pensaram; ele <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">sofrerá a influência moralizadora</b>
do exemplo e do contato. (Allan Kardec, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro
dos Espíritos</i>, nº 917.)<o:p></o:p></span></p>
</div>
</div>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-66735147272324440162022-03-23T09:28:00.001-03:002022-03-23T09:30:49.443-03:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfsn6Vp7QgZ8Ou3PCOBUrEaJ9zfx9ootodKgJOY6z2Cga3LvS51P43jrTrH4U9H4AMX33WjXCxFyTFg8RBBongHJPEKvnYb2ASHpvharmwAExyQyDPQ28nx_cFG0O064RKMzNQXHw6_Me8bLa87aDNotkFvodtnWWMcvo5OABBdhonRZDcdkvA4kjenw/s940/jerri1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="587" data-original-width="940" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfsn6Vp7QgZ8Ou3PCOBUrEaJ9zfx9ootodKgJOY6z2Cga3LvS51P43jrTrH4U9H4AMX33WjXCxFyTFg8RBBongHJPEKvnYb2ASHpvharmwAExyQyDPQ28nx_cFG0O064RKMzNQXHw6_Me8bLa87aDNotkFvodtnWWMcvo5OABBdhonRZDcdkvA4kjenw/w614-h384/jerri1.jpg" width="614" /></a></div>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Os
ventos revolucionários que sopravam da França, em 1789, invocavam três palavras
que se tornaram paradigmáticas no vocabulário dos direitos humanos: Liberdade,
igualdade e fraternidade. Esta última, não era vista propriamente como um
“direito”, mas como uma condição esperada nas relações sociais. Numa época de
nobres, burgueses, servos e escravos, cuja tradição naturalizava a terrível
desigualdade social, o pensamento iluminista e os ideais de 1789, deixariam
significativas contribuições aos séculos seguintes. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Robespierre,
advogado e político radical, em seu “Discurso sobre a organização das guardas
nacionais”<a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, publicado em dezembro de
1790, enfatizava o lema: “Liberdade, igualdade e fraternidade”, como palavras
que deveriam ser escritas na bandeira da França. Mais do que estampar essas
palavras em bandeiras nacionais, é imprescindível construir uma sociedade mais
fraterna, com justiça social e com leis que resguardem, de fato, a dignidade
humana e o bem comum. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Allan
Kardec, cujo nome verdadeiro era Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu em 1804,
ano em que Napoleão Bonaparte se autoproclamou imperador dos franceses. Sua
formação intelectual se deu com base na cultura filosófica, científica e
humanista de sua época.<a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Kardec, como sabemos, foi o fundador de uma
filosofia singular, espiritualista, racionalista, humanista, progressista, que
descortinou e naturalizou a dimensão espiritual do ser humano. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Engana-se,
no entanto, quem vê no espiritismo uma via de fuga diante dos desafios sociais,
cujo foco é, tão somente, os problemas metafísicos. A discussão sobre os
direitos naturais, os direitos humanos e justiça social, estão presentes no
conjunto da obra kardequiana. Em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Livro
dos Espíritos</i>, considera-se que o primeiro de todos os “direitos naturais”
do ser humano é o direito à vida, uma verdade autoevidente, um princípio
inalienável.<a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Reconhecendo, ainda, que para sobreviver é necessário ao ser humano, possuir
condições materiais de existência e de dignidade.<a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: arial;">Na
terceira parte de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Livro dos Espíritos</i>,
intitulada: “As Leis Morais”, encontram-se o que podemos chamar de “teses
sociais espíritas” que refletem sobre as funções do trabalho, da dinâmica
social, da igualdade, da liberdade, do progresso, da justiça, amor e caridade.
Os direitos humanos estão, inexoravelmente, no centro dessas discussões. Ao
tratar, por exemplo, da “Lei de Liberdade”, o espiritismo se posiciona na
defesa da liberdade de pensamento, de consciência e de crença, contra qualquer
forma de intolerância e de escravidão:</span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: arial;">Em
sua acepção mais vasta, o livre-pensamento significa: livre-exame, liberdade de
consciência, fé raciocinada; simboliza a emancipação intelectual, a
independência moral, complemento da independência física; <span style="mso-bidi-font-weight: bold;">não quer mais escravos do pensamento</span>,
pois o que caracteriza o livre-pensador é que este pensa por si mesmo, e não
pelos outros; em outros termos, sua opinião lhe é própria. Assim, pode haver
livres-pensadores em todas as opiniões e em todas as crenças. Neste sentido, </span><span style="mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="font-family: arial;">o livre-pensamento eleva a dignidade do
homem, dele fazendo um ser ativo, inteligente, em vez de uma <i>máquina de crer</i>.</span><a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span style="font-family: arial;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial",sans-serif" style="line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span></span><!--[endif]--></span></span></a></span><o:p style="font-size: 12pt;"></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Não
era nada fácil, ainda no século XIX, defender a liberdade de expressão e de
crença.<a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Nota-se no pensamento de
Kardec, uma clara influência dos valores que permeavam a cultura progressista
de sua época. No entanto, o espiritismo nascente oferecia novos elementos para
essa cultura. O progresso da humanidade, na perspectiva da nova filosofia,
estaria vinculado ao melhoramento intelectual e moral dos indivíduos, daí
decorrendo o aperfeiçoamento da legislação humana e das relações sociais.<a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Na medida em que melhor
conhece as “leis naturais”, que regem o Universo, o mundo físico e espiritual,
o ser humano, pensava Kardec, tende a desenvolver um nível mais elevado de
humanização. Essa ideia jamais deveria implicar, como veremos, num processo de
alienação política dos indivíduos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Na
Revista Espírita, em março de 1871, é publicado um texto póstumo de Allan
Kardec, que havia falecido em 31 de março de 1869. O título: “Liberdade,
igualdade e fraternidade”<a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, retomava ao ideário de
uma nova ordem social. No texto, ele pondera que: “A fraternidade, na rigorosa
acepção da palavra, resume todos os deveres do homem para com os semelhantes.
Significa: devotamento, abnegação, tolerância, benevolência, indulgência”. Uma
espécie de “programa”, segundo ele, capaz de se contrapor ao “egoísmo social”,
um dos grandes males da humanidade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Essa,
de fato, parece ser uma das grandes questões que permeia o que Kardec chamou de
“felicidade social”. Como é possível uma sociedade funcional, solidária e
humanizada onde cada um só pensa em si mesmo e/ou em seu grupo? Obviamente, o
sentido de “igualdade” numa sociedade disfuncional e desumanizada sobrevive com
base nas legislações, mas permanece distante, na prática, da ideia de justiça
social. A desigualdade das condições sociais, os preconceitos de classes,
raciais e de gênero, são alguns exemplos vigorosos dessa lamentável e histórica
realidade. Kardec, aponta um dos principais “inimigos” da igualdade: “O
orgulho, que trabalha por ser o primeiro e por dominar; que vive de privilégios
e de exceções e que aproveitará a primeira ocasião para destruir a igualdade
social (...). Ora, sendo o orgulho uma das chagas sociais, é evidente que
nenhuma sociedade terá a igualdade sem arrasar primeiro essa barreira”.<a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Essa
problemática é mais complexa, não se limitando apenas a uma perspectiva pessoal
de melhoramento. Recordemos que a ideia de igualdade foi um dos pilares da
declaração universal dos direitos do homem e do cidadão, uma “utopia possível”.
Aliás, um mundo cujos alicerces seriam igualdade e fraternidade já havia sido
pensado pelo humanista inglês Thomas Morus, em seu livro “Utopia”, escrito em
1516. Em contraponto à sociedade fortemente excludente de sua época, Morus
imaginou uma ilha onde seus habitantes viviam pelo bem comum, sem classes, sem
propriedade privada, sem exploração de uns sobre outros. Possivelmente, Morus
tenha sido um dos pais daquilo que seria chamado de socialismo utópico. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-family: arial; font-size: 14pt; line-height: 150%; mso-themecolor: text1;">Em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O
Livro dos Espíritos</i>, Kardec indagou seus interlocutores espirituais sobre o
problema da “desigualdade das condições sociais” e obteve como resposta: “É
obra dos homens e não de Deus”.<a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftn11" name="_ftnref11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-themecolor: text1;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Então, são os próprios seres humanos que necessitam resolver ou atenuar esse
problema por eles criado, historicamente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span style="font-family: arial;"><span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 14pt; line-height: 150%; mso-themecolor: text1;">Perceba que o princípio da igualdade não
contradiz o da diversidade. </span><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">A filosofia espírita considera que a
diversidade faz parte das múltiplas experiências do Espírito em sua trajetória
evolutiva. Vivências sociais, étnicas, de gênero, de crenças, de ideologias,
entre tantas outras, fazem parte do amplo contexto experiencial do ser. Por
isso mesmo, a diversidade deve ser respeitada. Qual a beleza do arco-íris, sem
o seu multicolorido? Qual o encanto do jardim, sem a diversidade das flores,
com suas espécies e características próprias? <span style="color: black; mso-themecolor: text1;"><o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">A
diversidade de pensamentos, de culturas, de expressões estéticas, de tipos
físicos, de cores, de etnias, de partidos, faz parte da riqueza da espécie
humana. A igualdade defendida como um direito humano não é a uniformização da
humanidade. Longe disso! Refletir sobre o tipo de civilização e de sociedade
que construímos, marcada, entre outros, pela exploração e pela miséria, pelo
preconceito, pela discriminação da mulher, pela homofobia e misoginia, é que
necessita ser questionada. A igualdade é, justamente, o dever de se assegurar e
respeitar os direitos humanos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">A
teoria espírita aceita dois movimentos básicos pelos quais o progresso se
desenvolve. O movimento interno, individual e pessoal, onde cada sujeito vai,
dentro de seu ritmo próprio, enfrentando e superando seus condicionamentos,
atavismos, vícios e preconceitos, ou seja, o seu egoísmo e seu orgulho, na
construção de um humano mais humanizado. E o movimento externo, social,
político, educacional, comunitário, jurídico, que visa aperfeiçoar os mecanismos
coletivos de convivência. Os dois movimentos funcionam dialeticamente um sobre
o outro. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Allan
Kardec enfatiza, nesse sentido, que: “os preconceitos sociais, a rotina, o
fanatismo, a intolerância e a ignorância” são inimigos do progresso.<a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftn12" name="_ftnref12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Léon Denis, considerado
um dos mais eminentes filósofos espíritas do século XIX, em suas conferências
realizadas nas cidades de Tours Orléans, em 29 de fevereiro, e 4 de abril de
1880,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>referindo-se ao progresso político
e à situação social da França,<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>enfatizava o papel da cidadania:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
República democrática é a mais racional e a mais lógica forma de liberdade e só
ela pode levantar, valorizar as almas que o despotismo humilhou. Só ela pode
fazer a verdadeira igualdade entre os homens, sem rebaixar os grandes ao nível
dos pequenos, porém, dando aos pequenos os meios de se elevarem gradualmente ao
nível dos grandes, pela instrução, pela liberdade de trabalho e de associação,
pela uniformidade dos direitos. O governo da República é a expressão da vontade
nacional. O povo, reunido em seus comícios, nomeia seus representantes e estes
elegem o chefe do poder. É, portanto, o povo que se governa a si próprio por
meio do sufrágio universal. Cada cidadão participa da soberania. Uma nação
republicana é um vasto organismo, um grande corpo, do qual cada eleitor é um
membro.<a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftn13" name="_ftnref13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Governos
despóticos, tiranos, absolutistas, autocráticos e ditatoriais são, por
natureza, nocivos aos direitos humanos. Impõe censura, estruturas de repressão,
intolerância e controle social, implementando a tortura e a morte como
políticas de Estado. Nosso filósofo depositava grande esperança nos governos
democráticos e no papel dos cidadãos. Estar no mundo é assumir, como lembrou
Deolindo Amorim, reconhecido pensador espírita, compromissos diante das
contingências sociais.<a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftn14" name="_ftnref14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Léon Denis enfatiza
ainda:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="tab-stops: 280.95pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span style="font-family: arial; font-size: 12pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Vede,
cidadãos, quanto, com a República, nossa responsabilidade aumenta, pois a sorte
de nosso País está em nossas mãos. Somos nós que, por nossas escolhas e nossos
sufrágios, fazemos nossos destinos. Compreendei, agora, quanto é necessário que
cada um de nós se esclareça e se aperfeiçoe, quanto é necessário que o
julgamento de todos se fortifique, porque, eu vos pergunto, que faríamos dos
direitos e das liberdades, se não soubéssemos emprega-los com sabedoria, com
discernimento.<a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftn15" name="_ftnref15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 14pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">A
sociedade contemporânea, assim como na época de Kardec e de Denis, nos
apresenta diariamente seus desafios humanos e sociais.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Vez por outra, ressurgem focos de
intolerância, verdadeiros “tumores” degenerativos da tessitura social,
conspirando contra os ideais progressistas, humanísticos e democráticos. O
recrudescimento, nos últimos tempos, de ideologias (de Estado) que pregam um
conservadorismo ufanista e retrógrado, sobre temas que envolvem sexualidade e família,
por exemplo, com viés explicitamente patriarcal, machista e homofóbico,
atualizam os debates sobre igualdade e direitos humanos.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Nesse sentido, segundo afirmou o filósofo
francês Gilles Lipovetsky: “Quanto mais frustrante é a sociedade, mais ela
promove as condições necessárias para uma re-oxigenação da vida”.<a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftn16" name="_ftnref16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[16]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Para
Lipovetsky, vivemos numa sociedade, apesar de todos os seus desafios, mais
aberta do que no passado. Os modos de vida são cada vez mais mutáveis, baseados
em um amplo leque de alternativas, escolhas e padrões. A época atual, oferece
mais recursos para o enfrentamento das mazelas sociais. As sociedades no século
21 mudam com muito mais rapidez do que na época de Kardec. Existe uma frequente
revisão e crítica dos descaminhos humanitários, realizada por organismos
sociais, coletivos e instituições que, de alguma forma, pensam e lutam por uma
sociedade melhor para todos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-family: arial; font-size: 14pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Pesquisador espírita, livre-pensador, autor de vários livros dentre os quais:
“Morte, luto e imortalidade. Olhares e perspectivas, 2021.”<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>ROBESPIERRE, Maximilien de.
Discours Sur L’Organisation Des Gardes Nationales. Publié mi-décembre 1790 /
Utilisé devant l’Assemblée Nationale les 27 & 28 avril 1791. XVI.
Disponível em: https://books.google.com.br<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Allan Kardec conhecia os
clássicos e traduziu obras da literatura francesa para o alemão, como Telêmaco,
de Fénelon. Dominava fluentemente o latim, grego, italiano, holandês, inglês,
gaulês e o castelhano. Foi um estudioso da filosofia grega, como pode ser
observado em sua análise do pensamento filosófico de Sócrates e Platão, os
quais considerou, ao lado de Jesus de Nazaré, como precursores do Espiritismo,
na magistral introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Educado no
humanismo pestalozziano, de nítida influência do pensamento ético e pedagógico
de Rousseau, o fundador do Espiritismo possuía uma formação clássica,
enciclopédica, típica dos humanistas de seu tempo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">LARA, Eugenio. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Breve Ensaio sobre o Humanismo Espírita</b>.
Santos, SP: CPDoc, 2012. p.54-55.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
KARDEC, Allan. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Livro dos Espíritos</b>,
questão 880. Princípio também defendido na Declaração de Independência
Americana em 1776. <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
KARDEC, Allan. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Livro dos Espíritos</b>.
Questões 881 e 882. <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> KARDEC, Allan. Livre
pensamento e livre consciência. <b>Revista Espírita</b>. Fevereiro de 1867. <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Mesmo com a expansão das
ideias liberais a França, na época em que Kardec escreveu esse texto, era
governada por Napoleão III e seu governo ditatorial e repressor. Além disso,
havia forte reação da Igreja às ideias de separação entre Estado e Religião. <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn8" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> MOREIRA, Milton Medran. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Direito e Justiça. Um olhar espírita</b>.
Porto Alegre: Imprensa Livre, 2004. p.77.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn9" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> O mesmo texto será
publicado, também, no livro: Obras Póstumas, lançado em 1890. Para alguns
estudiosos, é necessária cautela em atribuir autoria de Allan Kardec aos tais
textos, uma vez que somente foram publicados após sua morte. De qualquer forma,
estou considerando, para efeito de análise, o conteúdo do próprio texto, mais
do que o critério de autoridade atribuído ao seu autor. <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn10" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> KARDEC, Allan. Liberdade,
igualdade e fraternidade. In. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Obras
Póstumas</b>. 14º edição. Revisão e notas. Herculano Pires. LAKE. p. 195.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn11" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftnref11" name="_ftn11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
KARDEC, Allan. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Livro dos Espíritos</b>,
questão 806.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn12" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftnref12" name="_ftn12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
KARDEC, Allan. Revista Espírita. Junho de 1868, <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn13" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftnref13" name="_ftn13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
DENIS, Léon. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Progresso</b>. Tradução:
José Jorge. 2ª ed. Rio de Janeiro: Edições Léon Denis, 2005. p.44-45.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn14" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftnref14" name="_ftn14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
AMORIM, Deolindo. Definição e opção. In. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O
Espiritismo e os problemas humanos</b>. São Paulo: USE, 1985. <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn15" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftnref15" name="_ftn15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
DENIS, Léon. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Progresso</b>.
Conferência feita em Tours, na sala do Cirque, em 29 de fevereiro de 1880, e em
Orléans, na sala do Instituto em 4 de abril de 1880. 2ª ed. Trad. José Jorge.
Edições Léon Denis – RJ, 2005. p.45.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn16" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Martha/Downloads/Felicidade%20social%20e%20cidadania%20no%20pensamento%20esp%C3%ADrita.docx#_ftnref16" name="_ftn16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[16]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
LIPOVETSKY, Gilles. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A Sociedade da
Decepção</b>. Trad. Armando Braio. Barueri-SP: Manole, 2007. p.74.<o:p></o:p></p>
</div>
</div>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-43768015787826977522021-07-10T10:33:00.003-03:002021-07-12T18:18:27.527-03:00Carta do Editor - 7º Editorial<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYVL3MzpLr7AZysAK-Of7Q-JAfUnTuqxi8-unTldX9Q-iGkAARhcHuLzjlLInMGPRGpxHwIA0kMbmGOpBuLqGXi8Zp6L_kcSZPjEUXM2bd5DPcEa3N6w78mEixOpgHezTpjYsVrs-hp60m/s282/Imagem+para+o+7%25C2%25BA+Editotrial+.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="179" data-original-width="282" height="406" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYVL3MzpLr7AZysAK-Of7Q-JAfUnTuqxi8-unTldX9Q-iGkAARhcHuLzjlLInMGPRGpxHwIA0kMbmGOpBuLqGXi8Zp6L_kcSZPjEUXM2bd5DPcEa3N6w78mEixOpgHezTpjYsVrs-hp60m/w640-h406/Imagem+para+o+7%25C2%25BA+Editotrial+.jpeg" width="640" /></a></div><br /> <p style="text-align: justify;"></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">O
Silêncio que Mata</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></b><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Traremos
aqui alguns nomes, porque não dá para vivermos mais tratando pessoas como
números, meras estatísticas, como se não fossem vidas, não carregassem
subjetividades, anseios, sonhos e desejos. São vidas humanas abruptamente interrompidas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Alguns atos de violência transfóbica
que aconteceram nos últimos dias em Pernambuco:</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><br /></span></p>
<p class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="line-height: 150%; mso-list: l1 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; font-size: 14pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">18/06/2021 - Kalyndra Selva, 26 anos,
encontrada morta dentro de casa no Ipsep, Recife – PE.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; mso-list: l1 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; font-size: 14pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">24/06/2021 - Roberta da Silva, 33 anos, queimada
viva no Cais de Santa Rita, Recife - PE, sobreviveu, teve o braço esquerdo e
parte do direito amputados.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; mso-list: l1 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; font-size: 14pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">05/07/2021 - Crismilly Pérola, 37 anos, morta a
tiros na Várzea - Recife – PE.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: 150%; mso-list: l1 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; font-size: 14pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">07/07/2021 - Fabiana da Silva Lucas, 30 anos,
assassinada a facadas, em Santa Cruz do Capibaribe – PE.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Hoje dia 09 de julho de 2021, Roberta
da Silva veio a óbito, depois de vários dias de dores e sofrimentos, onde teve
seus dois braços amputados.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Algumas perguntas precisam ser feitas:
Até quando isso vai continuar acontecendo? Até quando o Estado vai se mostrar
ineficiente na culpabilização dos atores destes horrendos crimes? E até quando
o Movimento Espírita Brasileiro vai ficar calado e omisso a todas estas violências?
Até quando o silêncio?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Fazemos
referência a Kardec na seguinte pergunta do O Livro dos Espíritos:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>880. Qual é o primeiro de todos os direitos
naturais do homem?<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>— O de viver. É
por isso que ninguém tem o direito de atentar contra a vida do semelhante ou
fazer qualquer coisa que possa comprometer a sua existência corpórea.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nos baseando no que Kardec pergunta e
os Espíritos respondem, compreendemos que defender a vida não é apenas ser
contra o aborto, isso é ser em defesa da vida intrauterina, a vida humana
precisa e deve ser respeitada e protegida. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">O
Movimento Espírita Brasileiro que diz não fazer política; para defender a vida
dos embriões se embrenha em jogadas e parcerias políticas, o que nos faz
entender que a proibição as “coisas que envolvem discussão política”, só são
efetivas quando falamos de negros, negras, mulheres e a comunidade LGBTQIAP+,
estas vidas, nesta perspectiva, não são passíveis de luta.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Hoje, mais do que nunca, precisamos
falar da nossa indignação, com toda esta violência, sermos solidários, fazermos
valer a nossa voz, e mostrar ao Estado validador da Necropolítica que dá valia
aos corpos que são dignos de serem protegidos e os que não são, os que merecem
viver ou não, e os que devem ter acesso à políticas públicas ou não, que não
nos calarão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Por
que é tão importante que não nos calemos? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="line-height: 150%; margin-left: 71.4pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; font-size: 14pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Simplesmente por sabermos, segundo dados da
ANTRA – <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Associação Nacional de Travestis
e Transexuais, que os corpos transexuais no Brasil possuem uma expectativa de
vida de 35 anos, enquanto a expectativa em nosso País é o dobro. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-left: 71.4pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: 150%; margin-left: 71.4pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; font-size: 14pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Por sabermos que existem em nossa sociedade,
ações coordenadas por religiosos de diversas matizes, que usam de
fundamentalismo e ferem a laicidade e a Democracia com pautas que são
diametralmente contrárias às pautas de Jesus de Nazaré que nos ensinou a amar
os diferentes e não a odiar. Estas práticas validam as violências e
impossibilitam a criação de políticas públicas que contemplem as pessoas
Transexuais, ficando a cargo do STF – Supremo Tribunal Federal – A manutenção e
garantia dos direitos da referida comunidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">O
Espiritismo não é omisso às questões sociais, portanto não é insensível às pautas
dos Direitos Humanos, nós Espíritas precisamos sim sair da inércia e de alguma
maneira encamparmos postura concreta e atuante em favor das minorias sociais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">É
imperioso a proteção de todas as vidas e a não construção de um processo
seletivo que dite quais vidas merecem as nossas pautas de políticas públicas e
quais vidas não merecem as mesmas pautas, tendo os corpos Transexuais como
régua balizadora para a negação destas mesmas políticas<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">O
Espiritismo não se utiliza das suas bases estruturais para validar qualquer
tipo de desigualdade e injustiça social, desta forma, a reencarnação, a causa e
efeito, as provas e as expiações, não são apetrechos dos quais pessoas
desavisadas e sem conhecimento da Doutrina Espirita como fonte promotora de
renovação social, se utilizem para poderem estabelecer a partir destes
conceitos a banalização das dores, que são como nos diz Kardec na pergunta 806
do O Livro dos Espíritos,” responsabilidade dos homens” e não da divindade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Assim,
nos solidarizamos a toda a comunidade Transexual que sofre todos os dias
perseguições de todas as ordens, que são aviltadas em seu direito de existir,
que são invisibilizadas por vários ambientes religiosos que negam as suas
Espiritualidades que são violentamente estabelecidas pelos seus corpos e não
são oferecidos acolhimentos, para que no ambiente de “amor”, as pessoas sejam
amadas pelo que são e não pelo que a norma espera que elas sejam. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Não
nos calaremos, não seremos omissos, estaremos sempre do lado dos oprimidos,
aprendemos o Espiritismo assim, como uma pedagogia que se inspira em Jesus de
Nazaré para estabelecer as relações com o mundo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Vidas
Transexuais Importam!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Por
isso, nossa reverência a Dandara, Bianca Close, Kalyndra Selva, Crismilly
Pérola, Fabiana da Silva Lucas, Roberta da Silva...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Presente!
Presente! Presente! Presente! Presente! Presente!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><b>Referências
Bibliográficas</b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="line-height: 150%;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 14pt;">KARDEC,
Allan 2007, p.p 272,291 ____________________________________</span></span><br /><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 18.6667px;"><br />https://antrabrasil.org/<br /><br /><br /><br /><br /></span></span></span></p><div style="text-align: center;"><span style="line-height: 150%;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 18.6667px;"><span style="font-size: 18.6667px;">Editorial Ágora Espírita - Alexandre Júnior</span></span></span></span></div><p></p><span style="font-size: medium;"><b></b></span><p></p>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com36tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-64492103683975385272021-06-16T18:04:00.000-03:002021-06-16T18:04:07.966-03:00 Raízes humanas e naturais. A consciência de que estamos dentro do meio ambiente e dele fazemos parte naturalmente e socialmente.<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizrH-F1oXv7EmyMGUEaOrntAL6snHyO8xTZI6eAaxKPXeOKKhN21IQOZx4UqH7GXoCx4mt0XCJHrbeaO850pyzLUVDpoJba0X9qzytk4LY8E43zFk7CRYU6azM8M6NtCFh5y2Npirj83Fp/s1280/Artigo+meio+ambiente.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="614" data-original-width="1280" height="309" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizrH-F1oXv7EmyMGUEaOrntAL6snHyO8xTZI6eAaxKPXeOKKhN21IQOZx4UqH7GXoCx4mt0XCJHrbeaO850pyzLUVDpoJba0X9qzytk4LY8E43zFk7CRYU6azM8M6NtCFh5y2Npirj83Fp/w640-h309/Artigo+meio+ambiente.jpeg" width="640" /></a></div><br /><br /><p></p><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></b><span style="font-size: 18.6667px; text-align: left;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><b>Artigo do Eixo: Espiritismo e Meio Ambiente por Maria Helena Paz</b></span></span></p><p></p><p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"> </span></b></p><p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt;"> </span></b><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;"> “... a
semente...”<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;"> Podia a terra encher, germinar e crescer;<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;"> Previmos uma luta, e aguardamos pra ver...”<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;"> O Vento – Fábula Espírita - Revista Espírita
1862</span></b><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt;">
</span></b><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></b></p><p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> Passado
vinte anos do início do século XXI e onde a informação a partir das tecnologias
são rápidas, em poucos minutos um ser humano pode se conectar com outro em qualquer
parte do planeta. Mesmo assim as questões ambientais ainda são entendidas como
as ações diárias que contribuem para uma postura socialmente correta, nos
discursos de muitos processos educativos. Ficando entre a dicotomia das
atitudes que destroem o ambiente natural e têm que deixar de serem feitas e as ações
que reconstroem o que foi destruído e que precisam fazer cada vez mais parte de
nosso dia a dia. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">A
construção dos fundamentos que arquitetam os mecanismos didáticos para um novo
pensar, a relação do homem e seu meio são os alvos de pesquisa do Eixo
Espiritismo e Meio Ambiente do coletivo Ágora. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> A busca
aqui é voltar à semente do mundo corpóreo do qual fizemos parte e que germinou,
sair do errôneo olhar contemplativo como se a natureza estivesse fora de nós;
somos parte da natureza, isso já sabemos. O que precisamos entender que ao
germinar e crescer continuamos dentro dessa natureza e essa é a nossa
investigação. “Todo conhecimento comporta o risco do erro e da ilusão” nos
alerta Edgar Morim e orienta ainda na mesma obra: “O desenvolvimento do
conhecimento científico é poderoso meio de detecção dos erros e de luta contra
as ilusões”. Talvez o conhecimento institucional que norteia a aprendizagem em
todos os ambientes tenha criado o problema do reducionismo das questões humanas
naturais. Separando ser humano da natureza, cortando ilusoriamente suas raízes.
<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><i><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;">“A
responsabilidade humana decorre das exigências consciências e está sempre na
razão direta do grau de desenvolvimento consciencial das criaturas. Por outro
lado, esse desenvolvimento depende das condições de liberdade e do grau de
opção de que as criaturas dispõem. Justamente por isso o problema, que parece
simples à primeira vista, torna-se bastante complexo quando o examinamos.”</span></i><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;"> Herculano Pires, pág.68 <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> Quando buscamos a relação do ser e a natureza
à luz da doutrina espírita, percebemos essa analogia intrínseca entre o espírito
(ser) e o mundo por ele habitado, já na introdução do Livro dos Espíritos (L.E)
o Sr. Allan Kardec deixa explicito “O homem tem, assim, duas naturezas: por seu
corpo, ele participa da natureza dos animais, de quem possui o instinto; por
sua alma, participa da natureza dos Espíritos.”
Em outro momento quando se refere ao perispírito (invólucro) que une o
espírito ao corpo no período da reencarnação, ele faz a seguinte pergunta: ” De
onde o Espírito extrai esse envoltório semimaterial?” Os espíritos respondem “Do
fluido universal de cada globo”. Falar do espírito e sua relação com o globo é
falar de humanidade.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> Ailton Krenak logo no início de seu livro <i>A
Vida Não é Útil,</i></span><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"> </span><i><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">pág9</span></i><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> afirma:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><i><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> </span></i><i><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;">“Quando falo de humanidade não estou falando só de Homo sapiens, me refiro a uma
imensidão de seres que nós excluímos de sempre: caçamos baleias, tiramos
barbatanas de tubarão, matamos leões e o penduramos na parede para mostrar que
somos mais bravos que ele. Além da matança de todos os outros humanos ...”<o:p></o:p></span></i></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> Na questão 843 do LE Kardec pergunta:
“Tem o homem o livre-arbítrio de seus atos?” Os espíritos respondem, “Pois, que
tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbítrio, o
homem seria máquina.” Da humanidade universal onde Homo sapiens e todo globo
estão intrinsicamente ligados até o livre arbítrio, nossos movimentos
interferem no nosso progresso natural, social, espiritual e psíquico.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> Estamos
passando por uma crise mundial de saúde, humanitária e de paradigmas. Precisamos
repensar nossa ação de cidadão do mundo. Os povos originários, os espíritos
abnegados , os pensadores comprometidos com as questões do globo nos apontam caminhos,
basta apenas que tenhamos olhos com vontade ver.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Pensar
e olhar a humanidade terrestre a partir de uma ideia fundada no humano intrínseco
nos outros seres, organismos vivos unidos e compartilhando a mesma atmosfera, nos
colocar em uma pequena partícula do todo, compreender que foi a desarmonia com
as nossas ramificações da gleba que nos tornou tão inferiores que hoje passamos
por uma pandemia que nos tira a condição de respirar, será o começo .<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> Em
outro livro, fundamental para nossas reflexões, <i>Ideias para adiar o fim do
mundo</i>, Krenak nos convoca a pensar que<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><i><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> “... </span></i><i><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt;">Tal ideia de humanidade, ao mesmo tempo que se apoia sobre
uma distinção literalmente fundamental entre os humanos e demais existentes
terrestres, remete para uma sub-humanidade aqueles povos que sempre recusam tal
distinção, relegando-os para as margens...”<o:p></o:p></span></i></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Podemos
completar esse pensamento com a presença do egoísmo nas relações. Na questão
915 do L.E: “Por ser inerente à espécie humana, o egoísmo não constituirá
sempre um obstáculo ao reinado do bem absoluto na Terra?” A resposta “É exato
que no egoísmo tendes o vosso maior mal, porém ele se prende à inferioridade
dos Espíritos encarnados na Terra e não à Humanidade mesma...” o caminho será
sempre combater o egoísmo. Essa é a marcha do progresso.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> As novas propostas de uma parte do movimento
espírita caminham para devolver ao espiritismo seu caráter progressista,
discutindo as questões dos homens vivos e pungentes no caminhar da evolução,
para isso precisa estar atento, compreender e dialogar com outras filosofias e
ciências, sair da couraça evangelista que aprisionou por anos o pensamento
crítico. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">No
L.E a pergunta 702: “O instinto de conservação é uma lei da Natureza?” A resposta é inequívoca “Sem dúvida. Todos os
seres vivos o possuem, qualquer que seja o seu grau de inteligência; nuns é
puramente mecânico e noutros é racional.”
Na 703, “Com que fim Deus concedeu a todos os seres vivos o instinto de
conservação? A resposta — “Porque todos
devem colaborar nos desígnios da Providência...” Compreender o que precisamos
de uma ação de preservação, cuidar do grande organismo vivo que chamamos de
Terra ou Lemolahgo, para os povos Xucurus, passa pelo entendimento de que não
conseguiremos sozinhos; não será isolado em nossos grupos religiosos, que
mudaremos essa realidade.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> Presente no cotidiano da sociedade,
contudo, ainda distante dos interesses do movimento espírita em sua maioria, a
educação ambiental, é essencial em todos os espaços de processos educativos. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Com
o mundo cada vez mais globalizado e a sociedade em níveis altos de violações
dos recursos naturais, sociais e humanos, mudar opiniões irrealizadas na
cultura do movimento espírita onde a evangelização e não a educação dos seguidores do espiritismo
na versão brasileira, conduziu por anos as interpretações das essências
kardecista, baseada em uma salvação viciosa da caridade que pouco contribuiu
para o real progresso do cosmo, vendendo um mundo superior para uma minoria ou
como dizem para os escolhidos. As Expressões: “não cai uma folha sem que Deus
permita” ou “estamos aqui de passagem”, construíram em muitos o distanciamento
do cosmo, do lugar de onde retirou o fluido cósmico universal para se
constituir tudo e todos. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Encontrar
a profundidade do que quer dizer progresso e estimular ações progressistas, talvez
seja o maior desafio do Eixo Espiritismo e Meio ambiente. O despertar de uma
consciência cósmica, a partir de um movimento que trata das questões dos
espíritos e sua relação com o mundo material enquanto seres vivos. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">Referências Bibliográficas</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">Revista espírita <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">https://www.febnet.org.br/ba/file/Downlivros/revistaespirita/Revista1862<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;"> Livros de Ailton Krenak <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">A vida não é útil <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">Ideias para adiar o fim do mundo<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">Editora Companhia das Letras<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;"> <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">Edgar Morin<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">Os sete saberes necessários à educação do futuro.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif;"><a href="http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/EdgarMorin.pdf"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/EdgarMorin.</span></a></span><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;"> <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">O Livro dos espíritos<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">https://espirito.org.br/wp-content/uploads/2017/05/Livro-dos-Espiritos<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Curso_Dinamico_de_Espiritismo__O_Grande_desconhecido_1979.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif;"><a href="https://files.comunidades.net/portaldoespirito/23__Curso_Dinamico_de_Espiritismo__O_Grande_Desconhecido_1979.%20f"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">https://files.comunidades.net/portaldoespirito/23__Curso_Dinamico_de_Espiritismo__O_Grande_Desconhecido_1979.</span></a></span><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">
<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> </span></p><p><br /></p>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-16276150093609325132020-12-30T22:07:00.003-03:002020-12-30T22:07:57.102-03:00Carta do Editor - 6º Editorial.<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5hzAgUx76Jeezc4ob-9DJneMyC3sYF4gGIB0be-Sf_kywE-hq5hVCGzriN6jE6FKe_DPihB-YBNA-J5h0fbjlN1QN8l7j7dQ4y30POhLAZmpKtMKisOPsIsHUwFCqCRQrQgTlfwsPtPYw/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="183" data-original-width="275" height="276" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5hzAgUx76Jeezc4ob-9DJneMyC3sYF4gGIB0be-Sf_kywE-hq5hVCGzriN6jE6FKe_DPihB-YBNA-J5h0fbjlN1QN8l7j7dQ4y30POhLAZmpKtMKisOPsIsHUwFCqCRQrQgTlfwsPtPYw/w468-h276/image.png" width="468" /></a></div><br /><br /><p></p><p><br /></p><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 150%;">Espiritismo Progressista, sem amor, é
falácia!<o:p></o:p></span></b></p><br /><p></p><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Falamos
constantemente sobre a liberdade que Kardec conclama ao elevar o ser Espiritual
a condição de “Livre Pensador”. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O
objetivo desta transcendência da liberdade intelectual dos habitantes do orbe,
é ascender este espirito a uma vivência autônoma das suas próprias demandas. É
viver um processo de autoconstrução, consciente da concepção das leis naturais
nas ações da condição humana a partir das nossas próprias compreensões e
comportamentos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Saímos
assim do período da inconsciência de nossos atos, para o período da vivência
comportamental, pois, o Espiritismo é uma Doutrina comportamental e não
contemplativa. Quando falamos, escrevemos e ou discutimos em nome do
Espiritismo, as nossas convicções pessoais devem ser relegadas a segundo plano,
sob pena de nos constituirmos personalistas, ou, de confundirmos o que pensamos
com o próprio Espiritismo; ou, imaginarmos pelos motivos citados acima, que
aquilo que falamos trata-se de uma verdade universal e absoluta, o que bem
sabemos não é um fato.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">As
discordâncias fazem parte dos cenários sociais, ajudam na construção da
sociedade e compõem as lutas. Em que pese, que a forma com que discordamos, é a
compreensão das demandas humanas em uma perspectiva plural, defender ideais com
violência, seja ela virtual, emocional, psicológica, com o objetivo de cancelar
o que outro pensa, e consequentemente quem ele é, não é nem democrático, quiçá,
Espírita.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O
Movimento Espírita Progressista, assim como todo e qualquer movimento organizado
por seres humanos, possuem as suas dificuldades de atuação, pois encontra em
seus atores, pessoas normais, desta maneira, egos inflados, associados a
destemperos emocionais, desaguam em desrespeito e arbitrariedade. Precisamos
repensar as nossas práticas com urgência, sob pena, de sermos o mesmo Movimento
Espírita instituído a mais de um século, apenas com uma diferença: o fato de
sermos do espectro de Esquerda.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Não
me incomoda sermos taxados de “cafonas”, “progressistas de Direita”; mas, política
sem amor, “ NÃO É ESPIRITISMO”, nem progressista nem conservador, se me valho
de uma compreensão social da vida para oprimir outras pessoas, “ NÃO É
ESPIRITISMO”. O Espiritismo nos convida: a amar, ao debate lúcido, respeitoso. Não
somos obrigados a concordar com nada, imagina com tudo, mas temos o dever de
entender o outro, como cidadãos que somos, aprendemos a respeitar os
diferentes, como Espíritas que nos dizemos ser, somos educados a “AMAR”, os
diferentes, bem como as diferenças.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Há
momentos que nos propiciam aprendizados e possuem o objetivo, não velado, mas,
escancarado, de provar para nós mesmos, que não estamos tão distantes assim uns
dos outros, oxalá nos sirva, para trabalharmos a humildade de percebermos,
sentirmos, que o outro está apenas em um momento diferente do nosso e apenas um
rótulo de <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“Espírita Progressista”, sem
uma ação que coadune com<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a adjetivação,
de nada nos vale, nada nos engrandece e o que é pior, em nada muda a sociedade,
tal quanto a desigualdade e a injustiça social, estas precisam ser rompidas primeiramente
em nós, depois sim, trabalhemos juntos para a construção deste reino na terra,
como já nos dizia o saudoso Herculano Pires. Até lá, doa, em quem doer, “Progressistas
ou Conservadores”, precisamos sim propiciar o diálogo, pois, sem ele não
avançaremos, seja em que seara for, o que nos deixa cientes, de que no campo
das humanidades, temos muita coisa ainda para aprendermos uns com os outros.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Uma
coisa é certa, não dá para sermos Sexistas, Misóginos, Racistas, LGBTfobicos,
Machistas, Xenofóbicos e buscar pontos ou vírgulas na Doutrina Espírita, que justifiquem
tais violências, ou, aviltar a intimidade das pessoas com cancelamentos e linchamentos
virtuais ou presenciais, que de maneira alguma são ações validadas pelo
Espiritismo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Nossa
solidariedade a todas e todos, que além da vileza de um Brasil pandêmico, foram
de alguma forma vítimas de qualquer tipo de violência e ou cancelamento, sejam
estes presencias ou virtuais.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Editorial Ágora Espírita: Alexandre Júnior</span></p><br /><p></p>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-37934569472974736602020-12-03T17:53:00.008-03:002020-12-05T12:13:41.353-03:00AFINAL, O QUE É O ESPIRITISMO LAICO?<p></p><div style="text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiFrUF2BMRyCcWzqJtK_A6PEgjUsv-Z-tH-jMgC9gGLpt2tMnwiEeD03xZZiXsSbkrwZYg6eJV-_4tqUx7cFbuDgHkZlCB7I6G8S-XHskuvT1-ZvZlSt8bl7aAv4S2_VHXBtui2D79JaP_/s514/CEPA_Logo_Color.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="281" data-original-width="514" height="206" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiFrUF2BMRyCcWzqJtK_A6PEgjUsv-Z-tH-jMgC9gGLpt2tMnwiEeD03xZZiXsSbkrwZYg6eJV-_4tqUx7cFbuDgHkZlCB7I6G8S-XHskuvT1-ZvZlSt8bl7aAv4S2_VHXBtui2D79JaP_/w313-h206/CEPA_Logo_Color.jpg" width="313" /></a></div></div><p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;"><i><span face=""Arial",sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-size: 12pt; line-height: 115%;">Por Salomão Jacob Benchaya<o:p></o:p></span></i></p><p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 35.45pt;"><i><span face=""Arial",sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-size: 12pt;"><br /></span></i></p><p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 35.45pt;"><span style="background-color: #eeeeee;"><i><span face=""Arial",sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 12pt;">Não tendo o espiritismo nenhum dos caracteres de uma r</span></i><i style="text-indent: 35.45pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 12pt;">eligião,</span></i></span></p><p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 35.45pt;"><i><span face=""Arial",sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-size: 12pt;"> na acepção usual do
vocábulo, não podia nem devia enfeitar-se <o:p></o:p></span></i></p><p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 35.45pt;"><i><span face=""Arial",sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-size: 12pt;">com um título sobre cujo valor, inevitavelmente, se teria
equivocado. <o:p></o:p></span></i></p><p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 35.45pt;"><i><span face=""Arial",sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-size: 12pt;">Eis porque simplesmente se diz: doutrina filosófica e moral. <o:p></o:p></span></i></p><p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<i><span face=""Arial",sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">(Allan Kardec – RE dez/1868)</span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span face=""Arial",sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-size: 14pt; line-height: 115%;"><br /></span></i></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">Adjetivação, origem e contexto</span></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">A rigor, o espiritismo não deveria ser adjetivado. A
expressão <i style="mso-bidi-font-style: normal;">espiritismo laico</i> só existe
por necessidade comunicacional de distinguir-se do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">espiritismo cristão </i>ou <i style="mso-bidi-font-style: normal;">evangélico</i>,
segmento majoritário liderado pela FEB. No movimento espírita, é constituído
pelos que consideram o espiritismo sob uma perspectiva laica, humanista,
livre-pensadora, progressista, pluralista e alteritária. A expressão “espiritismo
laico” é tão imprópria como “espiritismo cristão” ou “espiritismo religioso”,
mas permite identificar as posturas decorrentes, na prática espírita, de uma ou
de outra posição. Queiramos ou não, é forçoso admitir que os espíritas se
agrupam por preferências e particularidades formando segmentos ou vertentes,
tais como, religiosos ou evangélicos ou cristãos, laicos ou não religiosos,
roustainguistas, ubaldistas, ramatizistas, armondistas, apometristas, chiquistas,
divaldistas, etc.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">O espiritismo laico e livre-pensador contrapõe-se ao modelo
dominante de espiritismo religioso, cristão e/ou evangélico. Enquanto o
espiritismo religioso apregoa a tríade ciência-filosofia-religião, os laicos preferem
ciência-filosofia-moral, embora admitam que Kardec nunca propôs essa
tripartição. Kardec classificava o espiritismo como ciência filosófica de
consequências morais. A definição de espiritismo dada por Kardec na Introdução
do livro “O que é o Espiritismo” expressava essa condição epistemológica.<o:p></o:p></span></p>
<a name='more'></a>:
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">No Cap. I de O Evangelho Segundo o Espiritismo, quando Kardec
idealizou a “Aliança da Ciência e da Religião” sua intenção era de que o
espiritismo se tornasse um traço de união entre as mesmas. Ou seja, o
espiritismo forneceria à Religião argumentos racionais que a fortaleceriam e à
Ciência o elemento espiritual de que esta carece para a melhor compreensão dos
fenômenos que estuda. Mas, para isso, não necessitaria se transformar em uma
religião.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">As ideias fomentadas pelo racionalismo e pelo
livre-pensamento originadas com a Revolução Francesa preocupavam a Igreja que
começava a perder o controle sobre o seu rebanho. Kardec percebia o crescente
descrédito das religiões e o anseio da sociedade por uma espiritualidade
desvinculada do dogmatismo clerical. Até então, o domínio da Igreja no terreno
do espiritualismo era completo e apregoava uma moral heterônoma.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">A primeira acusação de que o espiritismo surgira como uma
nova religião partiu da própria Igreja na pessoa do Abade<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>François Chesnel, com quem Kardec polemizou
através do periódico “L’Univers” (Allan Kardec, Revista Espírita, maio/1869). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">A publicação das obras que se seguiram ao lançamento de “O
Livro dos Espíritos” e “O Livro dos Médiuns” – em especial “O Evangelho Segundo
o Espiritismo”, “O Céu e o Inferno” e “A Gênese, os Milagres e as Predições
Segundo o Espiritismo”, todas enfatizando uma acentuada relação entre a
revelação espírita e o cristianismo – contribuiu, de certa forma, para a
formação de um movimento de caráter religioso, notadamente no Brasil, onde a
nova doutrina encontrou um solo fértil para sua disseminação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">Mas, o que é o Laicismo? <i><o:p></o:p></i></span></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana;"><span face=""Arial",sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 115%;">O Laicismo, ou secularismo, é uma doutrina filosófica que
surgiu na França como reação à intromissão religiosa na política e que defende
a autonomia das atividades humanas em relação à religião. O laicismo</span><span face=""Arial",sans-serif" style="line-height: 115%;"> <span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">ganhou prestígio no fim do século XIX e no início do
século XX mas, por contrariar os interesses da Igreja, foi por esta combatido e
acusado de estimular a antirreligiosidade e o ateísmo. <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">Todavia, ser laico não é ser antirreligioso, nem ser ateu.
Ser laico é ser “arreligioso”, ou seja, isento, autônomo, neutro em relação à
religião, embora tolere, respeite e conviva com esta. A religião é um fenômeno
cultural da humanidade e, como tal, deve ser considerada. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">A Laicidade é uma conquista civilizatória associada ao
livre-pensamento, daí encontrar séria oposição nos regimes políticos
totalitários, quer sejam estes relacionados a alguma confissão religiosa, ou a
uma ideologia política. O Brasil é um Estado laico desde a Constituição de
1891, ou seja, deve garantir a liberdade religiosa, o direito do cidadão de ter
ou não ter religião, não deve interferir nos cultos, como também não deve sofrer
influência de natureza religiosa. Se a Constituição é respeitada, isso é outra
questão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-style: normal;"><span face=""Arial",sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 115%;">Laicismo não é materialismo</span></span></b><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span face=""Arial",sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 115%;"> <o:p></o:p></span></i></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">É um equívoco confundir laicismo com materialismo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">Há uma ideia, equivocadamente difundida no meio espírita, por
desinformação ou má fé, de que os espíritas laicos seriam ateus, materialistas,
céticos, sem sentimentos ou sem afetividade. Que o espiritismo laico seria
constituído por espíritas "duros", "secos", que não se
sensibilizam diante do sofrimento humano, ao ouvir uma música melodiosa ou
apreciar a Natureza, que não fazem preces, que não são solidários e caridosos,
que não choram com suas perdas afetivas, etc. Há quem, inclusive, classifique
os laicos como “não espíritas”! Isso proveniente de espíritas ditos “cristãos”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">Kardec e a religião<i><o:p></o:p></i></span></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">Kardec recusou classificar o espiritismo como religião,
definindo-o como filosofia espiritualista, ciência filosófica, mas valorizou o
sentimento religioso do homem e o papel da religião. Colocou, inclusive, o espiritismo
como subsídio para o fortalecimento das religiões e para a complementação da
Ciência. Sem, todavia, ser uma religião. Em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O
que é o Espiritismo</i>, Kardec assevera que das reuniões espíritas podem
participar adeptos de todas as religiões, destacando, com isso, o caráter de
neutralidade da filosofia espírita.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana;"><span face=""Arial",sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 115%;">Por ocasião do discurso de abertura da sessão anual comemorativa
dos mortos, realizada na Sociedade de Paris, em 01 de novembro de 1868, Kardec afirmou:
“No sentido filosófico, o Espiritismo é religião e nós nos ufanamos disso</span><span face=""Arial",sans-serif" style="line-height: 115%;"> <span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">porque é a doutrina que funda os elos da fraternidade
e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre bases
mais sólidas: as mesmas leis da natureza. ” Os que utilizam essa afirmativa de
Kardec para defender o aspecto religioso da Doutrina, estão desconsiderando o
fato de que o codificador se referia ao “resultado produzido pela comunhão de
pensamentos que se estabelece entre pessoas reunidas com o mesmo objetivo” <i style="mso-bidi-font-style: normal;">(RE-dez/1868).</i> Kardec conceitua o
“sentido filosófico” da palavra religião quando diz, no mesmo discurso:
“Dissemos que o verdadeiro objetivo das assembleias religiosas deve ser a
comunhão de pensamentos; é que, com efeito, a palavra religião quer dizer laço.
Uma religião, em sua acepção nata e verdadeira, é um laço que religa os homens
numa comunidade de sentimentos, de princípios e de crenças. ”<o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">Assim, fica evidente que "religião", para Allan
Kardec, não tem o sentido que comumente lhe é atribuído, de “religar o homem a
Deus” - uma interpretação católica, que remete ao mito do “pecado original”, e
da “expulsão do paraíso”, incompatíveis com o Espiritismo, embora conveniente
para a Igreja no seu pretendido papel de intermediária entre Deus e o homem -
mas sim<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>o de “laço” social resultante da
comunhão de pensamentos que o Espiritismo inspira entre os que o estudam e
praticam, portanto, uma relação horizontal, laica.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">O Espiritismo não nega a dimensão religiosa do ser humano,
mas prefere não se revestir do caráter de religião para não assimilar desta o
comportamento sectário, exclusivista, dogmático que, definitivamente, ele – o Espiritismo
- recusa. Além de tudo, como crença religiosa, ele se descredencia para o exame
e para a discussão na Academia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;"><span style="font-style: italic; mso-spacerun: yes;"> </span>O uso da expressão<i><o:p></o:p></i></span></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">Uma das recomendações do I Congresso Espírita Internacional,
celebrado em Barcelona, Espanha, em setembro de 1888, foi: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“O Congresso Espírita recomenda um constante esforço para difundir o
LAICISMO por todas as esferas da vida. A absoluta liberdade do pensamento, o
ensino integral para ambos os sexos e o cosmopolitismo como base das relações
sociais”.</i> Essa manifestação vinha corroborar o pensamento de Allan Kardec,
que, afirmou, repetidas vezes, não ser o espiritismo uma religião. Foi,
todavia, após a publicação do livro “Espiritismo Laico”, de David Grossvater,
na Venezuela, em 1966, que se popularizou a expressão “espíritas laicos”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">O Laicismo espírita no Brasil<i><o:p></o:p></i></span></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">A autonomia e a laicidade inerentes ao espiritismo logo
seriam corrompidas por alguns continuadores de Kardec, particularmente por
influência da obra Os Quatro Evangelhos – Revelação da Revelação”, de Jean
Baptiste Roustaing, advogado contemporâneo de Kardec, assessorado pela médium
Émilie Collignon. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">Os primeiros líderes espíritas brasileiros eram, em sua
maioria, extremamente católicos e roustainguistas. A adoção da obra de
Roustaing, pela FEB, desde os seus primórdios, impingiu ao espiritismo
brasileiro a feição heterônoma das religiões salvacionistas, radicalmente
discordantes da proposta original de Allan Kardec. Na Bahia, onde surgiu o
primeiro centro espírita no Brasil e o primeiro jornal espírita no Brasil – O
Eco de Além-Túmulo – o seu fundador, Luiz Olímpio Teles de Menezes, católico
fervoroso, amigo de Roustaing, convertido ao espiritismo, escreveu, em polêmica
travada com o Padre Juliano José de Miranda, do Arcebispado de Salvador, que “o
Espiritismo e o Catolicismo são a mesma Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo:
somente estão mudados os tempos e as palavras; O Espiritismo é o tradutor fiel,
pelos enviados de Deus, das doutrinas do Evangelho”. Mais recentemente, o
médium Francisco Cândido Xavier e o seu espírito-guia Emmanuel tiveram decisivo
protagonismo no desenvolvimento da religião espírita.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">No final do século XIX o movimento espírita já se dividia
entre “místicos” e científicos”, os primeiros liderados por Bezerra de Menezes
e os outros pelo jornalista e professor Afonso Angeli Torteroli, fundador do
Centro da União Espírita do Brasil, a primeira instituição unificadora do
movimento espírita nacional. Nessa ocasião, aconteceu a primeira tentativa de
resgate do caráter não religioso do espiritismo. Dos embates travados, resultou
a vitória dos religiosos. A partir da gestão de Bezerra de Menezes à frente da
FEB, em 1895, formatou-se o modelo de religião espírita que logo seria
assimilado e assumido pelo movimento espírita, para o que contribuíram as
características culturais da população brasileira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">O MUE-Movimento Universitário Espírita, de São Paulo, no
final da década de 1960, também viria a discutir a laicidade do espiritismo.
Esse movimento, entretanto, passaria a ostentar um caráter mais social e
político, sob influência do pensamento filosófico dos pensadores argentinos
Humberto Mariotti (1905 – 1982) e seu “Parapsicologia e Materialismo Histórico”
e Manuel S. Porteiro (1881 – 1936) com seu livro “Espiritismo Dialético” além
de outras influências marxistas, como David Grossvater e seu “Espiritismo
Laico”, Eusínio Lavigne e Souza do Prado com a obra “Os espíritas e as questões
sociais”, e Jacob Holzmann Netto (1934 – 1994) com “Espiritismo e Marxismo”,
obras que serviram de inspiração para o discurso crítico, laico e politizado
dos universitários espíritas da época. Esse movimento teve curta duração.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">Em 1978, a defesa do caráter laico do Espiritismo ressurge com
grande ímpeto, com o chamado "grupo de Santos", principalmente
através do jornal “Espiritismo e Unificação”, órgão oficial da UMES - União
Municipal Espírita de Santos e da LICESPE-Editora. Esse grupo, liderado pelo
jornalista e psicólogo Jaci Regis, era também integrado por José Rodrigues,
Egydio Régis, Henrique Diegues e outros. Vários deles eram integrantes da UMES,
mantinham forte atuação na USE-SP e instituíram a campanha denominada de
"espiritização" combatendo a igrejificação do espiritismo e
promovendo a cultura espírita.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Nessa época, a
Federação Espírita do Rio Grande do Sul (FERGS) era conduzida pelo grupo
oriundo da S.E. Luz e Caridade (SELC), atual Centro Cultural Espírita de Porto
Alegre (CCEPA), integrado por Maurice Herbert Jones, Salomão Jacob Benchaya e
Milton Rubens Medran Moreira, entre outros. Em 1986, o autor deste artigo, ao
início de seu segundo mandato como presidente da FERGS, lança o “Projeto:
Kardequizar”, em sintonia com a campanha “espiritização” deflagrada por Jaci
Regis e seu grupo. Em outubro de 1986, com o lançamento, pela FERGS, da edição
de nº 402 da revista “A Reencarnação”, cuja capa estampava a expressão
“Espiritismo: Ciência e Filosofia. Até que ponto é Religião? ”, ocorre uma
forte reação conservadora e, na eleição seguinte, uma nova diretoria assume a
Federação e reafirma o caráter religioso da Doutrina Espírita.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">O Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita (SBPE),
idealizado por Jaci Regis, realizado bienalmente, de 1989 a 2017, pelo
Instituto Cultural Kardecista de Santos (ICKS) teve destacada importância na
consolidação do segmento laico e livre-pensador espírita no Brasil. Esse evento
contribuiu para o retorno da Confederação Espírita Pan-americana (CEPA) ao
Brasil, do qual estava ausente desde 1949, após a realização do seu II
Congresso Pan-americano, no Rio de Janeiro. Esse evento havia sido organizado
com o apoio da Liga Espírita do Brasil, mas contrariava os interesses da Federação
Espírita Brasileira (FEB) que, reunindo alguns dirigentes de federativas
estaduais presentes no Rio de Janeiro, institui o chamado “Pacto Áureo”,
expresso numa Ata que orienta o movimento espírita federado no Brasil. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; line-height: 115%;">A CEPA-Associação Espírita Internacional, antiga Confederação
Espírita Pan-Americana, fundada em 1946, na Argentina, herdeira da tradição
espírita espanhola de características acentuadamente livre-pensadoras, onde se
destacaram José María Fernandez Colavida e Amália Domingo Soler, e que
encontraram ressonância entre pensadores sul-americanos como Cosme Mariño,
Manuel Porteiro, Humberto Mariotti, David Grossvater, Luiz di Cristóforo
Postiglioni e, mais recentemente, Jon Aizpúrua, dentre outros, sempre se
manteve distante do religiosismo vigente no espiritismo brasileiro, sendo hoje
a instituição mais representativa da vertente doutrinária laica e
livre-pensadora.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); line-height: 115%;"><span style="font-family: verdana;">Felizmente, o movimento espírita, mais amadurecido, aos
poucos se distancia do modelo hegemônico e imobilizante. Líderes e pensadores
identificados com o genuíno projeto kardeciano compõem uma nova força que deverá
impulsionar o espiritismo a assumir a sua verdadeira identidade e a se libertar
das amarras religiosas para exercer o seu papel libertador junto à Humanidade.</span><o:p style="font-size: 14pt;"></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p style="background-color: #eeeeee;"> </o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span face=""Arial",sans-serif" style="background-color: #eeeeee; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>(*)
Economista (74), bancário aposentado, microempresário de transporte escolar.
Presidiu o Centro Cultural Espírita de Porto Alegre (CCEPA) por vários
mandatos, ex- presidente da Federação Espírita do Rio Grande do Sul
(1984-1987), onde coordenou a criação e o lançamento da Campanha de Estudo
Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE); delegado da CEPA desde 1996, em 2000
presidiu a organização do XVIII Congresso Espírita Pan-americano, em Porto
Alegre; Secretário Geral da CEPA na gestão do Dr. Milton Medran Moreira
(2000-2008) e na atual gestão da Dra. Jacira Jacinto da Silva. Organizador dos
livros “A CEPA e a atualização do Espiritismo” e “Espiritismo: O pensamento atual
da CEPA” e autor do livro “Da Religião Espírita ao Laicismo: a trajetória do
Centro Cultural Espírita de Porto Alegre”.</span></i><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></p>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-42314657981702326802020-11-10T22:17:00.012-03:002020-12-05T12:31:22.138-03:00Necropolítica, Psicanálise e Espiritismo<p><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana;"> </span></p><p><span style="font-family: verdana; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjml4MuYYT0Qayev_rf7-nahUZT-_Kk-LdlLMT5-p0BSNwH_MFDeQBjS65QvBytxSl_3xbkekpK2VeqaOWUbyn5gVSUMP6ZO1WIFZ521sXfdSFtzvdlgPUgrZDgVee1c0zoZ1DUasAf02Q5/s1265/IFEHP.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="627" data-original-width="1265" height="135" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjml4MuYYT0Qayev_rf7-nahUZT-_Kk-LdlLMT5-p0BSNwH_MFDeQBjS65QvBytxSl_3xbkekpK2VeqaOWUbyn5gVSUMP6ZO1WIFZ521sXfdSFtzvdlgPUgrZDgVee1c0zoZ1DUasAf02Q5/w200-h135/IFEHP.jpg" width="200" /></a></span><span style="background-color: #eeeeee;"><b style="font-size: 15.4px; text-align: center; text-indent: -178.4pt;"></b><span style="clear: right; display: inline; font-family: verdana; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiMQ4IznZAAogM6h_yJYV-TAcxauDJ4OKS-TKHbJqxwkOkiGYWIXA-bhy0nkqABPXolfCQnKk0Mj0BhWBS4Zi2fkZe5t-9pc_xhauo8g9ZzluEaRvSh3gExIOysmd_RzWdf_Wc4kRz6UJ5/s956/%25C3%2581gora.png" style="clear: right; display: inline; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="635" data-original-width="956" height="161" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiMQ4IznZAAogM6h_yJYV-TAcxauDJ4OKS-TKHbJqxwkOkiGYWIXA-bhy0nkqABPXolfCQnKk0Mj0BhWBS4Zi2fkZe5t-9pc_xhauo8g9ZzluEaRvSh3gExIOysmd_RzWdf_Wc4kRz6UJ5/w204-h161/%25C3%2581gora.png" width="204" /></a></span></span></p><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana;"><p align="center" class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; font-weight: bold; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: center; text-indent: 42.55pt;"><span style="text-indent: 42.55pt;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: right; text-indent: 42.55pt;"><span style="text-indent: 42.55pt;"> Por Lindemberg Castro</span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; font-weight: bold; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">A pandemia causada
pelo novo coronavírus escancarou ainda mais diversas contradições a partir do
mundo patologicamente considerado “normal”, no qual, mesmo agonizando em
inúmeras desigualdades sociais, estávamos “acostumados” a viver (ou
sobreviver). Com a ideia de um “novo normal”, que para muitos parece uma
realidade alternativa já instalada, vemos que o tal “novo normal” é ainda mais
cínico em seus discursos, justificando as desigualdades sociais de toda ordem,
movimentando vidas humanas como peças de uma engrenagem (o que surpreenderia
até mesmo Foucault), e banalizando a vida, reificando o ser humano (exatamente
como nos previu George Lukács). No processo de reificação a partir das
atividades capitalistas e produtivas, o ser humano passa a ser identificado
cada vez mais como objeto inanimado e seu valor está diretamente relacionado
com uma medida quantitativa dentro da produção de objetos ou mercadorias
circulantes, perdendo a sua autonomia, a sua autoconsciência e a consciência da
realidade que o cerca.</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">A Necropolítica
nunca esteve tão fortalecida, como em nossos tempos atuais! Passamos de uma
normose da qual nos queixávamos pela falta de tempo, pela baixa qualidade de
vida ou pelo excesso de trabalho, para uma normose amplamente difundida, aceita
e justificada pelos discursos neoliberais, discursos de ódio, notícias falsas,
e relativização da vida humana possivelmente vitimada em plena pandemia, mas
não necessariamente uma vida chorável ao ser perdida, como nos lembra Judith
Butler (dentro da necropolítica, nem todas as vidas perdidas são choráveis). O
mal-estar da civilização atingiu patamares ainda maiores, que surpreenderiam
até mesmo Freud, devido ao esforço contínuo do ser humano em normatizar todos
os instintos de morte a que nos alerta Herculano Pires em “Educação para a
Morte” (2016).<a name='more'></a>:</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Os discursos
neoliberais, aliás, nunca estiveram tão em evidência em nosso país, pois agora,
parcela considerável da população brasileira (incluindo parte dos espíritas)
defende ações de austeridade do governo federal, apesar de não faltarem
recursos disponíveis para o combate à pandemia, e mesmo sabendo que milhares de
pessoas ou morrerão na miséria e no abandono ou pelo vírus, ou pelos dois
simultaneamente. Isso, quando não justificam a inoperância governamental, que,
indo além da relativização da gravidade da pandemia e com diversos discursos
anticientíficos, vem em constante inação de prevenção e combate ao coronavírus,
apesar da dramática situação do nosso país como um dos epicentros da pandemia,
no mundo. O Brasil já ultrapassou a marca de 162 mil mortos, e por mais que
parte dos espíritas se apoie na lei de causa de efeito para justificarem
esses desencarnes, sabemos que a negligência governamental pode ter sido muito
mais letal do que o vírus.</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Na perspectiva da
necropolítica, não possuímos liberdade e nem autonomia, há uma rejeição </span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">à crença “romântica” da soberania como algo em “que o
sujeito é o principal autor, controlador do seu próprio significado”, Achille
Mbembe (2018) preocupa-se, sob uma ótica inteiramente diversa sobre essas
questões, “com aquelas formas de soberania cujo projeto central não é a
luta pela autonomia, mas ‘a instrumentalização generalizada da existência
humana e a destruição material de corpos humanos e populações’. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Estamos ignorando
o luto coletivo mesmo com nosso dramático cenário, mas um luto dessa magnitude,
do ponto de vista psicanalítico, não pode simplesmente ser ignorado, e a seu
tempo, deverá cobrar o seu pagamento frente à nossa indiferença. Parte dos
espíritas tem se apegado à Lei de Causa e Efeito para justificarem os mais de
162 mil desencarnes em nosso país, devido à pandemia; essa é outra forma de
normose e talvez o estágio máximo da necropolítica espírita: justificar
desencarnes, dos quais uma parte poderia ter sido evitada com ações
governamentais efetivas de proteção às pessoas.</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Aprendemos com o
Espiritismo que nem todos os acontecimentos durante a reencarnação estão
determinados, uma vez que a Filosofia Espírita não admite nenhuma forma de
fatalismo; em O Livro dos Espíritos entendemos que a sociedade é responsável
por todos os que fazem parte dela, e esse ponto traz consigo a necessidade de
cada vez mais lutarmos por condições dignas de existência, de modo que a cada
geração o bem-estar social seja ampliado. Aceitar que em meio a uma pandemia,
as ações governamentais de prevenção e cuidado com a saúde das pessoas não
adiantariam em nada já que “todas” estavam destinadas a morrer, nos coloca no
mesmo patamar dos indiferentes citados por Gramsci, e nos conduz em uma
perspectiva de alienação justificada pela necropolítica. De que servem então os
meios materiais para a qualificação da existência na carne, se não puderem ser
utilizados para a ampliação de oportunidades educacionais, culturais,
econômicas, sociais, e em favor da saúde física dos Espíritos reencarnados?! A
filósofa nigeriana Sophie Oluwole nos lembra que o desenvolvimento humano
depende diretamente da ampliação das liberdades em todos os âmbitos da
existência: do aspecto econômico ao cultural, do educacional ao social, da
qualidade de vida à saúde; quando estamos reencarnados em um país que funciona
na base da necropolítica, a nossa liberdade, já limitada pelo progresso
espiritual tímido que realizamos até aqui, se torna muito mais diminuta, uma
vez que nos são interditadas, muitas vezes, as condições básicas da existência
material.</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Também temos visto
muitos espíritas reabrirem seus centros em plena pandemia, respaldados pelos
decretos governamentais estaduais e municipais que permitem uma porcentagem de
frequentadores em templos religiosos. Mas, como a pandemia ainda não acabou, é
o caso de perguntarmos: há uma necessidade urgente em reabrir centro espírita
agora, mesmo que os meses de setembro, outubro e novembro tenham sido os que
registram maiores taxas de contaminação pelo coronavírus, no mundo?! Bom,
alguns justificam sua decisão com base nas “ordens superiores da
Espiritualidade maior” (seja lá o que signifique isso). Parece que parte dos
espíritas esqueceu as recomendações de Kardec, na Revista Espírita de 1865, em
que ele disserta sobre o papel dos espíritas durante a epidemia de cólera;
Kardec afirma que desprezar medidas sanitárias frente a uma epidemia seria
verdadeiro suicídio, e que cabe ao espírita velar pela saúde do seu corpo, para
cumprir com seus deveres frente à reencarnação.</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: normal; margin-left: 6cm; margin-right: -2.85pt; text-align: justify; text-indent: -178.4pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 10pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: normal; margin-left: 6cm; margin-right: -2.85pt; text-align: justify; text-indent: -178.4pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 10pt;"> Quem quer que
tenha lido e meditado nossa obra <i>O Céu e </i>o <i>Inferno
segundo o Espiritismo</i>, sobretudo o capítulo sobre <i>as apreensões da
morte, </i>compreenderá a força moral que os espíritas adquirem em sua
crença, em presença do flagelo que dizima as populações. Segue-se que vão
negligenciar as precauções necessárias em casos semelhantes e baixar a cabeça
diante do perigo? Absolutamente não. Eles tomarão todas aquelas que são
aconselhadas pela prudência e por uma higiene racional, porque não são
fatalistas e porque, se não temem a morte, sabem que não devem procurá-la. Ora,
desprezar as medidas sanitárias que podem preservá-los seria um verdadeiro
suicídio, cujas consequências conhecem muito bem para a ele se exporem.
Consideram como um dever velar pela saúde do corpo, porque a saúde é necessária
à realização dos deveres sociais. Se buscam prolongar a vida corporal, não é
por apego à Terra, mas para ter mais tempo para progredir, melhorar-se,
depurar-se, despojar-se do homem velho e adquirir maior soma de méritos para a
vida espiritual (KARDEC, 1865). </span><span style="font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 17.35pt; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Urgentemente,
seria fundamental que nós espíritas retomássemos o estudo aprofundado a
partir da obra de Kardec, talvez isso nos tiraria da “paz de pantanal”, para
usar um termo de Herculano Pires. Adorno (1967), em “Educação após Auschwitz)
já nos alertou que os processos civilizatórios não se dão de forma <i>a
priori</i> e nem são universais, cabendo à “educação o fim último de que
Auschwitz não se repita”; mas, infelizmente a história humana conta em seu
inconsciente coletivo, com diversos episódios de desumanização, e ao que parece
a normatização da tragédia que envolve a pandemia é apenas mais um triste
episódio do nosso processo de autoreificação.</span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Judith Butler, em
entrevista concedida este ano, nos lança as seguintes perguntas: “em </span><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">que circunstâncias é possível lamentar uma vida perdida? De quem
são as vidas consideradas choráveis<i> </i>em nosso mundo público?
Quais são essas vidas que, se perdidas, não serão consideradas em
absoluto uma perda? É possível que algumas de nossas vidas
sejam consideradas choráveis e outras não”? Essas perguntas são
absolutamente necessárias para todos nós que estamos reencarnados atualmente,
quer sejamos espíritas ou não. Butler (2020) ainda explica que:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: normal; margin: 0.05pt -2.85pt 0.0001pt 6cm; text-align: justify; text-indent: -178.4pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt;"> </span><span style="font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: normal; margin: 0.05pt -2.85pt 0.0001pt 6cm; text-align: justify; text-indent: -178.4pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt;"> Faço essas perguntas difíceis e perturbadoras porque eu, como vocês, me
oponho à morte violenta; à morte por meio da violência humana; à morte
resultante de ações humanas, institucionais ou políticas; à morte provocada por
uma negligência sistêmica por parte dos estados ou por modos de governança
internacionais.</span><span style="font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 17.35pt; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 6cm; text-align: justify; text-indent: -178.4pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 11.5pt;"> </span><span style="font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 17.35pt; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Todos nós deveríamos nos opor a todas
as mortes provocadas pela negligência sistêmica que apaga as diferenças, as
diversidades, que instrumentaliza a vida das pessoas e elege quem pode viver e
quem pode morrer! Esse mecanismo não corresponde a uma lei natural, é algo
forjado pelos sistemas de opressão que comandam o mundo; em O Livro dos
Espíritos vemos que os problemas sociais são criados pelo ser humano, e não por
Deus.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Se tivéssemos o hábito de não
invisibilizarmos as questões sociais, compreenderíamos facilmente que a
Doutrina Espírita reafirma a preocupação com elas, conectando-as ao progresso
espiritual. Para o Espiritismo não há divisão entre a realidade social e a
realidade espiritual, uma vez que estamos encarnados, somos espíritos
encarnados, portanto, somos convidados a atuarmos no mundo. Mariotti (1967) nos
diz que “o progresso é uma sucessão de fatos morais e sociais determinados
pelas relações entre o elemento espiritual e o elemento material”.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Herculano Pires (2016) nos traz
elementos filosóficos e psicanalíticos para compreendermos a indiferença ainda
presente no ser humano e a frustração. Herculano diz que a frustração
transformou a morte na única herança possível que temos construído. A
necropolítica, na visão de Achille Mbembe surge como um projeto de poder dos
que detém os poderes político e econômico, contudo, ela se fortalece quando a
frustração e a indiferença de todos aqueles que se deixam contaminar por elas,
cresce e se multiplica nos setores da sociedade alheios aos poderes impostos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Para encerrar essas reflexões que ora
nos detemos, elencamos abaixo uma citação de Herculano Pires (2016) ainda sobre
os resultados da nossa frustração e da nossa indiferença, que alimentam não
somente a necropolítica, mas todas as formas de opressão e desigualdades:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: normal; margin: 0.05pt -2.85pt 0.0001pt 6cm; text-align: justify; text-indent: -178.4pt;"><span style="font-size: 11.5pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: normal; margin: 0.05pt -2.85pt 0.0001pt 6cm; text-align: justify; text-indent: -178.4pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 10pt;"> Restaram em nossas mãos profanadoras apenas as heranças animais: a
violência assassina que é o meio normal de que as feras se servem para afastar
obstáculos do seu caminho; a astúcia da serpente para engolir e digerir os
adversários mais frágeis; a destruição dos bens alheios em proveito próprio, no
vampirismo desenfreado da selva social; a dominação arrogante dos que não
dispõem de forças para se defender; a mentira, a trapaça, a perfídia de que os
próprios selvagens se enojam, e que nós, os civilizados, transformamos, na
alquimia da canalhice generalizada, em processos sutis de esperteza, que, para
vergonha do século e da espécie, consideramos provas de inteligência. Nossos
meios de fuga reduzem-se à covardia da fuga de nós mesmos (p. 63-64).</span><span style="font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 17.35pt; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11.5pt;"> </span><span style="font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 17.35pt; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11.5pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">O Espiritismo nos
convida à transformação de nós mesmos e das realidades sociais na reencarnação,
a grande questão é: aceitaremos esse convite, ou continuaremos a reproduzir
padrões de comportamento de violência, indiferença e negligência?</span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -2.95pt; margin-top: 0cm; margin: 0cm -2.95pt 0cm 0cm; mso-outline-level: 2; text-align: justify;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 12pt;">REFERÊNCIAS:</span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 150%; margin: 0.05pt -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
</p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 17.35pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -2.95pt; margin-top: 0cm; margin: 0cm -2.95pt 0cm 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: normal; margin: 0cm -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: -178.4pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 12pt;">REFERÊNCIAS:</span></p></span><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 17.35pt; margin: 0cm -2.95pt 0.0001pt 0cm;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana;">ADORNO, Theodor. Educação após Auschwitz. Disponível em: <a href="https://rizomas.net/arquivos/Adorno-Educacao-apos-Auschwitz.pdf">https://rizomas.net/arquivos/Adorno-Educacao-apos-Auschwitz.pdf</a>. Acesso em 07 de novembro de 2020.<br /><br />BUTLER, Judith. De quem são as vidas consideradas choráveis em nosso mundo público? Disponível em: https://brasil.elpais.com/babelia/2020-07-10/judith-butler-de-quem-sao-as-vidas-consideradas-choraveis-em-nosso-mundo-publico.html. Acessado em 07 de novembro de 2020.<br /><br />COLOMBO, Cleusa Beraldi. Ideias sociais espíritas. São Paulo: EDITORA COMENIUS, 2014.<br /><br />FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: COMPANHIA DAS LETRAS, 2010.<br /><br />GRAMSCI, Antonio. Odeio os indiferentes. Tradução de Alvaro Bianchi. São Paulo: BOITEMPO, 2020.<br /><br />KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de José Herculano Pires. 59ª ed. São Paulo: LAKE, 1998.<br /><br />KARDEC, Allan. Revista Espírita: edição de 1865. Tradução de Salvador Gentile. 1ª ed. São Paulo: IDE, 1993.<br /><br />PIRES, José Herculano. Introdução à Filosofia Espírita. São Paulo: FEESP, 1993.<br /><br />PIRES, José Herculano. Educação para a Morte. 1ª ed. São Paulo: PAIDEIA, 2016.<br /><br />MARIOTTI, Humberto. O homem e a sociedade numa nova civilização. São Paulo: EDICEL, 1967.<br /><br />MBEMBE, Achille. Necropolítica. São Paulo: N-1 EDIÇÕES, 2018.<br /><br /> <br /><span>https://institutoherculanopires.blogspot.com/2020/11/necropolitca-psicanalise-e-espiritismo.html </span></span></p><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana;"><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: normal; margin: 0cm -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: -178.4pt;"><span face="Arial, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 12pt;"> REFERÊNCIAS:</span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 17.35pt; margin: 0cm -2.95pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify; text-indent: -178.4pt;"><span style="font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 15.4px; line-height: 17.35pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -2.95pt; text-align: justify; text-indent: -178.4pt;"><span style="font-size: 12pt;">ADORNO, Theodor. Educação </span></p></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><p class="MsoNormal" style="line-height: 23.1px; margin: 0cm -2.95pt 0cm 5.1pt; text-align: justify;"><span><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small;">Link da postagem original no Blog do Instituto de Filosofia Espírita Herculano Pires</span></span></p><div style="font-family: Arimo; font-size: 15.4px;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 24px;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></span></div></div>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-41544094820169460412020-09-10T12:37:00.005-03:002020-12-05T12:22:00.310-03:00Espiritismo, Saúde Mental e Direitos Humanos<div class="separator"><p style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4obVIW3kt2Jl9zKTH3w4VQhfrpPOLZyFxA23U1mcWZ_RAAfrIMuziBApmDvChBUFxE217LnNeRkdURUI5rkRd2luI-URaBLFs-83dSecs0tAYViz10RRmVi5rBUN9OvGnS5sAcbLXWukc/s1080/WhatsApp+Image+2020-09-10+at+12.21.16.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4obVIW3kt2Jl9zKTH3w4VQhfrpPOLZyFxA23U1mcWZ_RAAfrIMuziBApmDvChBUFxE217LnNeRkdURUI5rkRd2luI-URaBLFs-83dSecs0tAYViz10RRmVi5rBUN9OvGnS5sAcbLXWukc/s320/WhatsApp+Image+2020-09-10+at+12.21.16.jpeg" /></a></div><br /><p></p><p style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /></p><p style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></p><div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;"><b>Texto do Eixo de Pesquisa:</b></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;"><b>Espiritismo, Saúde Mental e Direitos Humanos.</b></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: verdana;">Produção: Claudia Rejane Brandão da Silva, Lindemberg Jackson Sousa de Castro, Tânia Maria Diôgo do Nascimento, Vânia Lúcia Rodrigues do Carmo</span></div><p></p><p style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: right;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; line-height: 150%;">1.0 INTRODUÇÃO<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana;"><span face=""Arial",sans-serif" style="line-height: 150%;">Atualmente, os contextos que
envolvem a Saúde Mental, tem merecido cada vez mais atenção, na sociedade em
geral, pois cresce a demanda por formações/cursos/palestras/orientações que
englobem prevenção aos diversos tipos de adoecimento psíquico, bem como os
protocolos de atendimento e manejo básico de casos mais graves como a
ocorrência da depressão e do suicídio. É importante ressaltarmos que, antes
mesmo da pandemia pelo novo Coronavírus, já vivenciávamos outra, a de suicídio,
mas, devido aos tabus sociais no trato com as temáticas da saúde mental
(inclusive no meio espírita) e à falta de políticas públicas adequadas ao
atendimento e manejo da população em adoecimento psíquico, essa situação é amplamente
invisibilizada ou tratada apenas no âmbito moralista do religiosismo.<a name='more'></a>:</span><span style="text-indent: 42.55pt;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana;"><span face=""Arial",sans-serif" style="line-height: 150%;">De acordo com dados da
Organização Mundial de Saúde, cerca de 1 milhão de pessoas se suicidam por ano
no mundo, sendo o suicídio a segunda maior causa de morte entre pessoas com
faixa etária entre 15 e 29 anos; atualmente temos mais de 400 milhões de
pessoas diagnosticadas com depressão, que é a segunda maior causa da incidência
do suicídio. Apesar desses dados alarmantes, e da urgência do movimento espírita
desenvolver trabalho de profilaxia e de orientação em torno das questões de
adoecimento psíquico, o que temos visto é um cenário nada animador: de um lado,
o suicídio é tratado em parte do movimento espírita com todas as representações
situacionais que vemos em livros como “Memórias de um suicida”, ao ponto de, o
que acontece com o suicida no plano espiritual e para onde ele vai despertarem
mais interesse do que a prevenção e o papel pedagógico das próprias
instituições espíritas nessa prevenção; de outro lado, na perspectiva de parte
do movimento espírita, a depressão ganha ares de doença pautada na obsessão
espiritual somente, esquecendo-se assim, de todos os contextos existenciais que
são os causadores da doença depressiva, e ignorando-se, inclusive, os próprios
contextos sociais de desigualdades, que concorrem para a incidência da
depressão e de outros transtornos.</span><span style="text-indent: 42.55pt;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana;"><span face=""Arial",sans-serif" style="line-height: 150%;">A demanda por projetos de saúde
mental também cresce em diversos meios, como grupos religiosos (inclusive os
grupos espíritas), grupos sociais mais vulneráveis como LGBTs, profissionais de
segurança, professores da educação básica e superior, população negra e
população indígena, instituições dos diferentes setores da sociedade, e nas
políticas públicas; quanto a estas últimas, a Organização Mundial de Saúde
provê relatórios periódicos de orientação para os diferentes governos do mundo,
a fim de que haja a universalização de políticas públicas que atendam a todas
as pessoas, independente de sua classe social ou de qualquer outro marcador da
diferença, daí a necessidade dos governos não apenas desenvolverem projetos de
saúde mental que atendam à população como um todo, mas também projetos que
fomentem o atendimento específico para grupos que requerem cuidados
específicos, sobretudo os grupos sociais mais vulneráveis historicamente.</span><span style="text-indent: 42.55pt;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; line-height: 150%;">A Organização Mundial de Saúde
alerta para o fato de o Brasil ser um país que pouco investe em projetos de saúde
mental para a sua população; apesar de manter uma Rede de Atenção Psicossocial
dentro da Política Nacional de Saúde Mental, vemos ainda a ampla dificuldade de
universalização das informações quanto aos serviços prestados por essas
políticas públicas, e o próprio acesso a atendimento especializado que está
muito longe ainda de ser universalizado em nosso país. O Brasil permaneceu durante
67 anos com uma legislação psiquiátrica (criada em 1934) que não garantia
atendimento humanizado às pessoas em sofrimento mental, não reconhecendo essas
pessoas enquanto sujeitos de direitos. Essa situação só foi alterada a partir
de 2001, com a criação da Lei 10.216, que trata da proteção e dos direitos das
pessoas em sofrimento mental e modifica o modelo de assistência em saúde
mental. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana;"><span face=""Arial",sans-serif" style="line-height: 150%;">A Reforma Psiquiátrica no
Brasil foi de suma importância para a humanização no atendimento e no
tratamento das pessoas em sofrimento mental, evitando que episódios como os
ocorridos no Manicômio de Barbacena, considerado o Holocausto Brasileiro, em
que mais 60 mil pessoas pereceram em suas instalações, a maior parte delas
(70%) sem qualquer diagnóstico mental; eram alcoólatras, viciados, prostitutas,
homossexuais, mendigos, ou seja, os “indesejados” da sociedade eram internados
nesse Manicômio, e passavam o resto das suas vidas em tratamento desumano.</span><span style="text-indent: 42.55pt;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; line-height: 150%;">No nosso contexto histórico e
político, vale lembrar que há um movimento ideológico excludente de
revisionismo histórico, a saber, a partir de 2016 com o acirramento dos
conflitos no âmbito da política no Brasil, houve uma espécie de retrocesso que
vai de encontro com a luta empreendida pela Reforma Psiquiátrica, que lutou no
sentido de desinstitucionalização dos sujeitos e sua consequente inserção
social, e que agora esse clamor revisionista, age no sentido de desmontar a
política nacional de saúde mental brasileira, ou seja, a de segregar os
sujeitos com base na ausência do estado em relação às políticas protetivas e
preventivas em saúde mental.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana;"><b><span face=""Arial",sans-serif" style="line-height: 150%;">2.0
SAÚDE MENTAL E DIREITOS HUMANOS ENQUANTO TEMAS PROGRESSISTAS</span></b><span style="text-indent: 42.55pt;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; line-height: 150%;">Quando falamos em Saúde Mental
e Direitos Humanos, estamos indo além das questões do autocuidado e da psicoterapia,
que são temas básicos no âmbito da saúde mental; a relação da saúde mental com
os direitos humanos se dá a partir de uma compreensão ampla sobre como os
sistemas de opressão existentes, afetam as pessoas em diferentes níveis e de
forma diversa a depender dos grupos sociais envolvidos, podendo desencadear
processos diversos de adoecimento psíquico, o que pode levar por consequência
ao suicídio, como já é o caso de grupos como a população LGBTQIA+ (dados do
Grupo Gay da Bahia mostram que entre 2016 e 2018, o suicídio entre a população
LGBTQIA+ cresceu 284%, e nenhuma política pública foi pensada como prevenção,
pois vemos a cada ano os dados de suicídio aumentarem vertiginosamente em
determinados grupos sociais, também devido à grande desigualdade que assola o
nosso país. Dados publicados no dia 08 de setembro de 2020, pela ANTRA –
Associação Nacional de Travestis e Transexuais, apontam que o ano de 2020 é o
ano mais violento dos últimos quatro anos para a população transexual e
travesti, aumentando em 79% o número de assassinatos em comparação com o
primeiro semestre de 2019; o cenário escancarado de violência alinhado à falta
de políticas públicas de amparo a essa população atingida, desencadeia
processos graves de adoecimento, deslocamento social, ansiedade e suicídio.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana;"><b><span face=""Arial",sans-serif" style="line-height: 150%;">Leonardo
Boff</span></b><span face=""Arial",sans-serif" style="line-height: 150%;">,
em artigo publicado no dia 18/08 (disponível em leonardoboff.org), nos diz que <i>“<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Quatro
sombras escuras pairam sobre um país solar que nunca puderam ser dissipadas
pela nossa consciência e inconsciência coletivas”: </span></i><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">a sombra do genocídio dos povos originários, a sombra
da colonização, a sombra da escravidão e a sombra da elite do atraso (fazendo
menção ao conceito de <b>Jessé Souza</b>,
2017). Essa análise de Boff casa perfeitamente com a perspectiva de <b>Carla Akotirene</b>, em seu livro “O que é
interseccionalidade?”, em que ela fala sobre como os sistemas de opressão se
articulam, baseados no racismo, no cisheteropatriarcado e no capitalismo,
mantendo a estrutura de desigualdade presente na sociedade brasileira.
Mencionamos ainda a análise da filósofa <b>Angela
Davis</b>, em seu livro “Mulheres, Raça e Classe”, em que ela elenca o racismo,
o machismo e o capitalismo, como os catalisadores da opressão existente em
diferentes campos da vida social. São referências que nos ajudam a pensar a
partir de uma perspectiva decolonial, ou seja, em contraposição à colonialidade
presente nos sistemas de opressão nos âmbitos cultural, social, educacional,
racial, e também na saúde mental e nos direitos humanos. O olhar psicanalítico
para a sociedade nos permite identificar como os processos sociais causam toda
sorte de transtornos mentais nos grupos que formam uma população.</span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; line-height: 150%;">3.0 O
QUE O ESPIRITISMO TEM A VER COM ISSO</span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; line-height: 150%;">O Espiritismo, enquanto
doutrina progressista, e que desperta a atenção das pessoas igualmente
progressistas, assim como define <b>Allan
Kardec</b>, naturalmente se relaciona com as perspectivas humanitárias que
visam corrigir as injustiças sociais pautadas em sistemas de opressão robustos
e que dialogam entre si, com vistas a manter a estrutura de dominação
histórica. Portanto, podemos dizer que ser espírita não é apenas investir em
seu próprio progresso espiritual, individualista e alheio ao contexto social; é
preciso ainda contribuir de forma positiva para o progresso dos costumes, das
instituições, com vistas a ampliar o bem-estar social e as práticas que
configurem em atos e sentimentos fraternos; é preciso agir no mundo, de modo a
construirmos perspectivas antirracistas, anticapitalistas, antipreconceituosas,
antimachistas, antimisóginas, de forma a que todas as pessoas tenham os seus
direitos básicos garantidos, e ainda possamos desfrutar de um mundo acolhedor,
fraterno, e pautado no respeito às diferenças; que os nossos marcadores da
diferença não justifiquem as opressões descabidas que vivenciamos todos os
dias.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; line-height: 150%;">A Saúde Mental ainda é um tema
pouco explorado pelo movimento espírita, que acaba por ignorar as amplas
relações entre Espiritismo e Psicanálise, Psicologia e Psiquiatria. Herculano
Pires já nos disse, em “A Pedra e o Joio”, que nosso país possui um déficit
gigantesco de cultura, junte-se a isso a indolência de parte do movimento
espírita em não desenvolver estudos e pesquisas, que poderiam relacionar o
Espiritismo com os diversos campos do conhecimento humano.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; line-height: 150%;">Portanto, implementar ações de
pesquisa, ensino e divulgação em torno da relação entre Saúde Mental e
Espiritismo, é urgente e necessário, sobretudo no que diz respeito à relação
entre Saúde Mental e Direitos Humanos, construindo ações que poderão colaborar
para a reconstrução de narrativas e perspectivas para o movimento espírita. A
interseccionalidade entre Saúde Mental e Direitos Humanos, aliada à diversidade
epistemológica do Espiritismo em relação às diferentes áreas do conhecimento
humano, tem muito a colaborar com a perspectiva progressista do movimento
espírita, ao mesmo tempo em que inova na pesquisa voltada para essas relações,
que ainda são pouco difundidas mesmo dentro do movimento progressista. O Ágora
Espírita é o primeiro coletivo progressista no Brasil a reconhecer a importância
dessas questões que levantamos aqui nesse breve artigo, e a criar um eixo de
pesquisa chamado “Espiritismo, Saúde Mental e Direitos Humanos”, com o intuito
de fomentar o debate e a produção de conhecimentos, e ainda colaborar com a
desmistificação de tabus e referências relacionadas à saúde mental e aos
direitos humanos, descontruindo rótulos, propondo intervenções, e
desconstruindo as perspectivas tradicionais do movimento espírita, em tratar
questões como depressão e suicídio como meras representações espirituais
baseadas em culpa e punição. Precisamos avançar muito ainda.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small; line-height: 150%;">REFERÊNCIAS</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small; line-height: 150%;">AKOTIRENE, Carla. <b>O que é interseccionalidade?</b> Belo Horizonte: Letramento, 2018.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small; line-height: 150%;">BOFF, Leonardo. <b>Indignação contra a boçalidade de grupos da população brasileira. </b>Disponível
em https://leonardoboff.org, acesso em 18 de agosto de 2020.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small; line-height: 150%;">Davis, Angela. <b>Mulheres, Raça e Classe</b>. São Paulo: Boitempo, 1º ed., 2016.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small; line-height: 150%;">KARDEC, Allan. <b>A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo. </b>São
Paulo: LAKE, 20º ed., 2001.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small; line-height: 150%;">SOUZA, Jessé. <b>A elite do atraso: da escravidão a Lava-jato</b>. Rio de Janeiro: Leya,
2017.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small; line-height: 150%;"> </span></p><p style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;">
</p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; line-height: 150%;"> </span></p><p style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /></p></div>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-68681445021013881402020-08-18T13:06:00.008-03:002020-12-05T12:22:35.163-03:00Carta do Editor - 5º Editorial. <div class="separator"><p style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEid2JCkJiHedIq9EWVhtrTr2HqZxmVkEU6WB1hjRwHAjdF_oOdWhsHEZnYcVucIBpT0DFRiB3Lj091iE7Gzw19pM9mc9PKF1OAmygYz36dnDT4DULfP5cW_dxql7gv3TTdDzymY269gqNoC/s600/depositphotos_278244368-stock-photo-vintage-broken-doll-face-background.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="600" height="247" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEid2JCkJiHedIq9EWVhtrTr2HqZxmVkEU6WB1hjRwHAjdF_oOdWhsHEZnYcVucIBpT0DFRiB3Lj091iE7Gzw19pM9mc9PKF1OAmygYz36dnDT4DULfP5cW_dxql7gv3TTdDzymY269gqNoC/w371-h247/depositphotos_278244368-stock-photo-vintage-broken-doll-face-background.jpg" width="371" /></a></div><p style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><b><span face="arial, sans-serif" style="font-family: verdana; font-size: 16pt; line-height: 150%;">Eu só queria uma boneca...</span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face="arial, sans-serif" style="font-family: verdana; line-height: 150%;">O
julgamento dos homens, que usam de preconceitos para auferir a dignidade de uma
criança, uma menina. A mesma balança com que aferem as mulheres na sociedade, são
cravados até a alma de machismos e sexismos, com o agravante de possuírem a consciência
entorpecida pela religião, o ópio da sociedade dos “homens de bem”, deliberam e
vociferam atados aos seus ódios divinos, assassina, assassina, assassina.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face="arial, sans-serif" style="font-family: verdana; line-height: 150%;">Usam
da violência, e dizem desejar a paz, mas, são incapazes de sensibilizarem-se
pela dor de outras pessoas, dizem que se valem do amor de um preso político,
que foi julgado, aviltado e morto, por outros tantos déspotas, que vociferavam
tal qual fizeram com esta inocente criança: Barrabás, Barrabás, Barrabás...<a name='more'></a>:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face="arial, sans-serif" style="font-family: verdana; line-height: 150%;">Não
entendem nada de amor, fundamentalizam as ações em um livro que ensina a amar,
mas cegos pelas letras, não enxergam o que sentem, são os fariseus dos tempos
modernos, incapazes de entenderem os sentimentos que não estão contidos nas
vozes de seus líderes religiosos, carregados de ódio e de interesse próprio,
enquanto vivem uma teoria de prosperidade que justifica a ganância cega, que
quando não mata, leva a morte.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face="arial, sans-serif" style="font-family: verdana; line-height: 150%;">Estes
sentimentos estão também no Movimento Espírita, ofuscados pelas letras
evangélicas, a associação que devia falar em nome da ciência Espírita, brada
alto a não compreensão da Filosofia Espírita, expondo uma criança de 10 anos,
já tão desprotegida a mais linchamentos públicos, por conta de uma concepção ideológica
própria, dos que não conhecem a doutrina, mas que estão atolados nas tramas da
compreensão religiosa, que faz com que ideias e ideologias valham mais do que
pessoas, sentimentos e intimidades.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face="arial, sans-serif" style="font-family: verdana; line-height: 150%;">A
todos estes arautos da bondade, que em nome da Doutrina Espírita, defendem que
uma criança de 10 anos de idade, que foi estuprada por 4 anos consecutivos, que
engravidou desta violência, dê à luz, vos pergunto: o que entendem de
desigualdade e injustiça social? O que entendem de feminicídio? O que entendem de extermínio negro? O que
entendem de violência LGBTQIA+? O que entendem de povo? De vida? De gentes? De
Humanidades?<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face="arial, sans-serif" style="font-family: verdana; line-height: 150%;">Chegamos
ao fim destas ilações buscando a compreensão da razão, pois, é assim, que nos
ensina as reflexões que emanam da Filosofia Social Espírita, ressignificando o
amor, as humanidades, percebendo, estudando, pesquisando, mas, fazendo parte da
vida e de todas as questões sociais que possuem a sua gênese no comportamento
dos seres humanos, sem que nos sintamos apêndices sociais, seres aleatórios e
acima das leis que regem e dão ordem a natureza. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face="arial, sans-serif" style="font-family: verdana; line-height: 150%;">Nestas
reflexões de amor, de compreensão a dor de uma criança, dizemos que não te condenamos,
não te julgamos, pelo contrário nos solidarizamos as dores que dilaceram e as
marcas que ainda insistirão em dilacerar-te, compreendemos, e bradamos em
defesa desta vida, e bradaremos ainda mais se for preciso, dizendo
silenciosamente, com os sentimentos de amor em forma de prece: Meu bem, você
não fez nada errado e perdão por tanta incompreensão as dores profundas da tua
alma tão jovem: perdão, perdão, perdão, perdão...</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face="arial, sans-serif" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><b style="text-align: center; text-indent: 47.2px;"><span style="font-family: verdana; font-size: x-large;"><br /></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: verdana;"><span face="arial, sans-serif" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><b style="text-align: center; text-indent: 47.2px;"><span>Editorial Ágora Espírita: </span></b></span><b style="text-align: center; text-indent: 47.2px;"><span>Alexandre Júnior.</span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 47.2px;">
</p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face="arial, sans-serif" style="font-family: verdana; line-height: 150%;"> </span></p><p></p></div>Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com35tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-47638664158895091572020-06-24T12:32:00.006-03:002020-12-05T12:24:41.725-03:00O espiritismo não é apolítico<a href="https://www.blogger.com/u/1/blogger.g?blogID=1316652156520351341&useLegacyBlogger=true" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a><a href="https://www.blogger.com/u/1/blogger.g?blogID=1316652156520351341&useLegacyBlogger=true" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a><a href="https://www.blogger.com/u/1/blogger.g?blogID=1316652156520351341&useLegacyBlogger=true" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a><a href="https://www.blogger.com/u/1/blogger.g?blogID=1316652156520351341&useLegacyBlogger=true" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a><a href="https://www.blogger.com/u/1/blogger.g?blogID=1316652156520351341&useLegacyBlogger=true" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a><br />
<h2 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana;"><span style="font-size: medium;">Texto do Eixo de Pesquisa: Espiritismo, </span></span></h2><h2><div style="text-align: center;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium;">Políticas e Promoção Social</span></div><div style="text-align: center;"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium;"><br /></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal;">Produção: Márcio Alexandre</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal; line-height: 150%;">Uma questão está acalorando as
conversas e até as prédicas nas casas espíritas do Brasil nos últimos anos: a
política nacional. Em tempos de polarização desse cenário, o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">movimento</i> não deixou de ser influenciado
por esse momento que, vez ou outra, eleva ao ringue das discussões adeptos da
causa kardeciana. Por que será que o exercício da política é ainda visto por
muitos como algo malsão? O que tem de errado na política para que esta seja
taxada como algo pernicioso no meio? Seria o espírita um indivíduo superior na
escala dos encarnados e que por isso, inalcançável pelos problemas sociais para
não ter que se (pre)ocupar com eles? Será que o adepto da doutrina dos Imortais
não pode abrir a guarda no trato de tais assuntos sem se enlamear com sua
suposta “sujeira”? Ou o espírita é um ser de dupla vida social: uma pura,
dentro da casa religiosa e outra, devassa, fora dela?<a name='more'></a>:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Desejaria
fugir do clichê de tentar usar o léxico para definir o verbete, mas não posso
me furtar de expor o que, historicamente, entendo por política: Na Grécia
Antiga a palavra referia-se às questões relativas à vida da cidade. A <i style="mso-bidi-font-style: normal;">politikós</i> não era uma atividade
qualquer: dela dependia a organização cotidiana e o futuro da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">polis</i>. O <i style="mso-bidi-font-style: normal;">demos</i> (povo) de cada cidade-Estado tinha que se interessar pelos
problemas da comunidade, ou seja o indivíduo não seria um cidadão se não se
interessasse pela política e não a praticasse. Tal concepção foi divulgada na
obra <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Política</i> de Aristóteles, o
primeiro tratado sobre a natureza do governo, suas configurações e funções. A
partir das revoluções liberais do século XVIII, a palavra passou a ser
empregada para designar as atividades relativas ao controle do Estado, ganhando
os contornos que temos atualmente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal;"><span face=""arial" , sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas
o verbo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">politicar</i> não fica apenas
restrito a essas definições técnicas e históricas e, muito menos, pode ficar dissociado
da sua acepção comum. Por exemplo, q</span><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;">uando Aristóteles afirma que ”o homem é um ser
político por natureza”, ele quer dizer que naturalmente temos a necessidade de
viver em sociedade e que precisamos desse convívio para estabelecermos
deliberações. Assim, nessa perspectiva não se deve deplorar a atividade
política, classificando-a como algo pernicioso.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal;"><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Opinar,
concordar, discordar, apresentar propostas, contrapropostas e até ficar isento,
é fazer política. Mesmo quando alguém diz não gostar dela, está politicando (no
sentido negativo), já que se omite e abre espaço para o outro sujeito que é
pernicioso para a coletividade. </span><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;">Digo que é até uma posição
confortável, pra não dizer fingida e, por consequência, hipócrita, um vez que
somos políticos em todas as situações da vida,</span><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;"> dentro e fora da casa espírita.
Por que? Respondo: </span><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;">quem, na vida em sociedade, não opina sobre os
preços das coisas, as qualidades dos serviços públicos, sobre os problemas na
saúde, na educação e na segurança públicas? Quem não expõe sua opinião em
questões polêmicas como o aborto, a eutanásia, sobre a pena de morte? Quando
levamos (e levamos!) estes assuntos para a casa espírita, não tratamo-los de
outra forma senão pela perspectiva do convencimento dos assistentes de que não
se deve afrontar as leis divinas, de que devemos ser contra os projetos que
relativizam a Vida tramitados nas esferas dos Poderes políticos e isso, não é
outra coisa, senão politicar, ou seja, persuadir o outro sobre aquilo que achamos
ser o correto. O mesmo acontece quando nos reunimos em assembleias </span><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;">para
deliberar sobre decisões estatutárias ou regimentais na intenção de discutir,
negociar ou convencer os associados sobre nossos projetos ou ainda quando
deliberamos nas escolhas das chapas das diretorias que concorrem às direções
das casas espíritas. Portanto, h</span><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;">á várias esferas de atuação na
política: as públicas, as de Estado, as filosóficas, as ideológicas, as
político-partidárias, como também há as que exigem dos espíritas e dos cidadãos
envolvimento, quando elas implicam no exercício da cidadania. O problema é que
muitos acham que tal exercício é partidário. Eis o erro! Por que é impossível,
por exemplo, não discutir política na casa espírita quando falamos da fome, do
racismo, da xenofobia, da violência domestica, do aborto etc., pois tais
problemas não estão limitados à bolha de nossas atividades espirituais, são
problemas de nossa geração! E estes, além de exigirem preces e vibrações, necessariamente,
exigem ações de nossa parte, como fez a própria Federação Espírita Brasileira
ao assinar petições com objetivo de pressionar os parlamentares para que estes
rejeitem qualquer projeto que vá de encontro aos fundamentos de defesa da Vida
que o Espiritismo endossa.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal;"><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A política partidária, aquela que tem o papel de convencer
terceiros a aderirem a projetos eleitorais não deve ser, claro, pautada nas
casas espíritas. Não se deve fazer de palanque as tribunas do nosso movimento espiritual.
Porque isso personifica e nos separa. Nesse sentido Kardec foi taxativo. E
talvez seja esse o </span><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;">argumento levantado por muitos, de que política não
deve fazer parte das reuniões espíritas. Bas<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; mso-shading-themecolor: background1;">eiam-se no seguinte apontamento do
codificador:<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 6.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 6cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-weight: normal;"><span style="font-size: small;"><span face=""arial" , sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">“ (...)</span><span face=""arial" , sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Também não vos deixeis cair nessa armadilha; afastai
cuidadosamente de vossas reuniões tudo quanto disser respeito à política e às
questões irritantes; nesse caso, as discussões não levarão a nada e apenas
suscitarão embaraços, enquanto ninguém questionará a moral, quando ela for boa
(...)”</span></span><span face=""arial" , sans-serif"><span style="font-size: small;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><sup>(1)</sup></span><span style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 6.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 6cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 6.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 6cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas este
é um exemplo de que não devemos fazer leituras apressadas de Kardec. De qual
política o mestre de Lion estava falando? Por que o codificador teve tal
cautela? O que o preocupava? Os desavisados esquecem que o cenário político da
época em que esse texto foi escrito, era perigosamente nocivo às liberdades
individuais, sob pena de prisão, deportação ou pena de morte. Luiz Bonaparte
(1848-1870) deu um Golpe de Estado em 1851 e proclamou-se imperador (Napoleão
III), governando até 1870. Seu governo foi marcado pela “forte repressão ao
movimento operário, implantou censura em todos os níveis, proibiu as greves e
as organizações sindicais, perseguiu adversários e manteve a jornada de doze
horas diárias de trabalho.” <sup>(2)</sup>. Eis aqui um motivo da recomendação
de Kardec aos irmãos de Lion: O Mestre não queria – e com razão – expor a
Sociedade Espírita e muito menos os seus membros, às ameaças da repressão e aos
embaraços de prisões políticas. Para um movimento nascente, que estava ainda
por se estabelecer, não seria de bom tom peitar o regime autoritário do
sobrinho de Napoleão Bonaparte, autoproclamado “Protetor da Igreja Latina” <sup>(3)</sup>.
Permitir discussões na <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Sociedade</i> que
afrontasse a política napoleônica aliada da Igreja não seria adequado naquela
ocasião. Por isso, tomar a precaução de Kardec como justificativa de
recomendação para não tratar de assuntos “políticos” na casa espírita é fazer
interpretação superficial do codificador e mais ainda do conceito estudado por
Aristóteles. <span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Nesse sentido e apurando melhor o
contexto de sua época, não podemos fazer das obras de Kardec o que muitas
igrejas fazem com a bíblia: apoderar-se de suas letras como exclusivos
intérpretes do que chamam a palavra de deus, numa explícita postura dogmática
que toma para si a autoridade de ser a ‘única boca’ que Deus se utiliza na
Terra para falar à humanidade. </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>As
políticas que visam o progresso moral e intelectual devem ser obrigações de
cada tarefeiro espírita. Kardec chega a comentar, na questão 783 que o <span style="mso-bidi-font-weight: normal;">“progresso sendo uma condição da natureza
humana ninguém tem o poder de se opor a ele. É uma força viva que as más leis
podem retardar, mas não asfixiar.”</span> (grifos meus)<sup>(4)</sup>. Ora, como
derrubar essas “leis más” sem mudar nossas legislações - para que estas se
aproximem cada vez mais das divinas - e sem praticarmos o exercício da
persuasão e da educação moral de terceiros? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
mundo de regeneração não virá como passe de mágica, nem será posto pelos espíritos
nobres. A tal falada era da regeneração só virá depois que a fome não solapar
mais as vidas, quando a pena de morte não fizer mais parte das legislações
humanas, quando a xenofobia não for mais entrave à união dos povos, quando o
machismo não mais existir e nem promover a violência contra a mulher, quando os
empregadores não impuserem excessivos e humilhantes trabalhos aos seus
inferiores. Esta Era Nova só será realizável a partir da mudança feita por cada
um de nós, individualmente, influenciando os que estão ao nosso lado, trabalhando
para acabar com tais mazelas e lutando o bom combate para que ninguém mais seja
promotor desse estado inferior de coisas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em
outro texto, na questão 781(a), Kardec recebe dos espíritos a resposta taxativa
sobre nossas influências nas leis humanas: “(...) <span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Quando
estas [leis humanas] se tornam incompatíveis com ele [progresso], despedaça-as
juntamente com os que se esforcem por mantê-las” <sup>(5)</sup>. Em seguida, na
questão 783, se verifica: “As revoluções morais, <span style="mso-bidi-font-weight: normal;">como as revoluções sociais</span>, se infiltram nas ideias pouco a pouco;
dormitam durante séculos; depois, irrompem subitamente e produzem o <span style="mso-bidi-font-weight: normal;">desmoronamento do carunchoso edifício do
passado</span>.”<sup> (6)</sup> (grifos meus). Portanto, está clara como o Sol a
constatação dos Espíritos nobres sobre as lutas sociais que, de tempos em
tempos, animam as civilizações para uma ordem melhor das coisas. Ficou evidente
a responsabilidade de cada indivíduo em fazer com que a sua realidade e a do
seu próximo sejam melhores. Aliás, não foi outra a luta dos grandes mártires de
nossa história, quando preferiram o cadafalso do que negar aquilo que
acreditavam. As lutas pelas liberdades individuais e políticas derramaram muito
sangue e não foram ações mágicas, de cima pra baixo, mas revoluções que “<span style="mso-bidi-font-weight: normal;">desmoronaram o carunchoso edifício do
passado”.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: #222222; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por
fim, acreditamos que o cristão e, principalmente o espírita, deve se envolver
com os movimentos de transformação da sociedade. Temas como LGBTfobia,
extermínio da juventude negra, violência contra a mulher, indígenas, sem terra,
sem teto, refugiados, etc., são pautas de nossos debates com o intuito de
buscar na doutrina de Kardec e em Jesus, referências que possam fortalecer
nossos discursos para minimizar o preconceito e toda e qualquer forma de
discriminação dessas minorias sociais. Para nós, o Jesus histórico foi um dos
primeiros e mais inspiradores defensores dos direitos humanos e morreu por
isso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: #222222; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Jesus
nasceu na ‘periferia’ (socialmente falando), viveu para a ‘periferia’ (seus
contatos mais significativos eram com os despossuídos) e morreu na ‘periferia’
(a crucificação era a pena dada aos mais infames). Jesus, como disse o Frei
Beto, não morreu de hepatite na cama nem de desastre de camelo numa esquina de
Jerusalém. Morreu, como tantos presos políticos, da América Latina das décadas
de 1960 a 1980: foi preso, torturado, julgado por dois poderes políticos e
condenado a ser assassinado na cruz a pedido dos chefes religiosos de sua
época, sob a acusação de ser desordeiro, imoral e subversivo da ordem
estabelecida. Portanto, a pergunta para nós, do Ágora é: que fé cristã é essa
que não questiona a desordem? Porque não há ninguém que não se envolva em
política. Há quem, ingenuamente, se julgue neutro, isento ou alheio a ela e por
isso se enquadra no perfil do analfabeto político declamado por Brecht.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: #222222; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Inspirado
pelo iluminado pastor Henrique Vieira, afirmo que Jesus optou pelos oprimidos e
renegados, pelos miseráveis, leprosos e prostitutas. Solidarizou-se com o
refugo da sociedade em que viveu e contestou a ordem que os excluía. Jesus
democratizou e ampliou a experiência de Deus e desmanchou a crença de que o
culto à divindade só seria verdadeiro se ocorresse nos recintos ou sob a tutela
da religião tradicional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: #222222; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Jesus,
no nosso entender, fez as mulheres serem protagonistas do seu movimento de
renovação do planeta; denunciou o acúmulo de riquezas e exaltou os pobres. Na
sociedade vazia de moral, andou com gente de má fama e denunciou a hipocrisia
de líderes religiosos; naquela sociedade baseada na vingança do ‘olho por olho e
do dente por dente’, ensinou o perdão infinito, por isso discordamos do
discurso de ódio de que o “bandido bom é o bandido morto”. Jesus, no nosso
entender, foi o grande defensor das minorias sociais do seu tempo, foi O
POLÍTICO DO BEM.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: #222222; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É
essa a nossa proposta e não temos nenhuma intenção de "empurrar goela
abaixo" das casas espíritas, nossas ideias. Somos trabalhadores -
ainda imperfeitos - de Jesus e de Kardec.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: small; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: rgb(238, 238, 238); font-family: verdana; font-size: x-small;">REFERÊNCIAS:<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small; font-weight: normal;">(1)
KARDEC, Allan. Revista Espírita. Trad. Salvador Gentile. 1ª ed. São Paulo :
IDE, 1994. 37 p.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small; font-weight: normal;">(2)
CAMPOS, Flávio de. Oficina da história : vol. 2. 2ª ed. São Paulo : LEYA, 2016.
165.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small; font-weight: normal;"><span face=""arial" , sans-serif">(3)
</span><a href="http://www.infosbc.org.br/site/artigos/2627-capitulo-lvi-napoleao-iii-e-a-igreja"><span face=""arial" , sans-serif">http://www.infosbc.org.br/site/artigos/2627-capitulo-lvi-napoleao-iii-e-a-igreja</span></a><span face=""arial" , sans-serif"> (acessado em
07/06/2020)<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small; font-weight: normal;">(4)
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. José Herculano Píres. 64ª ed. São
Paulo : LAKE, 2004. 262 p.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small; font-weight: normal;"><span face=""arial" , sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">(5) </span><span face=""arial" , sans-serif">KARDEC,
Allan. O livro dos espíritos. Trad. José Herculano Píres. 64ª ed. São Paulo :
LAKE, 2004. 262 p.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""arial" , sans-serif"><span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small; font-weight: normal;">(6)
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. José Herculano Píres. 64ª ed. São
Paulo : LAKE, 2004. 262 p.</span><o:p style="font-size: 14pt;"></o:p></span></div>
<span style="font-size: x-large;"></span></div>
</h2>
Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com42tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-12851450312592532692020-06-05T23:54:00.002-03:002020-12-05T12:26:13.759-03:00Espiritismo, Racismo e Consciência Negra<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOWbmU1Ngw1s_5rDkyitIJMCrl6oPHylFJIEV2SHwzsaKvIZMKXC1B4_pLUCswOV_lGQspVO2OTcstcyBRcNkOxeNdVk1p_FM8s9g-Ti7EMEzBb0ZoyzfTT-V8JOj11FqdfqL1t_onRVLO/s1600/WhatsApp+Image+Retangulo+Preto.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="168" data-original-width="300" height="358" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOWbmU1Ngw1s_5rDkyitIJMCrl6oPHylFJIEV2SHwzsaKvIZMKXC1B4_pLUCswOV_lGQspVO2OTcstcyBRcNkOxeNdVk1p_FM8s9g-Ti7EMEzBb0ZoyzfTT-V8JOj11FqdfqL1t_onRVLO/s640/WhatsApp+Image+Retangulo+Preto.jpeg" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium;"><br />
</span><div align="center" class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium;"><b><span face=""arial" , sans-serif" style="color: #2c2b2b;">Espiritismo,
Racismo e Consciência Negra</span></b><span><o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium;"><b><span face=""arial" , sans-serif" style="color: #2c2b2b;">Texto do eixo de
pesquisa Espiritismo, Racismos e Intolerância Religiosa</span></b><span><o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium;"><b><span face=""arial" , sans-serif" style="color: #2c2b2b;">Produção: Gustavo
Filizola</span></b><span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12pt;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%;">Como membro do Grupo Ágora Espírita que tem como um de seus objetivos a
preocupação com a valorização das necessidades das minorias sociais, bem como
das realidades políticas e sociais de nosso país e do mundo trazendo essa
discussão baseada nos princípios morais do Espiritismo e diante dos movimentos
que estão acontecendo a favor da igualdade racial e contra o racismo, trago
essas reflexões sobre: Por que é importante o dia da consciência negra?</span><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%;">Em breves explicações (temos consciência que as mesmas não dão conta das
respostas necessárias à complexidade do tema), dizemos:</span><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%;">Porque a data foi escolhida justamente por ter sido o dia em que Zumbi
dos Palmares, símbolo da resistência negra ao regime escravocrata, foi
assassinado, em 1695. Seu objetivo é fazer refletir sobre a inserção do negro
na sociedade brasileira e sobre a questão da igualdade racial.</span><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%;">Porque é um dia que deve ser multiplicado pelos 364 dias restantes do
ano por marcar e abrir o debate sobre as políticas de ações afirmativas para o
acesso da população negra, ao dizer o que um Estado democrático de direito deve
oferecer a todo e qualquer cidadão: direito à educação em todos os níveis, à
saúde, à justiça social, entre outros aspectos.</span><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%;">Porque é uma forma de reparação perante os escravizados que foram,
forçosamente, trazidos para cá para servir de mão de obra barata e dizer que, o
dia 13 de maio de 1888, é um engodo, por continuar mantendo, em regime de
desigualdades social, econômica, cultural e religiosa de homens, mulheres e
crianças negras.</span><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%;">Porque a meritocracia é um mito: não há como comparar que uma classe
social alcance sucesso por mérito, frente à outra que sequer consegue acessar
as mesmas oportunidades.</span><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%;">Em consonância às palavras de Kardec (1978) “Fora da caridade não há
salvação”, agir, baseados nessa assertiva, é agir humanamente e de acordo com
os princípios cristãos, ouvindo a voz das minorias e somando à força dos gritos
dos que se sentem excluídos de uma sociedade estruturada no racismo.
Jesus, à sua época, foi o porta-voz dos menos favorecidos e dos que estavam à
margem da sociedade (os mal alimentados, as prostitutas, os homens de vida simples:
pescadores, artesãos, agricultores, pastores e as mulheres que tiveram papéis
fundantes em sua missão, etc.), ao ponto de afirmar: “Eu vim para que tenham
vida, e vida em abundância”<i> </i> (JOÃO, 10:10).</span><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%;"> Jesus se reconhece na imagem de cada um de seus seguidores, assim
como foi reconhecedor de suas necessidades físicas, emocionais e espirituais,
assim, ter vida em abundância não é apenas tratar de corpos dilacerados pelo
tempo e pelas injustiças sociais, mas dar-lhes condições de vida dignas para
seu processo de transformação moral.</span><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%;">Enfim, 20 de novembro é sim dia de comemorar o dia da consciência negra,
quiçá, através dessa consciência, teremos menos mortes como a de George Floyd
nos Estados Unidos, João Pedro Mattos no Rio de Janeiro e Miguel Otávio em
Pernambuco. </span><span face=""arial" , sans-serif" style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span face=""arial" , sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: verdana; font-size: medium; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span face=""arial" , sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: verdana; font-size: x-small; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: verdana; font-size: x-small;"><o:p style="background-color: #eeeeee;">Referências: </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small;"><span style="color: black;">BÍBLIA ONLINE </span><span style="color: black; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-hansi-font-family: Calibri;"> </span><span><a href="https://www.bibliaonline.com.br/acf/jo/10"><span face=""calibri" , sans-serif" style="color: blue;">https://www.bibliaonline.com.br/acf/jo/10</span></a><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: black; font-family: verdana; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small;"><span style="color: black;">KARDEC, Allan. <b>Evangelho
segundo o espiritismo</b>. Tradução de Salvador Gentile. 134. ed. São Paulo:
Instituto de Difusão Espírita, 1978.</span><span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="background-color: #eeeeee; color: #2c2b2b; font-family: verdana; font-size: x-small;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small;"><b><span style="color: #2c2b2b;">MANIFESTO ÁGORA - </span></b><span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small;"><a href="http://grupoagoraespirita.blogspot.com/2018/11/manifesto-grupo-agora-espirita.html"><span style="color: blue;">http://grupoagoraespirita.blogspot.com/2018/11/manifesto-grupo-agora-espirita.html</span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: verdana; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<br />Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-31512230551820087372020-05-01T00:02:00.000-03:002020-05-01T00:41:42.916-03:00Espiritismo, Políticas e Promoção Social.<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;">
<img alt="Ética no dia-a-dia das relações pessoais e Profissionais" height="328" src="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcTuezXk3G0wo9fM6n53P4MsqxZIQDF7XDRp_T19ZCBd4wrnO6No&usqp=CAU" width="640" /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Espiritismo,
Políticas e Promoção Social.</span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<a href="https://www.blogger.com/u/1/null" name="_gjdgxs"></a><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Texto do eixo de pesquisa Espiritismo Políticas
e Promoção Social.</span></b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Produção Ceça Lima.</span></b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“E conhecereis a verdade e a verdade vos
libertará — João 8:32<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O estudo nos educa, nos informa e clareia nossa
visão. NOS TRANSFORMA, para transformarmos o nosso entorno.<span style="color: red;"> </span>Mas, no tocante ao saber sobre direitos sociais, por
várias vezes, fizemos ou ouvimos trabalhadores (as) espíritas dizendo querer se
ver longe de certas discussões do cunho social. Mesmo as que se refiram às
desigualdades de riquezas e injustiças sociais, até mesmo perguntando<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">: ” O que EU tenho com isso? PREFIRO FICAR
DE FORA. Por que ou para que, discutir isso na casa espírita? Seria isso
preocupação de Espíritas Materialistas (Sim. Existe quem fale isso e em tom
ofensivo). ”</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Acredito que trazer algumas histórias reais do
cotidiano, poderia nos ajudar nas reflexões para construção desse texto. E,
quem sabe, nos ajudar a desenvolvermos um trabalho de diálogo. Onde, a pessoa
leitora entenda melhor, seja por recordar alguém ou por ela própria se
identificar descrita em algumas linhas. Então, agora lhes convido a divagar
pela imaginação. Mas, antes lhes peço licença para dizer que <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“qualquer semelhança será mera
coincidência. ” <o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Imagine
que um Indivíduo ativo da sociedade espírita que você frequenta, sofreu um
acidente e está impossibilitado de trabalhar, ou foi demitido e ficou sem
renda, ou por uma desventura foi preso deixando família sem recursos, ou faleceu
(deixando filhos menores de idade e viúva). Vale imaginar também, que chegou
visitante de fora e bateu à porta do “nosso” centro espírita, com demandas
semelhantes. E que, em todos os casos, não há previsão para que surja alguma
reversão das consequências dos fatos ocorridos. Ou suponhamos que um vírus
chamado COVID-19 surgiu devastando a humanidade. E que para combate-lo e salvar
muitas vidas, se faz preciso praticar o isolamento social, por tempo
indeterminado. E que por isso, muita gente ficará sem renda nesse período, até
tudo se arrumar outra vez.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Imaginação ativada, agora trago a seguinte
pergunta: Seria o centro espírita, através<span style="color: red;">,</span> seja
do setor de atendimento fraterno, da sopa, da feira e/ou do enxoval,
suficientemente capaz de suprir tantas necessidades da proteção básica, numa
situação <span style="background: white; mso-highlight: white;">de tantas
fragilidades?</span> Ou seria mais coerente se apropriar dos caminhos para
adquirir o acesso às políticas públicas vigentes no nosso país e que poderá
ajudar de forma muito mais eficaz, a diminuir as expressões da questão social,
que batem nas portas dessas histórias imaginadas?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Caro(a) leitor(a), se a essa altura você já se
sente interessado(a) em conhecer outras formas, outros caminhos e novos espaços
para poder encaminhar quem procura o centro, fale bem alto em sua mente que <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“SIM. Isso é da minha conta e eu quero
entender melhor sobre isso. Para melhor poder de fato AJUDAR. ” <span style="background: white; mso-highlight: white;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Como somos
espíritos ainda encarnados e pagadores dos “tributos à César” (impostos),
cumprindo com as nossas obrigações terrenas, temos o DIREITO de reivindicar o
retorno de tais compromissos cumpridos para com o Estado, que por sua vez
deverá cumprir o seu DEVER no tocante ao que está posto na Constituição da
República Federativa do Brasil(1988) onde nos traz: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></b>
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Título
VIII<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></b><br />
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14pt;">Da Ordem Social</span><br />
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14pt;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Capítulo
II </span></b></div>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14pt; text-align: justify;">Da Seguridade Social</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"></span><br />
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">
</span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></b>
<b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Seção
I </span></b></div>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14pt; text-align: justify;">Disposições Gerais</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"></span><br />
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">
</span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;"><o:p><br /></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">Art. 194. A
seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos
poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, à previdência e à assistência social.<a href="https://www.blogger.com/u/1/null" name="30j0zll"></a> Parágrafo único. Compete
ao poder público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base
nos seguintes objetivos:<a href="https://www.blogger.com/u/1/null" name="1fob9te"></a> I - universalidade da
cobertura e do atendimento;<a href="https://www.blogger.com/u/1/null" name="3znysh7"></a> II -
uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e
rurais;<a href="https://www.blogger.com/u/1/null" name="2et92p0"></a> III - seletividade e distributividade
na prestação dos benefícios e serviços;<a href="https://www.blogger.com/u/1/null" name="tyjcwt"></a> IV -
irredutibilidade do valor dos benefícios;<a href="https://www.blogger.com/u/1/null" name="3dy6vkm"></a> V -
equidade na forma de participação no custeio;<a href="https://www.blogger.com/u/1/null" name="1t3h5sf"></a>
VI - diversidade da base de financiamento<a href="https://www.blogger.com/u/1/null" name="4d34og8"></a> VII -
caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a
participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e
aposentados.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Agora que já sabemos da existência de uma
seguridade social complementar, destacamos que, "A Assistência Social é a
política de seguridade social, que prevê os mínimos direitos sociais,
realizados através de ações integradas de iniciativa pública e da sociedade
civil para garantir o atendimento às necessidades básicas. E assim vimos
compartilhar a ideia do quanto precisamos quebrar a barreira do preconceito e
tentar aprender sobre alguns exemplos de políticas públicas como: Bolsa
Família, Isenção em Concurso Público, Tarifa Social de Energia, Benefício de
Prestação Continuada-BPC(LOAS), Auxilio Funeral, Auxilio Reclusão, Carteira de
Habilitação Nacional-CNH Popular, Identidade Jovem, Auxílio Emergencial, Etc...
Como tantas outras, voltadas para saúde e previdência social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Se<span style="color: red;">,</span> você considerou a
constituição brasileira, viu que nela aprendemos que ao Estado compete <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência e à assistência social.</b><span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Criando ações socioassistenciais preventivas e protetivas, que são <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">DEVER do Estado</b> e <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">DIREITO dos cidadãos e cidadãs</b>. Essas ações têm por finalidade
atender a população que vive em situação de fragilidade decorrente da pobreza,
ausência de renda, acesso precário ou nulo aos serviços públicos e/ou
fragilização de vínculos afetivos por: discriminações etárias, étnicas,
religiosa, gênero, identidade de gênero ou por deficiências, entre outras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Portanto, percebe-se que não são as ditas caridades
materiais que devemos priorizar e unicamente considerar, quando pensamos em
ajudar quem nos procura no centro espírita. E quanto a essa questão, o
espiritismo nos oferta as seguintes certezas em O Livro dos Espíritos - Item
888: </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">“Condenando-se a pedir
esmola, o homem se degrada física e moralmente: embrutece-se. Uma sociedade que
se baseie na lei de Deus e na justiça deve prover à vida do fraco, sem que haja
para ele humilhação. Deve assegurar a existência dos que não podem trabalhar,
sem lhes deixar a vida à mercê do acaso e da boa-vontade de alguns.” <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">E ainda temos o Evangelho de Jesus, que nos mostra o
verdadeiro sentido da caridade e sublimidade do conceito de amor ao próximo,
conforme concluímos dos seus ensinos:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">Pois eu tive fome, e vocês me
deram de comer; tive sede, e me deram algo para beber; fui estrangeiro, e vocês
me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo e
preso, e vocês me visitaram' (Mateus XXV.31-46); O Bom Samaritano (Lucas X:
25-37); “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei também a eles...”
(Mateus VII:12); “Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos
tratassem.” (Lucas VI:31); O que é necessário para salvar-se (Mateus
XXV:31-46); O amar aos inimigos (Mateus V:43-47; Lucas VI:32-36).<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Na sua obra O Espiritismo e os Problemas
Humanos, Deolindo Amorim, nos fala que: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">“Com estas
questões que não podem deixar de entrar em nossas cogitações, porque os
problemas existem, estão aí, com eles nos defrontamos a todo o momento, o que
desejamos é, naturalmente, formular um convite, para que pensemos em conjunto,
procurando auscultar e sentir em profundidade o autêntico espírito da
Doutrina.”</span></b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Ao que o
codificador de Lion nos acrescenta: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">“Moralmente, a
Humanidade progride pelo desenvolvimento da inteligência, do senso moral e<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>do abrandamento dos costumes. Ao mesmo tempo
que o melhoramento do globo se opera sob a ação das forças materiais, os homens
para isso concorrem pelos esforços de sua inteligência. Saneiam as regiões
insalubres, tornam mais fáceis as comunicações e mais produtiva a terra.” </span></b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">Em A Gênese no Cap. XVIII. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Em A
Gênese" cap. XVIII, item 25 lemos que: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="background: white; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">a solução da questão social, diz Kardec, está toda no
melhoramento moral dos indivíduos e das massas. Não é o Espiritismo que cria a
renovação social, mas o amadurecimento da humanidade que fará disso uma
necessidade. <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Já com os
questionamentos feitos por Kardec aos espíritos, somos ainda mais esclarecidos
com as seguintes respostas: </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;"><br /></span></b></div>
<div style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">806. A desigualdade das
condições sociais é uma lei natural?</span></b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;"> — Não;
é obra do homem e não de Deus. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> 806
– a) Essa desigualdade desaparecerá um dia?</b> — Só as leis de
Deus são eternas. Não a vês desaparecer pouco a pouco, todos os dias? Essa
desigualdade desaparecerá juntamente com a predominância do orgulho e do
egoísmo, restando tão somente a desigualdade do mérito. Chegará um dia em
que os membros da grande família dos filhos de Deus não mais se olharão
como de sangue mais ou menos puro, pois somente o Espírito é mais puro ou
menos puro, e isso não depende da posição social. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">807. Que pensar dos que abusam da superioridade de sua posição social
para oprimir o fraco em seu proveito?</b> — Esses merecem o anátema;
infelizes deles! Serão oprimidos por sua vez e renascerão numa
existência em que sofrerão tudo o que fizeram sofrer. (Ver item 684.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; border: none; line-height: 150%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; border: none; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt;">Para reforçar nossas reflexões lemos em Manuel
Porteiro, que nos traz na sua obra Conceito Espírita de Sociologia:<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> <o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; border: none; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; border: none; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">...”Ante esta perspectiva
grandiosa que o Espiritismo nos oferece para a sociedade do futuro, e que não
é, como se costuma dizer, uma concepção utópica, “produto de cérebro
anarquizado”, como poderíamos nós espíritas permanecer indiferentes diante dos
crimes sociais, da exploração de uma classe dominante, que garante seu poderio
e o monopólio da riqueza social na razão da força, sobre a ignorância dos povos
e o falso ensinamento de uma moral interesseira? Como poderíamos concordar com
esta ordem social estabelecida sobre a desordem dirigida pelo império da força?
Como poderíamos contemplar a imoralidade, o vício, a injustiça, a exploração e
o roubo sociais – que se querem fazer passar por coisas muito justas, boas,
morais – sem manifestar nosso repúdio? Como poderíamos conviver com a
hipocrisia e a mentira, se os princípios que sustentamos a elas se opõem? Como,
enfim, poderíamos nos conformar com a situação do regime atual criado sobre
privilégios iníquos, se o Espiritismo nos fala de uma sociedade melhor, de paz,
de amor, de fraternidade e de justiça, e da possibilidade de realizá-la? Quem
há de realizá-la, admitida sua possibilidade, se não os homens que nela creem,
por seu esforço contínuo, com a prédica perseverante, com o propósito declarado
à paz do mundo, com a ação constante no impulso moralizador nessa direção e
pelos meios mais eficazes e convincentes?</span></b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://www.blogger.com/u/1/null" name="_17dp8vu"></a><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Agora, para o
encerramento de nossas reflexões, negando ser invencionismo ou coisa de
“espíritas materialistas”, trazer tais debates para as discussões espíritas,
achando que o curso do sofrimento deva seguir, em favor de um “resgate das
dívidas ou provas”, e por isso não <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">deve-se
pôr termo às provas do próximo</b>, deixaremos como tarefa de casa, sugestão
para irem buscar o que Bernardim, espírito protetor, responde em Bordeaux, em
1863, demonstrando quanto é necessário o estudo e a reflexão das ideias e de
conceitos pessoais, a fim de evitar-se conclusões erradas(O Evangelho Segundo o
Espiritismo - Capitulo V - ITEM 27 - - BERNARDIM - ESP. PROTETOR, BORDEAUX
1863).<o:p></o:p></span></div>
Grupo Ágora Espíritahttp://www.blogger.com/profile/16295536200126015689noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-65868927668748072172020-04-05T00:25:00.002-03:002020-04-05T00:25:31.825-03:003º Live Ágora Espírita Vídeo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/iPqFEe2iqNw/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/iPqFEe2iqNw?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Alexandre Júniorhttp://www.blogger.com/profile/15850449309129998195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1316652156520351341.post-6152508616111131432020-04-05T00:08:00.002-03:002020-04-05T00:09:13.651-03:003º Live Instagram Ágora Espírita<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVyB3z68-WXr770pe0Ih-jR52ei1OX6zvJVySkZmeznHseV8B977ioP4sNMjSyFRL82q5x72rbtKXfMqZxtiemuNPUOYgic4_lvgVGRHKwalvvqlC6kmZRexLIBxBwVIb_5mY3icSuxD0/s1600/3%25C2%25BA+Live.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="767" data-original-width="576" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVyB3z68-WXr770pe0Ih-jR52ei1OX6zvJVySkZmeznHseV8B977ioP4sNMjSyFRL82q5x72rbtKXfMqZxtiemuNPUOYgic4_lvgVGRHKwalvvqlC6kmZRexLIBxBwVIb_5mY3icSuxD0/s1600/3%25C2%25BA+Live.jpeg" /></a></div>
<br />Alexandre Júniorhttp://www.blogger.com/profile/15850449309129998195noreply@blogger.com3