terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

CARTA DO EDITOR - 2º Editorial.

Ainda sobre o Espiritismo 

Dissemos que o Espiritismo é toda uma Ciência, toda uma Filosofia. Quem desejar conhecê-lo seriamente deve pois, como primeira condição, submeter-se a um estudo sério e persuadir-se de que, mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando. O Espiritismo, já o dissemos, se relaciona com todos os problemas da Humanidade. Seu campo é imenso e devemos encará-lo sobretudo quanto às suas consequências. A crença nos Espíritos constitui sem dúvida a sua base, mas não basta para fazer um espírita esclarecido, como a crença em Deus não basta para fazer um teólogo. Vejamos, pois, de que maneira convém proceder no seu ensino, para levar-se com mais segurança à convicção. (ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires, Capitulo III Do Método).


A partir do pensamento de Kardec, se percebe que o movimento Espírita se distanciou de sua origem, logo, precisa ser repensado, avaliando por exemplo: as didáticas ofertadas e as metodologias aplicadas, princípios esses, que fazem parte do escopo da doutrina. Deve-se pensar a importância da abordagem de temas sociais que suscitem crescimento pessoal usando as referências éticas e morais da doutrina, sem a transformar em uma religião, que acabam cegas pela fé, incapazes e impedidas de construírem um raciocínio critico, tornando os seus seguidores frios e os impossibilitando de perceber o embuste provocado pela falta de conhecimento.
Surgem através desta deficiência, e da notória falta de conhecimento da doutrina os trabalhos assistências, tão importantes, mas sem o compromisso com a promoção social, sem a preocupação de promover o ser e de não o tornar dependente das assistências. Desta forma alguns trabalhos realizados pelo movimento Espírita assumem um papel, para quem os pratica, e demonstram pouco conhecimento, de criador de espaços nas colônias espirituais, criando uma condição de dever cumprido, de satisfação por quem os realiza, porém suscitam a perpetuação das dificuldades que levam uma pessoa a necessitar da assistência das casas Espíritas.
Perguntamos se apenas estas ações resolverão o problema dos conflitos sociais em suas questões mais intimas? E se o Espiritismo é uma doutrina de paliativos?  Pois bem, entendemos que baseada em leis universais o Espiritismo trata as chagas da humanidade em seu cerne, portanto não se trata de uma doutrina de paliativos.  E consequentemente exige a quem o segue, posturas que promovam o bem comum  a partir de nós, quando assim é compreendido, passamos a atuar como agentes transformadores da sociedade como um todo, pensamos no cidadão em toda a sua integridade e integralidade, e não apenas em sua fome de pão, mas na sua fome de justiça, de equidade, de hombridade, de oportunidade, de ser amado, de ser respeitado, e acima de tudo de ter a dignidade de se autogerir e desta forma, não voltar mais a necessitar da referida assistência, não precisamos de muito para saber que estas questões não são bem resolvidas em nossa sociedade.
Vê-se como função precípua do Espiritismo fundar uma sociedade que se ame. Desta maneira perguntamos: até que ponto o movimento Espírita vem cumprindo com o seu papel, que é a libertação de almas baseada no despertar de consciências, propagada de forma tão sóbria e racional na Codificação Espírita?

Equipe Editorial  Ágora Espírita.
Alexandre Junior. Rosangela Souza. Manoel Gomes. 







Referências bibliográficas:
KARDEC, O Livro dos Médiuns, 1º Edição Março de 2017, Catanduva, São Paulo, Editora Boa Nova, Tradução José Herculano Pires.

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